Num vídeo divulgado no Facebook veem-se veículos e elementos militares em movimentações e algumas bandeiras brancas hasteadas. A publicação diz que se trata de “centenas de tropas ucranianas” e “veículos de infantaria” que se “renderam hoje em massa às tropas russas”.
Não há qualquer referência à origem deste vídeo que é divulgado como prova e que não permite verificar, à primeira, se se trata de um momento de rendição — que, de resto, nunca foi noticiado neste mais de um ano e meio de guerra na Ucrânia.
O vídeo aproveitado nesta publicação é de um momento de troca de prisioneiros de guerra, entre a Ucrânia e o grupo para-militar russo, os Wagner, em maio de 2023, como é possível verificar nestas imagens divulgadas pelo Washington Post e também pelo The Telegraph ou pela EuroNews. O próprio grupo Wanger divulgou um vídeos de mais de sete minutos desse mesmo momento, no seu canal no Telegram, com a legenda “Troca de prisioneiros 25/05/23”, bem como o exército ucraniano, com a legenda “Troca de prisioneiros, vídeo com drone”.
Nessa altura, a Ucrânia confirmou oficialmente a libertação de 106 militares ucranianos que tinham sido feitos prisioneiros pelos russos quando defendiam a cidade de Bakhmut, no leste do país. Não foi divulgado quantos militares russos que estavam em cativeiro foram libertados de volta.
Troca de prisioneiros. Ucrânia recupera 106 militares capturados pelas forças russas em Bakhmut
Conclusão
Estas imagens não são de um momento de rendição de militares ucranianos às forças russas, mas sim de uma troca de prisioneiros de guerra entre forças ucranianas e forças do grupo Wagner, que aconteceu no dia 25 de maio de 2023. Foi um momento reportado por diversos meios de comunicação social internacionais, nacionais e também pelas duas partes envolvidas, através de vídeos e informações divulgadas nas suas redes sociais.
Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:
FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.