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epa10000419 An Iphone with USB-C cable, at the European Parliament in Strasbourg, France, 07 June 2022. The EU have reached an agreement on legislation that will force all future smartphones sold in the EU including Apple's iPhone to be equipped with the USB-C port for wired charging by fall 2024.  EPA/JULIEN WARNAND
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A Apple nunca escondeu o desagrado em relação à regra europeia do carregador universal, mas prometeu cumprir. O iPhone 15 deverá ser o primeiro com USB-C, acreditam os especialistas

JULIEN WARNAND/EPA

A Apple nunca escondeu o desagrado em relação à regra europeia do carregador universal, mas prometeu cumprir. O iPhone 15 deverá ser o primeiro com USB-C, acreditam os especialistas

JULIEN WARNAND/EPA

Vem aí o iPhone 15. É desta que a Apple cede no braço de ferro com Bruxelas nos carregadores?

A Apple prometeu ceder às regras europeias e fazer a transição para o carregador universal, o tipo USB-C. A dias da apresentação do iPhone, além de um carregador diferente, o que mais se pode esperar?

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“Alguém tem um carregador de iPhone?”. A pergunta é um clássico mas terá os dias contados. Do pouco que a indústria sabe sobre o iPhone 15, que será revelado na próxima terça-feira, há um dado praticamente adquirido: a Apple deverá ceder às regras europeias e fazer a transição para um carregador do tipo USB-C. 

No habitual fervilhar de expectativas e rumores que antecedem o evento anual da tecnológica, a ideia da transição ganhou força com as declarações feitas no ano passado por Greg Joswiak, vice-presidente sénior de marketing global da Apple. “Obviamente vamos ter de cumprir”, explicou durante uma conferência do Wall Street Journal quando foi questionado sobre a aprovação da regra europeia do carregador universal. Nunca tinha havido um sinal tão claro de que a Apple iria ceder e cumprir com a lei. Mas o desagrado continuava presente. “Seria melhor para os clientes um governo que não tivesse uma atitude tão prescritiva”, declarou Joswiak.

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Há anos que a União Europeia discute a adoção do carregador universal, numa tentativa de combater o lixo eletrónico. A medida foi aprovada no ano passado e será obrigatória no final de 2024. Assim, em vez de precisar de cabos diferentes (os cabos mini USB, USB-C e Lightning coexistem), a ideia é que o consumidor só necessite de um cabo para carregar diversos equipamentos. Daqui a um ano, todos os smartphones, tablets, máquinas fotográficas, auriculares, computadores, teclados, ratos ou colunas terão de ser vendidos na União Europeia com uma entrada USB-C. Só os equipamentos mais pequenos, como smartwatches e pulseiras de fitness, é que vão ficar à margem desta obrigação.

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Este tipo de ligação já está presente na maioria dos smartphones Android, sendo mesmo o padrão para os carregadores. Só os smartphones da Apple fogem à regra. E, apesar de sempre ter torcido o nariz à ideia de um carregador universal, alguns produtos da tecnológica até já são carregados através de USB-C, como o iPad e os Macbook mais recentes. A confirmar-se a adoção da USB-C, é o fim da linha para o conector Lightning, que se estreou em 2012, com o lançamento do iPhone 5.

Ao Observador, os analistas ligados à área de equipamentos eletrónicos antecipam um evento que deverá ter poucas surpresas no iPhone. A mudança para USB-C, que é dada como quase certa, não é uma grande disrupção, defendem, reconhecendo, porém, que poderá trazer “alguma fricção” para os clientes.

“Não prevejo que seja uma grande questão”, diz Francisco Jerónimo, vice-presidente de dados e analítica da consultora IDC, a propósito da transição para o carregador USB-C. “Há sempre utilizadores que vão ficar descontentes e vão ter de comprar carregadores novos, mas não vai ter o mesmo impacto que teve no passado”, lembrando a anterior mudança para o conector Lightning. Já Ben Wood, da consultora britânica CCS Insight, diz que a mudança “para cumprir com a regulação da União Europeia” é “discutivelmente a maior disrupção do design do iPhone em vários anos, mas dificilmente pode ser considerada uma mudança dramática”.

O analista britânico, que há vários anos acompanha os lançamentos da Apple, antecipa “alguma fricção para clientes da Apple que já têm cabos proprietários Lightning e ‘docks’ em casa”, ou seja, tecnologia que pertence à própria empresa. No entanto, nota que a “Apple já fez a transição de outros dispositivos, como o iPad, para USB-C e é quase certo que o novo cabo seja incluído na caixa do iPhone, ou talvez um adaptador”. E, dada a ampla presença deste tipo de porta noutros equipamentos, Wood considera “difícil que haja clientes que sejam apanhados de surpresa por uma mudança que, a longo prazo, provavelmente vai beneficiá-los, já que um sistema universal de carregamento tem muitas vantagens óbvias”.

A porta Lightning deverá ser substituída por USB-C para responder às regras europeias

NurPhoto via Getty Images

Francisco Jerónimo, da IDC, realça as vantagens para o cliente e acredita que deverá ser por aí que a narrativa da Apple vai passar para comunicar a mudança ao mercado. “Como é óbvio não vão admitir que é uma imposição da União Europeia”, lembrando que a empresa “lutou contra a transição o máximo que conseguiu”. Agora, “vai mesmo ter de cumprir a legislação”, sendo que a “obrigatoriedade foi imposta a qualquer fabricante e não especificamente à Apple”. O especialista acredita que a mudança vai ser “muito benéfica” para o cliente final. “Ter de andar com outro carregador só para o iPhone não é conveniente. É muito mais simples poder carregar o iPhone com o carregador do Mac, se for a uma velocidade mais rápida melhor ainda.”

As consequências para o negócio

Ao longo dos últimos meses, desde que o responsável da Apple disse que marca da maçã irá cumprir a regra europeia, surgiram dúvidas sobre se a adoção seria para o iPhone a nível global ou se surgiria uma versão regional. Ardit Ballhysa, analista de serviços de consumo globais, plataformas e dispositivos da consultora GlobalData, dá quase como certa que a mudança seja global. Ao Observador, explica que “fazer uma mudança de USB-C por região complicaria de forma desnecessária a cadeia de fornecimento da Apple”.

É verdade, nota, que a tecnológica tem uma versão regional com eSIM, os cartões virtuais, disponível apenas nos Estados Unidos. Mas o caso do USB-C é bastante diferente. “É verdade que vimos iPhone só com eSIM nos Estados Unidos e não globalmente, mas é provável que a Apple tenha feito isso porque uma boa parte do mundo não está preparada para smartphones só com eSIM. Não se pode dizer o mesmo no caso do USB-C, que a maioria dos dispositivos a nível global já tem.”

O analista realça que a mudança vai ter pontos positivos para os clientes, mas antecipa que a Apple “arrisca-se a perder receitas nas vendas de adaptadores Lightning, particularmente nas receitas de licenciamento”.

Francisco Jerónimo, da IDC, realça que as vendas de acessórios estão longe de ser a principal fonte de receitas da Apple, esperando um “impacto mínimo” da passagem de Lightning para USB-C. “Não vai haver a mesma procura por acessórios que eventualmente havia, poderá ter algum impacto, mas não vai ser significativo”.

“Não se perspetiva uma grande revolução” no iPhone

Além da alteração de carregador, a indústria antecipa mudanças ligeiras na próxima gama do iPhone. “A atualização anual do iPhone já se tornou um caso estereotipado para a Apple, com melhorias em áreas-chave como a câmara, ecrã ou duração da bateria”, nota Ben Wood, da CCS Insight.

epa10168366 The Apple iPhone 14 Pro on display as members of the media explore several new products introduced during an Apple Special Event on the campus of Apple Park in Cupertino, California, USA, 07 September 2022.  New products include the Apple Watch Series 8, Apple Watch Ultra, Apple Watch SE,  iPhone 14, iPhone 14 Plus, iPhone 14 Pro and iPhone 14 Pro Max and the second generation AirPods Pro.  EPA/JOHN G. MABANGLO

Parte dos modelos 14 revelados há um ano. Os analistas antecipam poucas mudanças a nível de design no evento deste ano

JOHN G. MABANGLO/EPA

O analista acredita que, tal como tem acontecido em apresentações anteriores, a Apple continue a optar por se manter afastada de equipamentos dobráveis. “Tem ignorado os avanços nos equipamentos dobráveis, como a linha Galaxy Z Flip e Fold da Samsung, e tem ficado pela tática de um design já testado e comprovado.” A consultora britânica vê como “desenvolvimento provável um iPad dobrável, algures em 2024” mas não vê razão “para a Apple fazer um iPhone dobrável em breve, já que isso só legitimaria a abordagem adotada pelos rivais”. Além disso, um equipamento do género “vem com muitos riscos e com preços de ficar com lágrimas nos olhos”, nota Ben Wood.

Da Samsung à Huawei, a aposta nos telefones dobráveis ganha força. O que leva a Apple a não ir a jogo?

Ardit Ballhysa, da GlobalData, nota que “ainda há muita incerteza sobre a verdade de ‘leaks’ e rumores”, como por exemplo aquele que menciona a aposta num “iPhone com corpo em titânio”. Também Ballhysa suspeita que venham aí “modelos com uma melhoria da bateria e das câmaras” e alguns avanços nas capacidades do sistema de mensagens por satélite, apresentado no ano passado para usos em situações de emergência.

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Mas, no geral, “não há uma revolução esperada a nível do iPhone”, sintetiza Francisco Jerónimo. “Ninguém sabe exatamente o que é que vai acontecer e o que vai ser anunciado, para além dos rumores que existem, mas não se perspetiva uma grande revolução”. O que quer seja apresentado será “incremental em termos de tecnologia, sejam câmaras ou design.

Jerónimo antecipa que os próximos modelos possam ter um preço “mais alto”. Se assim não for, “será bastante positivo”. Dan Ives, analista da firma de investimento Wedbush, indicou numa nota aos investidores citada pelo site MacRumors que espera preços a rondar os 1.099 e 1.199 dólares nos modelos Pro nos Estados Unidos, um aumento de 100 dólares nos topo de gama do iPhone.

No ano passado, a Apple conseguiu lançar a gama 14 com os preços de 2021 nos EUA. Em Portugal, a faixa de preços era bastante diferente, já que um iPhone 14 foi lançado a partir de 1.039 euros. O modelo Pro custava no lançamento em Portugal 1.349 euros, no mínimo, e o 14 Pro Max arrancava nos 1.499 euros. A diferença de preços dos iPhone consoante os mercados é explicada por fatores como o câmbio ou os impostos.

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A repetir-se a fórmula de outros anos, a gama 15 deverá ser composta por quatro modelos: dois na linha Pro, com funcionalidades mais avançadas, e outros dois mais acessíveis, o iPhone 15 e 15 Plus. Os rumores do mercado antecipam que todos os novos modelos mantenham a Dynamic Island, a “ilha dinâmica”, revelada há um ano. Esta “ilha” é um espaço no ecrã, perto da câmara frontal, onde é apresentada mais informação ao utilizador. Por exemplo, quando recebe uma chamada, a “bolha” dá indicações. Esta área pode expandir-se consoante as diferentes aplicações.

iPhone 14 Pro

A Dynamic Island, a pequena forma visível junto à câmara frontal, com diferentes funcionalidades consoante as aplicações, vai manter-se

O que mais esperar da apresentação de setembro?

O iPhone costuma ser a estrela da apresentação de setembro, mas os analistas antecipam que haja espaço para mais alguns anúncios de produtos. Por exemplo, na linha de smartwatches, é expectável uma ligeira mudança no Apple Watch, como a inclusão de um novo processador na Series 9 do Apple Watch.

Apesar de os serviços estarem a ganhar cada vez mais destaque no negócio da Apple (nos primeiros nove meses do ano fiscal representaram 21% das vendas), Ben Wood não espera “anúncios de novos serviços no evento de setembro”, mas argumenta que “não seria uma surpresa ouvir atualizações sobre a Apple TV+ ou Fitness+, acompanhados de hardware relevante”. “Também há a possibilidade de vermos a apresentação de novos AirPods e a lógica ditaria que também vão fazer a passagem para uma porta de carregamento com USB-C”, acredita este analista.

Em relação ao Apple Vision, o dispositivo de realidade mista apresentado em junho, Francisco Jerónimo não está à espera de grandes novidades. “A Apple continua a trabalhar intensamente com os programadores, alguns já têm acesso ao produto para poderem desenvolver as aplicações, mas não há razão para haver aqui algum tipo de anúncio, seja do produto ou de qualquer tipo de serviço”, nota. A existir alguma novidade sobre o aparelho, poderá ser “eventualmente alguma ideia sobre a disponibilidade”. “Disseram em junho que seria lançado no início do próximo ano nos Estados Unidos e depois mais para o final do ano na Europa. Mas o início do ano pode ser janeiro, março, abril… A não ser que façam um anúncio mais objetivo em relação à data de disponibilidade do produto.”

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Tal como acontece com as principais apresentações da Apple, também vai haver transmissão online do evento desta terça-feira. Vai ser possível acompanhar a apresentação de produtos a partir do site da empresa e também no canal de YouTube, a partir das 18 horas (hora de Lisboa). Este ano, a Apple deu o nome de “Wonderlust” ao evento.

Afastados os constrangimentos da pandemia de Covid-19, a Apple tem optado por abrir as portas do seu quartel-general, o Apple Park, à imprensa e indústria para que possam ver os equipamentos ao vivo.

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