O Papa Francisco esteve vários dias em Portugal, durante a Jornada Mundial da Juventude, onde fez vários discursos, a maioria dirigidos aos mais jovens. Uma publicação no Facebook, do passado dia 3 de agosto, parece ter levado essa mensagem juvenil mais longe do que era suposto. Ou do que era verdade. Num longo texto, cuja autoria é atribuída ao Papa Francisco, a certa altura lê-se o seguinte: “Precisamos de Santos de calças de ganga e ténis”. Trata-se, no entanto, de uma publicação falsa.
Olhando exclusivamente para a publicação, não se percebe quando nem onde é que Papa Francisco teria falado sobre esta tal necessidade de ter um tipo de santo mais ajustado ao século XXI. O autor não cita qualquer fonte, nem sequer artigo ou mesmo um vídeo daquele alegado discurso.
Quanto à data da publicação, que coincide com a estada do Papa Francisco em Lisboa para as JMJ, que decorreram entre 1 e 7 de agosto, não foi possível encontrar nenhum discurso sequer semelhante ao que o autor partilhou. Quando se pesquisa por estas palavras percebe-se que este texto já chegou a circular no Brasil, em 2013, quando o país organizou a JMJ do Rio de Janeiro, como aponta outro fact-checker, o Boatos.org. Nesse artigo, refere-se que este texto já circulava muitos anos antes, sendo, muitas vezes, atribuído de forma incorreta a um dos antecessores de Francisco, João Paulo II.
Conclusão
Não é verdade que o Papa Francisco tenha dito de que precisamos de santos que usem ténis e calças de ganga. O Pontífice nunca referiu essa necessidade — ou fez tal alusão — nos vários dias em que esteve em Lisboa para a Jornada Mundial da Juventude. Além disso, este texto já andava a circular nas redes sociais, pelo menos, desde 2013, altura em que o mesmo evento foi organizado no Rio de Janeiro, em Brasil. E antes ainda chegou a ser atribuído, erradamente, a João Paulo II.
Segundo a classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:
FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.