A publicação começa logo por questionar se “há censura em Portugal”, afirmando de seguida que um homicídio que envolveu extrema violência em Sesimbra não foi noticiado pela imprensa em Portugal. Mas será mesmo assim?

O texto da publicação diz que a informação não foi divulgada pela imprensa nacional e que se tratou de uma “decapitação em Sesimbra por imigrantes”. Na linha seguinte este utilizador ataca a “continuada política de ‘portas abertas’ há [sic] imigração e naturalização de imigrantes, a violência e insegurança, vão continuar a aumentar em Portugal”. Na imagem, a prova de que a notícia saiu em alguma imprensa, o Portugal Resident.

Esta publicação local tem distribuição semanal e no Algarve, descrevendo-se como um jornal para a comunidade inglesa naquela região. É vendido “de Este a Oeste do Algarve”, segundo consta na apresentação do jornal no seu site, é membro da Associação do Turismo do Algarve e media partner das Câmaras do Comércio portuguesa e luso-britânica.

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Posto isto, a própria imagem desmente a publicação em análise, já que mostra que a informação afinal saiu em Portugal. Foi noticiada por um órgão de comunicação que é vendido no Algarve, embora entre uma comunidade específica. Mas não ficou por aqui.

No dia 6 de Julho, três dias depois do incidente, o Correio da Manhã noticiou o mesmo episódio que aconteceu na Quinta do Conde, em Sesimbra, e que envolveu dois homens de nacionalidade paquistanesa com cerca de 30 anos, depois de uma discussão à saída de uma loja. O jornal contava que a vítima mortal vivia em Portugal há dez anos.

Conclusão

É falso que a notícia de um crime de decapitação em Sesimbra, ocorrido no início de julho, tenha sido ocultado pela imprensa em Portugal. O episódio foi relatado na edição do Correio da Manhã do dia 6 de julho, três dias depois do episódio ter acontecido. Além disso, a publicação diz que se tratou de uma decapitação “por imigrantes”, tratou-se de um crime praticado por um imigrante sendo a vítima também imigrante.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:

FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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