Elon Musk, dono de empresas como a Tesla e a rede social X, considerado o homem mais rico do mundo, foi um dos principais vencedores das eleições presidenciais norte-americanas.
O bilionário sul-africano esteve ao lado de Donald Trump em vários comícios e ações de campanha. Foi considerado uma “estrela” pelo Presidente eleito dos Estados Unidos, num comício na Flórida, e empenhou-se diretamente na campanha do candidato republicano. Como? Chegou a realizar sorteios diários e a entregar prémios de um milhão de dólares a eleitores que assinassem uma petição em que afirmam apoiar a liberdade de expressão e o direito às armas.
O empenho foi recompensado. Elon Musk foi uma das primeiras nomeações de Donald Trump para a sua futura administração na Casa Branca. O empresário vai chefiar um novo departamento: de “eficiência governamental”, ao lado de um outro ex-candidato republicano Vivek Ramaswamy. Têm até dia 4 de julho de 2026 para completar os objetivos a que se propõem, como por exemplo: eliminar “desperdiço e fraude” que Donald Trump diz compor os 6,5 mil milhões de dólares anuais da despesa governamental.
É seguindo este contexto que surgem as primeiras acusações nas redes sociais. Várias publicações apontam o dedo ao CEO de empresas como a Tesla e a Space X: “Elon Musk utilizou a Starlink para manipular as nossas eleições, para que ele possa ter coisas boas enquanto inflige dor aos americanos. Vamos mesmo fechar os olhos e deixar os piores de nós governar o país?”
Donald Trump acabou, de facto, por vencer as eleições e chegou mesmo a dar um cargo no seu executivo a Elon Musk. Mas terão as eleições sido manipuladas?
Vamos por partes. A Starlink é o nome da rede de satélites desenvolvida pela empresa Space X, que tem como objetivo fornecer internet a baixo custo para locais remotos, de acordo com a descrição no site oficial da empresa. O objetivo ambicioso da Space X é ter até 42 mil satélites para fornecer internet a empresas ou casas, em todo o mundo. Em setembro de 2024, havia mais de 6 mil satélites em órbita e funcionamento.
Apesar da dimensão, a teoria de que os satélites Starlink possam ser utilizados para manipular as eleições não tem qualquer fundamento.
Foi a própria diretora da Agência de Segurança Cibernética e Infraestrutura dos Estados Unidos a assegurar, numa declaração a 6 de novembro, que as eleições presidenciais tinham acontecido sem “nenhuma evidência de qualquer atividade maliciosa que tenha tido um impacto material na segurança ou integridade” da infraestrutura eleitoral do país.
Além disso, autoridades eleitorais de vários dos swing states que foram decisivos para a vitória de Donald Trump — Carolina do Norte, Geórgia e Pensilvânia — confirmaram à Associated Press que os equipamentos de votação não só não utilizam os satélites Starlink, como nem sequer estão ligados à internet. Na Geórgia, as alegações são mesmo consideradas “absolutamente absurdas” e na Carolina do Norte é explicado que os votos são “criptografados da origem ao destino, evitando que os resultados sejam modificados em trânsito”.
Conclusão
São as próprias autoridades eleitorais dos Estados Unidos a rejeitar acusações de “atividade maliciosa” durante as últimas eleições presidenciais, que acabaram com a vitória de Donald Trump. Em estados, como a Carolina do Norte, os esclarecimentos enviados à Associated Press mostram que os equipamentos de votação nem sequer estão ligados à internet.
Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:
FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.