Looks Chanel, a inesperada dispensa do tradicional véu numa viagem de Estado a Espanha, as férias de verão em Maiorca, ou o eterno carisma de Mozah, imbatível ícone de estilo e provavelmente o rosto feminino mais famoso da realeza deste país. Um conjunto de ingredientes que reforçam o interesse numa família cuja história está intimamente ligada ao trajeto do Qatar, onde a partir deste domingo se disputa o Campeonato do Mundo de 2022, cuja final está agendada para 18 de dezembro, que é também o Dia Nacional daquele emirado.
Estando o país sob os holofotes da imprensa e da opinião pública, também os membros mais próximos do soberano o estão — dir-se-á mesmo que talvez a dinastia Al Thani nunca tenha dado tanto que falar como agora, quase 150 anos depois do sheik Jassim bien Mohamed Al Thani, um comerciante rico de Doha ter fundado o Qatar e chegado ao poder, a 18 de dezembro de 1878.
Se muito se tem escrito sobre a opacidade das suas contas e negócios, a informação sobre as suas vidas não é mais abundante. Contudo, há figuras que encontram o seu espaço na agenda pública e além do Emir, que é a figura máxima daquela nação e a que terá maior exposição, há também mulheres com boas histórias para contar.
O Emir Tamim bin Hamad Al Thani e as suas três mulheres
O atual Emir é o sheik Tamim bin Hamad Al Thani, nasceu a 3 de junho de 1980 em Doha e é o chefe de Estado desde 25 de junho de 2013. É o primeiro dos últimos três emires a chegar ao poder sem ser necessário um golpe de Estado e, antes de lá chegar, o seu irmão mais velho renunciou aos seus direitos dinásticos e o pai cedeu-lhe o lugar, depois de um anúncio ao povo do Qatar.
Estudou no Reino Unido e formou-se, ainda por lá, na Real Academia Militar de Sandhurst, em 1998. Depois juntou-se às forças armadas do Qatar. Pratica ténis e falcoaria e fala árabe, inglês e francês. É o segundo filho da segunda mulher do anterior Emir e era o herdeiro desde 5 de agosto de 2003, quando foi também nomeado vice-comandante das Forças Armadas. Teve um papel fundamental no planeamento da Qatar National Vision 2030, e lançou o Dia Nacional do Qatar quando ainda era herdeiro.
Tamim bin Hamad Al Thani. 7 coisas que talvez não saiba sobre o Emir do Qatar
Ainda antes de ser Emir, fez do desporto um dos seus focos. Em 2006 presidiu ao comité que organizou os Jogos Asiáticos, que se celebraram em Doha. Seguir-se-iam depois o Campeonato Mundial de Piscina Curta, em 2014, o Mundial de Atletismo em 2019 e, agora, o Campeonato do mundo de futebol, que é, no entanto, uma conquista do seu pai.
O atual Emir tem três mulheres e 13 filhos, sete rapazes e seis raparigas. Ainda não há um sucessor definido porque todos são menores de idade.
Jawaher Bint Hamad Bin Suhaim Thani é a primeira mulher do Emir. São primos em segundo grau e casaram-se a 8 de janeiro de 2005 no Palácio Al-Wajbah, em Doha. Manda a tradição que a primeira mulher do Emir seja proveniente da própria (e ampla) família real. O seu pai é o sheik Hamad bin Suhaim Al Thani, que é tio do atual Emir e já foi ministro do Qatar. A sheika tem 38 anos e é mãe de quatro filhos do Emir. Partilha com o marido o gosto pelo desporto, em 2010 criou um torneio de futebol feminino com o seu nome e, segundo a revista Hola, apoia vários desportos femininos. Em 2021 licenciou-se em Administração de Empresas na Universidade do Qatar. E fez um discurso no qual agradeceu ao marido.
Para efeitos políticos, é ela que exerce as funções de primeira dama e é a única mulher do Emir que o acompanha em viagens de Estado. Assim aconteceu já em duas ocasiões este ano. Em maio deste ano, naquele que terá sido o seu primeiro compromisso internacional, acompanhou o Emir a Espanha e a revista espanhola chamou a atenção para o facto da sheika ter optado por não usar o cabelo coberto, como costumava acontecer nos atos públicos. Usou antes looks tipicamente ocidentais e de sonantes marcas europeias. Por exemplo, quando chegou a Espanha, usava um look total branco, com calças de lantejoulas, um casaco comprido e em tweed de Chanel e uma mini carteira Kelly, da Hermès. Também foi ela que acompanhou o Emir na viagem a Londres para as cerimónias fúnebres da Rainha Isabel II e esteve presente na receção que o Rei Carlos ofereceu no Palácio de Buckingham.
A 3 de março de 2009 o Emir casou-se com Anoud bint Mana Al Hajri, com quem teve cinco filhos entre 2010 e 2018, três raparigas e dois rapazes. A segunda mulher, que já é uma escolha livre do Emir, é filha de um ex-embaixador qatari na Jordânia e irmã do novo proprietário do Ritz de Londres. Abdulhadi Mana Al-Hajri é um homem de negócios qatari e terá comprado o hotel por 800 milhões de libras em 2020, segundo a Tatler.
Em março de 2014, o Emir Tamim casou-se com a sua terceira mulher, Noora bint Hathal Al Dosari, mãe de quatro dos seus filhos. Pouco se sabe destas duas esposas do Emir, contudo a Vanity Fair acrescenta que quando o chefe de Estado viaja em férias leva consigo toda a família, as três mulheres e os filhos, como por exemplo quando visita Maiorca no verão, no iate que estará avaliado em cerca de 200 milhões de euros.
A carismática Mozah bint Nasser al-Missned. A primeira sheika estrela do Qatar
A segunda mulher das três de Hamad bin Kalifa Al Thani, o anterior Emir, é certamente a mais famosa das mulheres da realeza qatari. Mozah bint Nasser al-Missned nasceu a 8 de agosto de 1959, é a mãe do atual Emir do Qatar e, mesmo que o seu nome seja difícil de decorar, a sua imagem estará certamente na memória de muitas pessoas.
A sheika e o Emir casaram-se em 1977 e partilham sete dos 24 filhos do anterior chefe de Estado. Este casamento foi fundamental para que a família reinante, Al-Thani, chegasse a um acordo de paz com o pai da sheika, Nasser bin Abdullah al Missned, que era um opositor do Emir anterior ao marido de Mozah, por isso a família teve de viver exilada no Egito e no Kuwait. O marido da sheika chegou ao poder destronando o pai com um golpe de Estado. Certa vez o filho, que era ministro da Defesa, apanhou o pai em Genebra e telefonou-lhe a dizer que tinha o apoio do exército e de importantes famílias do Emirado.
O momento de mudança aconteceu em 2003, quando o Emir da época (pai do atual) deu uma entrevista ao programa “60 Minutes” da estação norte-americana CBS com a sua segunda mulher ao lado. Apesar de nada ter dito, Mozah bint Nasser al-Missned já não saiu da esfera pública. Foi a primeira vez que uma esposa de um sheik apareceu em público e isso deu sinais de uma nova era no Qatar. Mozah bint Nasser al-Missned estudou Artes, Políticas Públicas e Sociologia no Qatar, mas além disso recebeu também doutoramentos honoris causa de cinco universidades internacionais, Virginia Commonwealth University, Texas A&M University, Carnegie Mellon University, Imperial College London e Georgetown University. “O meu pai educou-se a ele próprio quando esteve na prisão antes do exílio, por isso apreciamos muito a educação, damos-lhe muito valor”, conta a sheika que diz ainda que antes de casar com o Emir queria ser médica.
Acompanhou o marido em inúmeras viagens oficiais e é respeitada internacionalmente. Juntos criaram a Qatar Foundation. Tem-se dedicado aos projetos sociais, nomeadamente na área da educação, ciência e saúde. Mesmo depois do seu marido ter passado o testemunho de Emir a um dos filhos de ambos, a sheika não se retirou da vida pública e o seu trabalho pode ser acompanhado no seu site e nas redes sociais. Mantém-se como presidente da Qatar Foundation for Education, Science and Community Development, uma organização privada sem fins lucrativos que foi fundada em 1995. Enquanto presidente da Fundação Education Above All, encontrou-se com a princesa Carolina do Mónaco na sede da UNESCO, em Paris, no passado mês de setembro para falarem sobre formas de “cooperação conjunta para garantir o direito à educação das crianças em zonas marginalizadas e em conflito”, conta a Vanity Fair.
Além de ser promotora da moda no seu país, através da criação do Fashion Trust Arabia, tornou-se também um ícone internacional. Fez do turbante a sua imagem de marca ao combinar o acessório que lhe cobre o cabelo com os looks de Alta-costura que usa em cada aparição pública no ocidente. “O meu estilo é algo que respeita a tradição e é, ao mesmo tempo, moderno e prático”, disse a sheika ao Financial Times para a rúbrica “Lunch with FT”, em 2015, deixando, no entanto, por revelar qual o seu designer favorito. Diz que gosta de desenhar, por vezes trabalha as suas roupas com os designers e não tem um stylist porque “não encontraria ninguém que compreendesse” o que quer. “É o meu presente mental. Quando estou exausta, vou à minha sala de vestir e passo revista aos meus closets e tento misturar e conjugar coisas”, confessa.
Sheika Al Mayassa, a irmã do Emir e mecenas da cultura
A sheika Al Mayassa bint Hamad bin Khalifa Al Thani é o rosto da cultura no Qatar. Nasceu em 1983, é irmã do atual Emir do Qatar, filha do anterior Emir e da sheika Moza bint Nasser Al-Missned. Estudou Ciência Política e Literatura na Duke University, no estado norte-americano da Carolina do Norte. Ia continuar os seus estudos na Columbia University, com uma pós-graduação em Administração Pública, mas foi nomeada para presidir à Qatar Museums em 2006 pelo pai, o anterior Emir. A Qatar Museums é a instituição que gere a coleção de arte, bem como os museus do país e conta com o MATHAF: Museu Árabe de Arte Moderna, o Museu de Arte Islâmica (MIA), o 3-2-1 Museu Olímpico e Desportivo do Qatar e o Museu Nacional do Qatar. O MIA é o maior museu de arte islâmica do mundo e abriu em 2008.
Sheika Al Mayassa vive em Doha, é casada e tem cinco filhos. É fluente em árabe, francês e inglês e a sua atividade pode ser seguida na sua conta de Instagram. “Quando comecei, não tinha um mapa claro do caminho que estávamos a seguir. No entanto, assim que [começámos a mexer], percebemos as falhas no ecossistema”, disse recentemente numa entrevista ao Financial Times. A sheika falou sobre a sua vida e os cinco filhos pré-adolescentes que estão a apresentá-la ao mundo do TikTok. “Eu acredito que demora um quarto de século para as pessoas sentirem totalmente o impacto de qualquer tipo de investimento”, explicou. “Fizémos 15 anos, para os próximos 10 estamos focados na economia criativa. Estamos a tentar nutri-la e [fazer] uma comunidade de criadores. E são necessárias as fundações, não pode ser artificial ou superficial. Tem de ser construído de forma orgânica”, conclui.
Tem-se destacado como mecenas e será uma das colecionadoras de arte mais importantes do mundo e uma das mulheres mais poderosas do universo da arte, segundo a revista Vanity Fair. A Forbes chamou-a “a indiscutível rainha do mundo da arte” e acrescenta que o orçamento anual da organização para aquisições está estimado em cerca de mil milhões de dólares.
Mas é responsável por outros projetos culturais, como por exemplo, em 2010, o Instituto de Cinema de Doha. A moda parece ser a sua grande aposta do momento. Foi nomeada co-presidente do Fashion Trust Arabia (FTA), criado recentemente com o objetivo de ajudar designers do Médio Oriente e do Norte de África, e que conta com os únicos prémios de moda na região, que distinguem designers em várias categorias, como carteiras, calçado, joalharia, roupa formal e prêt-à-porter. Aos 200 mil dólares de prémio há ainda que somar o facto das coleções vencedoras serem vendidas na MatchesFashion, loja online e parceira do FTA, conta o Business of Fashion. Ao longo das edições estes prémios já contaram com figuras de relevo no júri, como por por exemplo Victoria Beckham, Pierpaolo Piccioli (designer ao leme da Valentino), Alexander Wang ou Remo Ruffini (presidente da Moncler).
Além da Qatar Museums a sheika Al Mayassa é a responsável pela plataforma cultural Qatar Creates e o projeto que mais resulta do trabalho destas duas instituições é a exposição “Forever Valentino”, uma retrospetiva das criações do designer italiano, está em exibição no M7, um “hub criativo de startups dedicado a moda, design e tecnologia”, segundo se lê no próprio site. Também se aliou à ex-modelo Naomi Campbell e à organização de beneficiência desta para apoiar jovens talentos em África, Fashion for Relief, para criar o desfile Emerge. Segundo o BOF a relação da sheika com o universo da moda inclui também a ligação ao fundo de investimentos do soberano do Qatar (seu irmão) que adquiriu, anteriormente, grandes nomes deste meio como o Harrods e o Printemps.
Com o campeonato mundial de futebol como mote, foi editora convidada da edição de novembro de 2022 da Vogue Arábia. Uma edição que “marca a Fifa World Cup no Qatar com uma mostra dos criativos que estão a mudar o panorama no país”, segundo a própria revista, ou seja, e para a qual a sheika selecionou um portefólio com “28 visionários da nação”.
Uma alpinista e uma princesa caída em desgraça
A 7 de junho de 2022 a Sheikha Asma Al-Thani escalou o Monte Everest e, quando chegou ao topo, cumpriu o feito de ser a primeira mulher qatari e a primeira árabe a escalar seis dos picos montanhosos mais altos do mundo, acima do oito mil metros de altitude. O registo é feito pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (UNHCR) do Qatar no seu site, uma vez que se trata de uma importante apoiante que levou consigo a bandeira da UNHCR.
Em menos de dois meses Asma Al-Thani desafiou o Monte Everest, o K2, o Kangchenjunga e o Lhotse, tanto em busca de recordes como de chamar a atenção para a causa do empoderamento das mulheres e não só. “Enquanto desafiava os meus limites e lutava para alcançar o topo, não conseguia deixar de pensar nos milhões de refugiados que embarcam em perigosas viagens para alcançar a segurança”, disse a sheika quando alcançou o seu objetivo no Everest. As conquistas de Asma Al Thani podem ser acompanhadas na sua página de Instagram ou no seu site.
Asma Al-Thani é sempre apresentada como membro da família reinante do Qatar, sem contudo se saber qual o seu lugar na família ou o grau de parentesco com o Emir. É, atualmente, diretora de Marketing e Comunicações do Comité Olímpico do Qatar e já liderou a sua equipa em eventos desportivos de relevo dentro e fora do Qatar. Segundo a própria, 2021 foi um ano especial, porque a equipa do Qatar teve a melhor prestação de sempre em Jogos Olímpicos e Paralímpicos Tóquio 2020, com um total de quatro medalhas (duas de ouro e duas de bronze), disse a desportista à Harper’s Bazaar Qatar. Asma Al Thani foi uma das protagonistas da edição de novembro de 2021 da revista, com uma sessão fotográfica feita no edifício M7 Qatar, acompanhada por uma entrevista.
Em 2018 fez parte de uma equipa de mulheres europeias e árabes que percorreram o Pólo Norte para pôr culturas a dialogar e inspirar outras mulheres. A sheika, tornou-se a primeira mulher do Qatar a fazer ski naquele lugar e quatro anos antes já tinha integrado o primeiro grupo de mulheres do Qatar a escalar o Kilimanjaro, e esta aventura teve como objetivo 550 mil dólares para Gaza, conta a revista. Não ficou por aí e continuou a sua escalada por picos do mundo. Mas, apesar de toda a escalada que tem feito, ainda há objetivos para cumprir. Como o Explorers Grand Slam, que inclui os Pólos Norte e Sul, entre outros picos montanhosos. Quer ser a primeira qatari e mulher árabe a consegui-lo, confessou à Harper’s Bazaar.
“Interessei-me por desporto desde muito nova e acredito no poder do desporto para transformar vidas. Sempre me encontrei nos desportos e sempre me desafiei através dos desportos”, disse Asma Al-Thani à revista. Explica que o gosto pelo desporto é algo que sempre a acompanhou e tudo começou com uma inocente “bucket list”. “ Quando era mais nova fiz uma lista de coisas que queria alcançar quando crescesse e perdi o pedaço de papel e encontrei-o outra vez em 2013. Fiquei espantada pelo poder de escrever as coisas. Escalar uma montanha foi uma das coisas que eu queria alcançar quando era mais jovem e foi aí que a minha viagem começou”, contou a sheika à Bazaar, assim como o facto de ter sido a mãe que a inspirou a quebrar barreiras, disse-lhe que “as únicas que existem são as que nós próprios criamos, por isso somos os únicos que as podemos derrubar”.
“Estou totalmente dedicada a defender o empoderamento das mulheres e, porque estou a percorrer todos os cantos do globo com as minhas expedições, estou lentamente a construir uma audiência internacional que está entusiasmada por se juntar a mim nesta viagem”. Mas o espírito aventureiro reserva sempre um pouco de espaço para o medo. “Ser pioneira no que quer que seja que estejas a fazer vai ser sempre acompanhado por um elemento de medo”, explica Asma Al-Thani, porque se está a percorrer um caminho que ainda poucos fizeram. “Tens mesmo de dar um salto e ter fé no plano que queres alcançar. Os desafios são físicos e mentais”. A mais memorável de todas as montanhas diz que foi, sem hesitar, a Dhaulagiri no Nepal, porque diz que foi um desafio a vários níveis e até a fez questionar o seu “amor pela escalada”. Diz que quando está em expedições “conhecer pessoas de diferentes backgrounds não lhe permite apenas integrar-se numa cultura completamente diferente, mas também apoiar comunidades locais”.
Em abril fez uma publicação na sua conta de Instagram com uma fotografia sua com a bola oficial do Mundial de Futebol acompanhada pela legenda: “Uma viagem que começou nas ruas de Doha, a jogar futebol descalça com os meus primos, até ser capitã da nossa equipa de futebol no liceu. Um desporto que me empurrou para quebrar barreiras e ensinou o significado de trabalho de equipa”.
A história de Kasia Gallanio é menos inspiradora. A ex-modelo norte-americana de origem polaca também já foi uma princesa do Qatar, uma vez que esteve casada com Abdelaziz bin Khalifa Al-Thani, um tio do atual Emir e ex-ministro do Petróleo e Finanças, segundo conta a Vanity Fair. Foi encontrada morta na cama da sua casa, em Marbella, no passado mês de maio, aos 45 anos, contudo o seu conto de fadas já tinha acabado há muito tempo.
Ex-princesa do Qatar encontrada morta em sua casa em Espanha
Kasia e o marido estavam divorciados e Gallanio travava uma luta pela custódia das três filhas menores (duas gémeas de 17 anos e uma terceira filha com 15) há uma década, além de sofrer de depressão e alcoolismo.
As filhas viviam em Paris com o pai, que reside na capital francesa há 30 anos. Mas, no passado mês de abril, uma das raparigas acusou o pai de abusos sexuais que terá sofrido entre os nove e os 15 anos. O progenitor negou, mas foi mesmo aberta uma investigação por agressão sexual.
Foi uma das filhas que alertou as autoridades espanholas, depois de tentar contactar a mãe sem sucesso. A morte da mulher que era conhecida como a “sheika de Marbella”, exigiu uma investigação profunda. Terão sido encontradas várias garrafas de álcool vazias, vestígios de sangue e antidepressivos na habitação, segundo conta o jornal La Vanguardia. O El Espanhol acrescenta a presença de hematomas nos ombros. A causa da morte foi uma paragem cardiorrespiratória.