Os relatos de que Volodymyr Zelensky, Presidente da Ucrânia, esteve desaparecido durante 24 horas e foi encontrado inconsciente na casa de banho de uma discoteca LGBTQIA+ estão a circular nas redes sociais. Associado à alegação há um excerto de um vídeo que, supostamente, o prova. Mas será assim?

Em primeiro lugar, não há qualquer informação fidedigna que dê conta de um desaparecimento de Zelensky, nem sequer por um dia — o que seria irrealista num cenário em que a Ucrânia vive em guerra após a invasão russa e todos os olhos estão postos no conflito. Seria praticamente impossível o Presidente ucraniano estar desaparecido e não haver qualquer notícia sobre o caso em jornais internacionais reputados.

Mas a prova de que se trata de uma alegação falsa e de um vídeo cuja imagem foi adulterada está no YouTube. Publicado a 15 de maio de 2014 — e com quase sete milhões de visualizações, um dos mais vistos no canal certificado —, o vídeo original permite perceber, ao minuto 1:10, que o homem deitado no chão não é Zelensky — ao contrário do que mostra a imagem agora partilhada nas redes sociais e que é, portanto, falsa. Ou seja, o vídeo original foi manipulado.

De acordo com a informação presente na descrição do vídeo original, tratou-se de uma operação policial em Uralmash, um bairro em Ecaterimburgo, na Rússia, há mais de 10 anos — e não é conhecida qualquer ligação entre essa ação policial e o Presidente ucraniano.

Conclusão

O vídeo original mostra com clareza que as imagens que estão a circular nas redes sociais, e alimentam a tese de que Zelensky foi encontrado inconsciente após 24 horas desaparecido, são falsas e foram adulteradas. Não só não há qualquer informação fidedigna de que o Presidente da Ucrânia tivesse estado desaparecido, como o vídeo original, que tem mais de dez anos, permite perceber que o homem que surge inconsciente não é Zelensky.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:

FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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