E se Portugal fosse alvo de um ataque terrorista? E se houvesse um terramoto de proporções catastróficas? Ou se começasse agora uma terceira guerra mundial? Então, e se a economia portuguesa entrasse, subitamente, numa fase de crescimento económico sem precedentes? Quem é que gostaria de ter à frente da Presidência da República? Quem, na sua opinião, seria o mais adequado comandante supremo das forças armadas? Quem exerceria a mais eficaz magistratura de influência diplomática, dentro e fora de portas? A primeira resposta a todas estas perguntas é invariável: Marcelo Rebelo de Sousa. Mas há nuances que são interessantes de destacar.

Antes desse detalhe, um olhar panorâmico. Os inquiridos na sondagem Observador/TVI/Pitagórica foram confrontados com uma série de cenários hipotéticos. Além dos que já foram referidos, perguntava-se sobre um eventual referendo insular à independência dos Açores, sobre o fim da moeda única ou a necessidade de uma nova intervenção do Fundo Monetário Internacional em Portugal. Sete cenários, uns previsivelmente mais improváveis que outros. E, para todos eles, uma mesma resposta: Marcelo seria a pessoa mais indicada para, a partir de Belém, lidar com cada uma dessas situações-limite. A prestação mais sólida do Presidente da República surge com a resposta ao cenário de um terramoto grave: 69% desejariam ter o atual chefe de Estado em funções. No caso de a moeda única deixar de existir, a solidez é menor, mas ainda assim são 60% de escolhas em Marcelo. A concorrência fica, sempre, a muitos pontos de distância.

Feito esse enquadramento, duas ou três notas sobre o comportamento dos inquiridos em função de um ou outro cenário mais concreto.

Por exemplo, quando confrontados com a hipótese de ocorrer um ataque terrorista em solo português, Ana Gomes, que surge quase sempre como a segunda escolha mais votada, perde essa posição para André Ventura (a socialista soma 7% das escolhas e o líder do Chega 10%). Este é o cenário mais evidente de uma “troca” entre as segunda e terceira posições. Mas o mesmo acontece quando os inquiridos são questionados sobre quem gostariam de ter em Belém caso Portugal se visse envolvido numa terceira guerra mundial. Primeiro, Marcelo (68%); depois, Ventura (8%); e só depois, então, Ana Gomes (6%).

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E quem contribui de forma mais significativa para estes resultados? No exemplo do ataque terrorista contra Portugal — não esquecendo que Marcelo seria sempre, e com grande distância, a primeira escolha —, são os homens, e os inquiridos que têm entre 45 e 54 anos, da classe alta e média baixa, da zona centro e sul e eleitores do CDS e do PSD. Ana Gomes só “vence” o líder do Chega na zona do Grande Porto e juntos dos eleitorados do Bloco de Esquerda e do PS. Perante uma guerra mundial, a situação repete-se.

Há ainda duas situações em que se verifica um empate. Isso acontece nos casos em que os participantes na sondagem são levados a escolher o Presidente que desejavam ter no Palácio de Belém num cenário em que os Açores realizassem um referendo para dar o salto de uma autonomia administrativa para a independência total; e, também, num cenário hipotético em que a economia portuguesa iniciasse uma fase de crescimento económico francamente positiva. Aí, as escolhas (para um segundo nome em Belém) dividem-se entre os dois candidatos: num e noutro caso, Ana Gomes e André Ventura obtêm 7% e 6% das escolhas dos inquiridos.

Além destes três nomes, também Marisa Matias é uma escolha de alguns eleitores em todos os cenários ensaiados, mas sempre de forma muito residual. João Ferreira, Tiago Mayan Gonçalves e Vitorino Silva nunca são a escolha dos inquiridos, seja qual for o cenário que lhes é colocado em cima da mesa.

Não passam, claro está, de cenários hipotéticos. Em qualquer dos casos — e isso fica patente através da análise dos resultados da sondagem Observador/TVI/Pitagórica—, Marcelo é o “go to guy”, a primeira escolha para a esmagadora maioria dos inquiridos, tendo em conta as hipóteses em cima da mesa para as eleições presidenciais do próximo dia 24 de janeiro.

Ficha técnica

Durante 6 semanas (10 Dezembro 2020 a 21 de Janeiro 2020 ) vão ser publicadas pela TVI e pelo Observador uma sondagem em cada semana com uma amostra mínima de 626 entrevistas. Em cada semana a amostra corresponderá a 2 sub-amostras de 313 entrevistas. Uma das sub-amostras será recolhida na semana da publicação e a outra na semana anterior à da publicação. Cada sub-amostra será representativa do universo eleitoral português (não probabilístico) tendo por base os critérios de género, idade e região.

Semana 1 Publicação: O trabalho de campo decorreu entre os dias 10 e 13 de Dezembro. Foi recolhida uma amostra total de 629 entrevistas que para um grau de confiança de 95,5% corresponde a uma margem de erro máxima de ±4,0%. A seleção dos entrevistados foi realizada através de geração aleatória de números de “telemóvel” mantendo a proporção dos 3 principais operadores identificados pelo relatório da ANACOM, sempre que necessário são selecionados aleatoriamente números fixos para apoiar o cumprimento do plano amostral. As entrevistas são recolhidas através de entrevista telefónica (CATI – Computer Assisted Telephone Interviewing).

O estudo tem como objetivo avaliar a opinião dos eleitores Portugueses, sobre temas relacionados com as eleições , nomeadamente os principais protagonistas, os momentos da campanha bem como a intenção de voto nos vários partidos. A taxa de resposta foi de 55,32% . A direção técnica do estudo é da responsabilidade de Rita Marques da Silva.

A taxa de abstenção na sondagem é de 56,6% a que correspondem os entrevistados que aquando do momento inicial se recusaram a responder à entrevista por não pretenderem votar nesta eleição.

A Ficha técnica completa bem como todos os resultados foram disponibilizados junto da Entidade Reguladora da Comunicação Social que os disponibilizará oportunamente para consulta online.