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RITA CHANTRE/OBSERVADOR

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Via Verde Coronária. O caminho mais rápido e eficaz para salvar o coração

O Hospital Garcia de Orta, em Almada, é um dos 20 em Portugal preparados para socorrer casos de enfarte com um tratamento rápido e adequado. Ligar para o 112 é a melhor atitude para salvar vidas.

São 12h00. Edgar Gomes está sentado na cama 5 da Unidade de Cuidados Coronários, no piso 7, do Hospital Garcia de Orta (HGO), em Almada. Sentada numa cadeira, ao seu lado, está Carla Patrício, sua mulher. Seis dias antes, Edgar sentiu-se mal durante a madrugada. A meio da noite levantou-se da cama. A mulher percebeu que algo de errado se passava e foi atrás dele. A sentir-se indisposto e meio cambaleante, o marido dirigiu-se para a casa de banho. Quando lá chegou, sentou-se e poucos segundos depois entrou em paragem cardiorrespiratória.

Edgar não se lembra do que aconteceu. Os espaços em branco na sua memória são preenchidos por Carla, que se recorda de todos os acontecimentos daquela noite, passo por passo. “Assim que ele entrou em paragem, iniciei as manobras de suporte básico de vida”. Alarmada com a situação e com os dois filhos a assistir ao que estava a acontecer, pediu à filha mais velha para ligar de imediato para o 112, continuando a fazer a massagem de reanimação. Só parou quando uma viatura do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) chegou.

A equipa tomou o lugar de Carla e reanimou o doente. Em seguida, fizeram um eletrocardiograma, que confirmou que Edgar estava a ter um enfarte agudo do miocárdio. Apesar de preocupante, a notícia não foi totalmente inesperada. Carla é enfermeira e sabe que o marido, de 44 anos, é um doente de risco. Além de fumador, há três anos teve um enfarte. E sabe que, quando o primeiro evento ocorre, a probabilidade de a pessoa voltar a ter um aumenta, sobretudo se os fatores de risco não forem controlados.

Edgar Gomes já tinha tido um enfarte e perante os sintomas de um novo episódio, a mulher Carla, que é enfermeira, rapidamente percebeu o que se estava a passar e pediu à filha para ligar para o 112

RITA CHANTRE/OBSERVADOR

A equipa do INEM avaliou o doente, acionou a Via Verde Coronária – uma estratégia implementada por todo o país que permite o acesso precoce aos cuidados médicos mais adequados, por parte dos doentes que se encontram em situação de doença cardíaca aguda – e transportou-o para o Garcia de Orta, um dos 20 hospitais em Portugal preparados para socorrer casos de enfarte agudo do miocárdio, onde já esperavam pela sua chegada. Edgar entrou diretamente na sala de angiografia, no piso 1, sem parar nas urgências e pouco tempo depois estava a fazer o cateterismo cardíaco e a desobstruir uma artéria do coração através de uma angioplastia.

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Todos os anos mais de 10 mil portugueses sofrem um enfarte agudo do miocárdio, vulgarmente conhecido como ataque cardíaco, um problema que ocorre quando uma das artérias do coração fica obstruída, fazendo com que uma parte do músculo cardíaco entre em sofrimento por falta de oxigénio e nutrientes. Para dar resposta à necessidade de aumentar a rapidez no acesso de doentes como Edgar aos cuidados de saúde e reduzir a mortalidade associada ao enfarte, o INEM e a Direção-Geral da Saúde, criaram em 2007 a Via Verde Coronária, através do Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares.

No Garcia de Orta, a Via Verde Coronária começou em 1999, alguns anos antes da implementação da estratégia a nível nacional, para assegurar o tratamento de doentes com enfarte agudo do miocárdio, por angioplastia primária [procedimento que permite desbloquear uma artéria do coração que está obstruída]. Hélder Pereira, diretor do Serviço de Cardiologia e da Unidade de Cardiologia de Intervenção explica que a equipa já executava aquele procedimento “de forma regular há já alguns anos” e que, desde essa data, nunca parou, “funcionando 24 horas por dia, sete dias da semana, durante todo o ano, mesmo quando esta prática era assegurada apenas por dois elementos médicos num hospital com uma única sala de angiografia distribuídas por cinco especialidades”.

Os 20 hospitais portugueses com Via Verde Coronária

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1. Hospital de São Pedro, Vila Real (ULS Trás-os-Montes e Alto Douro)

2. Hospital de Braga (ULS Braga)

3. Hospital de São João, Porto (ULS São João)

4. Hospital de Santo António, Porto (ULS Santo António)

5. Hospital Eduardo Santos Silva, Vila Nova de Gaia (ULS Gaia/Espinho)

6. Hospital Padre Américo, Penafiel (ULS Tâmega e Sousa)

7. Hospital de São Teotónio, Viseu (ULS Dão-Lafões)

8. Hospital Pêro da Covilhã, Covilhã (ULS Cova da Beira)

9. Hospitais da Universidade de Coimbra (ULS Coimbra)

10. Hospital de Santo André, Leiria (ULS Região de Leiria)

11. Hospital Fernando Fonseca, Amadora (ULS Amadora/Sintra)

12. Hospital de Santa Cruz, Carnaxide (ULS Lisboa Ocidental)

⁠13. Hospital de Santa Marta, Lisboa (ULS São José)

14. Hospital de Santa Maria, Lisboa (ULS Santa Maria)

15. Hospital Garcia de Orta, Almada (ULS Almada-Seixal)

16. Hospital de São Bernardo, Setúbal (ULS Arrábida)

17. Hospital do Espírito Santo, Évora (ULS Alentejo Central)

18. Hospital de Faro (ULS Algarve)

19. Hospital Divino Espírito Santo, Ponta Delgada, Açores

20. Hospital Central da Madeira, Funchal

 

Atualmente, a equipa é constituída por quatro cardiologistas de intervenção, cinco técnicos de cardiopneumologia e entre 15 a 17 enfermeiros que vão rodando pelas quatro salas de angiografia disponíveis para diferentes especialidades, entre elas, cardiologia de intervenção, cirurgia vascular, neurorradiologia e neurocirurgia.

Com uma área de influência direta composta pela população de Almada e Seixal, o Garcia de Orta, que integra a Unidade Local de Saúde (ULS) Almada-Seixal, presta assistência a cerca de 350 mil habitantes. A este número acresce, em algumas situações, a população proveniente dos hospitais da Península de Setúbal (cerca de 790 mil habitantes), nomeadamente doentes neurocirúrgicos, casos de trauma complicado e, desde fevereiro deste ano, doentes coronários provenientes da ULS do Arco Ribeirinho, no Barreiro.

O circuito está definido desde o primeiro sinal ou sintoma, seja dor no peito, com ou sem irradiação para o braço esquerdo, costas ou mandíbula, ou ainda suores frios intensos, acompanhados de náuseas e vómitos. Normalmente os sintomas duram mais de 20 minutos e podem ocorrer de forma repentina ou gradualmente.

Perante qualquer sintoma, “é importante ligar imediatamente para o número de emergência médica – 112 – e esperar pela ambulância, que está equipada com aparelhos que registam e monitorizam a atividade do coração e permitem diagnosticar o enfarte”, sublinha Hélder Pereira, esclarecendo que, para isso, a equipa só precisa de efetuar um eletrocardiograma quando chega ao local.

Perante qualquer sintoma [dor no peito, com ou sem irradiação para o braço esquerdo, costas ou mandíbula, ou ainda suores frios intensos, acompanhados de náuseas e vómitos] “é importante ligar imediatamente para o número de emergência médica – 112 – e esperar pela ambulância, que está equipada com aparelhos que registam e monitorizam a atividade do coração e permitem diagnosticar o enfarte”, diz o cardiologista Hélder Pereira.

Feito o diagnóstico, “os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM ativam a Via Verde Coronária e fazem o transporte do doente de forma rápida e segura para o hospital mais indicado, permitindo um tratamento mais rápido e adequado”, afirma o cardiologista. Ainda no caminho, contactam o serviço de cardiologia com laboratório de hemodinâmica da área de referência, para que a equipa médica esteja preparada para iniciar a angioplastia primária assim que o doente chegar.

No caso do Garcia de Orta, se o doente chegar ao hospital durante o dia, entra diretamente para uma das salas, onde um dos quatro cardiologistas de intervenção da equipa, que já foi informado da sua chegada, o aguarda para fazer o procedimento. No entanto, se der entrada durante a noite, como aconteceu com Edgar Gomes, o médico que está de prevenção é contactado por telefone, assim como a restante equipa constituída por dois técnicos de cardiopneumologia e um enfermeiro, que se dirigem de imediato para o hospital. Cerca de 25 minutos depois, reúnem-se na sala de hemodinâmica para dar início à intervenção.

Este é um cenário a que Cristina Martins, cardiologista de intervenção do Garcia de Orta, está habituada. Ainda na noite anterior esteve de prevenção e teve de vir ao hospital fazer uma angioplastia. O procedimento começa com uma pequena picada na artéria radial (no pulso) ou menos frequentemente na artéria femoral (que fica na zona da virilha). Através dela é inserido um tubo muito fino (cateter), que vai ser guiado até ao coração. Depois de lá chegar, o médico injeta “um contraste que permite identificar a artéria que está entupida e através do cateter é introduzido um fio guia que atravessa a obstrução”, diz. Sobre o fio guia, o cardiologista de intervenção pode introduzir, ou não, um balão que será insuflado na zona obstruída e “é implantado um stent, um pequeno tubo de rede metálica que mantém o vaso aberto, restabelecendo o fluxo sanguíneo da artéria”, reforça. Tudo isto é feito com o doente acordado e apenas com uma ligeira anestesia local na zona em que a artéria é picada.

Cristina Martins revela que aproveita este momento de relação próxima entre médico e doente para falar de alguns fatores de risco que potenciam o enfarte agudo do miocárdio, como, por exemplo, o consumo de tabaco. “Se for fumador, digo-lhe que é importante deixar de fumar. Esta é uma ocasião em que está mais fragilizado, mas também recetivo às recomendações dos médicos.”

Perante uma suspeita de enfarte, um doente é submetido a um cateterismo cardíaco para observação das artérias coronárias e se existir um bloqueio é efetuada uma angioplastia primária

RITA CHANTRE/OBSERVADOR

Atualmente, a angioplastia é o melhor tratamento para o enfarte agudo do miocárdio. E, segundo o diretor da Unidade de Cardiologia de Intervenção do Garcia de Orta, percebe-se por quê. “Se agirmos precocemente, quando temos uma artéria obstruída e a abrimos, restabelecemos o fluxo sanguíneo para o coração e o doente fica, na maioria dos casos, sem qualquer sequela.” Já a fibrinólise, ou seja, a toma de medicação que permite dissolver o coágulo que causa a obstrução, é uma solução alternativa que “só abre a artéria em 50% dos casos e não trata a lesão”. “Aliás, se o doente fizer a fibrinólise, obrigatoriamente tem que fazer um cateterismo nas horas seguintes”, afirma.

Em Portugal tratam-se, anualmente, cerca de 4 mil doentes por angioplastia primária, refere Hélder Pereira. “Nós tratamos à volta de 180 doentes. Este ano esse valor é capaz de aumentar, devido à suspensão do atendimento urgente e do internamento do Serviço de Cardiologia do Hospital do Barreiro, da ULS do Arco Ribeirinho.” Um número que corresponde, em média, segundo o cardiologista, a tratar um enfarte dia sim, dia não. Mas este não é um cenário linear. “Podemos ter alturas em que recebemos dois casos num dia e depois ficarmos outros sem receber nenhum doente.” Foi o que aconteceu nos dois dias de reportagem em que o Observador visitou a Via Verde Coronária do HGO: não deu entrada nenhum caso de enfarte.

Horas antes, durante a madrugada, Cristina Martins tratou de um homem que se deslocou pelos seus próprios meios até ao hospital. “O doente sentiu-se mal e veio a conduzir até aqui, o que é um perigo, pois o risco de fazer uma fibrilhação ventricular, isto é, uma arritmia potencialmente fatal caracterizada por ritmos incompatíveis com a vida, causando paragem cardíaca, é maior”, afirma a cardiologista. Esta é uma situação “frequente nas primeiras horas após o enfarte e quando morrem mais doentes, mas se a pessoa estiver acompanhada pela equipa de emergência está protegida deste perigo”.

Todos os segundos contam

Quando se trata de salvar o coração, o tempo é essencial, tanto no diagnóstico como no tratamento. Por isso, quanto mais rapidamente o doente for tratado, maior a possibilidade de recuperação. “O enfarte tem de ser tratado preferencialmente nas seis horas a seguir ao aparecimento dos sintomas”, diz a cardiologista. Caso contrário, “uma parte importante do miocárdio poderá morrer e o doente pode sofrer de insuficiência cardíaca”. “Como costumamos dizer, tempo é miocárdio.”

As boas práticas do tempo “porta-balão” – da porta da urgência até receber tratamento —, estão estipuladas em 60 minutos. Já o tempo total entre o início dos sintomas e o tratamento não deve ultrapassar as duas horas, pois, quanto mais se demorar a tratar, pior será o resultado. Outro parâmetro que deve ser tido em conta é o tempo desde a admissão hospitalar até o doente fazer o eletrocardiograma, que deve ser inferior a 10 minutos.

1117

Casos de suspeita de enfarte agudo do miocárdio encaminhados pelo INEM através de Via Verde Coronária

No primeiro semestre de 2023, o INEM encaminhou 1.117 casos de suspeita de enfarte agudo do miocárdio para os hospitais com Via Verde Coronária, mais 59% relativamente ao mesmo período de 2022.

Segundo o INEM, este aumento de 416 doentes pode justificar-se pela maior consciencialização da importância do contacto para o 112 perante sintomas de enfarte, mas também devido à implementação da iTEAMS, uma nova ferramenta de registo clínico que permite reunir mais dados e otimizar a cadeia de transmissão de informação clínica, desde o evento até à chegada do doente no hospital.

No Garcia de Orta, é possível cumprir estes tempos, embora haja algumas variáveis a ter em conta, nomeadamente se os doentes chegam ao hospital com o INEM ou não. “Por norma, os que vêm apresentam melhores tempos do que os que se dirigem ao hospital pelos seus próprios meios”, diz Hélder Pereira.

Dados de um trabalho realizado em maio de 2016 pela iniciativa Stent For Life, atualmente designada Stent Save a Life, que visa salvar vidas através da melhoria do tratamento às vítimas de enfarte e da qual o especialista do Hospital Garcia de Orta (HGO) faz parte, indicam que o doente que vai pelos seus próprios meios demora em média 102 minutos a ser assistido, enquanto se chamar os meios de emergência médica esse tempo reduz para 50 minutos.

Para melhorar estes resultados, Hélder Pereira sublinha a importância de o doente pedir ajuda o mais cedo possível, lembrando que quando a artéria é desentupida durante a primeira hora “o músculo cardíaco recupera completamente”. O HGO continua a receber doentes que “chegam tardiamente e com muito mais complicações” em grande parte devido “aos constrangimentos que têm sido apontados às urgências nos últimos tempos”.

Cristina Martins também tem uma palavra a dizer sobre o assunto e alerta para a necessidade de a população saber reconhecer os sinais e sintomas do enfarte agudo do miocárdio e ativar de imediato a emergência médica, através do número 112, em vez de ir ao hospital pelos seus próprios meios. Algo que acontece em cerca de 50% dos casos. “O doente tem de ter a noção de que pode estar com um enfarte e não desvalorizar os sintomas ou esperar que passem”, reforçando também a importância de se “apostar em campanhas de sensibilização e de educação de suporte básico de vida, principalmente nas camadas jovens da população”.

As boas práticas do tempo “porta-balão”, ou seja, da porta da urgência até receber tratamento, estão estipuladas em 60 minutos. Já o tempo total entre o início dos sintomas ao tratamento não deve ultrapassar as duas horas, pois quanto mais se demorar a tratar, pior será o resultado.

Hélder Pereira tomou ainda a área do Hospital do Barreiro como um exemplo da vantagem de o doente ligar de imediato para o 112, evitando o chamado transporte secundário ou inter-hospitalar. Nesse caso, “o INEM transporta diretamente o doente para o hospital mais próximo com Via Verde Coronária, o Hospital Garcia de Orta ou o Hospital de São Bernardo, em Setúbal”. Mas se o doente se dirigir pelo seu próprio pé ao Hospital do Barreiro, “acaba por perder muito mais tempo porque é necessário efetuar a sua transferência para um dos hospitais mais próximos com essa valência e o INEM não assegura esse transporte”, diz.

O transporte secundário é uma questão que tem gerado constrangimentos não só no Garcia de Orta, mas em todo o país, pois “com as equipas das urgências desfalcadas, conseguir, em tempo recorde, disponibilizar um médico e um enfermeiro para acompanharem o doente a outra unidade hospitalar, é uma tarefa muito complicada” e que poderá interferir no prognóstico do doente que necessita de ser transportado.

Recuperar de um enfarte

Na Unidade de Cuidados Coronários, no piso 7, encontramos Rita Gomes, médica cardiologista. É lá que tem trabalhado desde que chegou a este hospital no início de julho e que recebe os doentes que sofrem um enfarte, desde os que são logo tratados e mantêm a função cardíaca conservada aos que chegam ao hospital numa fase mais tardia, já com mais de 48 horas de evolução e, por vezes, sem terem indicação para abrir o vaso sanguíneo. “Estes casos evoluem habitualmente pior, desenvolvendo insuficiência cardíaca, eventualmente com choque cardiogénico [quando o coração não consegue manter fluxo sanguíneo adequado]. Depende muito do tempo que os doentes levam até virem para o hospital.”

É no Serviço de Cardiologia e na Unidade de Doentes Coronários que os doentes internados devido a enfarte são rapidamente socorridos e ficam internados para vigilância apertada

RITA CHANTRE/OBSERVADOR

Foi aqui que Edgar ficou após de ter sido submetido à angioplastia que o salvou pela segunda vez naquela noite. A primeira foi quando a mulher, que é enfermeira, fez as importantes manobras de suporte básico de vida até o INEM chegar à sua casa.

Geralmente, o doente permanece 24 horas na unidade de cuidados coronários e, caso não haja nenhuma complicação, passa para uma enfermaria, mantendo a devida monitorização do ritmo cardíaco [monitorização eletrocardiográfica] até ter alta, quatro ou cinco dias depois. Ainda quando está internado, o doente deve começar com a prevenção secundária para evitar que o evento volte a acontecer. “Deve fazer a medicação prescrita e controlar fatores de risco como a hipertensão, o colesterol, a diabetes e o excesso de peso”, diz Rita Gomes. É também importante que inicie o programa de reabilitação cardíaca ainda no hospital. Atualmente, apenas 10% dos doentes em Portugal têm acesso a programas de reabilitação cardíaca, o que, segundo Hélder Pereira, comporta importantes consequências na sua qualidade de vida.

“O doente tem de ter a noção de que pode estar com um enfarte e não desvalorizar os sintomas ou esperar que passem”, refere a cardiologista Cristina Martins, reforçando a importância de se “apostar em campanhas de sensibilização e de educação de suporte básico de vida, principalmente nas camadas jovens da população”. Sabe-se que em 50% dos casos as pessoas dirigem-se pelos próprios meios ao hospital, o que está associado a um pior prognóstico.

Apesar de ter ficado sem qualquer sequela depois de estar em paragem cardiorrespiratória durante oito minutos, Edgar teve de permanecer nesta unidade mais tempo. Neste caso, como já tinha havido um episódio de enfarte, mesmo seguindo a medicação à risca, “o doente tem indicação para colocar um cardiodesfibrilhador implantável que monitoriza o coração e corrige o ritmo cardíaco através de um choque quando este é anormal”, explica Rita Gomes.

Arterial é uma secção do Observador dedicada exclusivamente a temas relacionados com doenças cérebro-cardiovasculares. Resulta de uma parceria com a Novartis e tem a colaboração da Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca, da Fundação Portuguesa de Cardiologia, da Portugal AVC, da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral, da Sociedade Portuguesa de Aterosclerose e da Sociedade Portuguesa de Cardiologia. É um conteúdo editorial completamente independente.

Uma parceria com:

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