Uma delegação israelita que será liderada pelo chefe da Mossad (serviços secretos israelitas), David Barnea, partirá para o Cairo este domingo. O objetivo é continuar as negociações tendo em vista o acordo para um novo cessar-fogo em Gaza, como conta o jornal Haaretz.

Durante a manhã deste sábado já tinha sido negociada a chegada ao Cairo da delegação do Hamas, que diz estar presente apenas para acompanhar as conversações, e não para participar ativamente nelas.

A Reuters citava há poucas horas um comunicado emitido pelo Hamas em que o grupo diz estar “comprometido” com as condições propostas por Joe Biden para um cessar-fogo (na proposta apresentada a 2 de julho) e “pronto para implementá-las”. Segundo o Hamas, Israel tem estado a “obstaculizar” as negociações para um cessar-fogo.

Um novo ataque israelita em Gaza, desta vez no campo de refugiados de Bureij, fez vários mortos e vítimas.

Segundo o relato da Al-Jazeera, a maioria das vítimas serão crianças.

Pelo menos 37 palestinianos morreram este sábado em ataques do exército israelita na Faixa de Gaza, especialmente na zona de Khan Yunis, no sul do enclave, onde os hospitais receberam 32 corpos, segundo fontes médicas palestinianas. Esta é a soma do número de mortos no ataque que já tínhamos referido ao início da manhã e de outros ataques que decorreram de madrugada.

No bairro de Al-Amal, no oeste de Khan Yunis, um ataque à casa de uma família matou onze pessoas, incluindo quatro crianças. Outro ataque com um drone na zona de Katiba, no centro da cidade, matou outras oito pessoas. Também em Katiba, cinco pessoas foram mortas por um bombardeamento israelita contra um tuk-tuk, segundo a Defesa Civil de Gaza.

Além disso, um homem foi morto por fogo de artilharia disparado contra tendas de pessoas deslocadas também na zona de Khan Yunis, que já recebeu 12 ordens de retirada em agosto, obrigando à deslocação de cerca de 250 mil pessoas antes do regresso da ofensiva militar de Israel nessa zona.

As equipas da Defesa Civil recuperaram ainda três corpos em Rafah, no extremo sul da Faixa, onde as tropas israelitas entraram em maio e essa semana afirmaram ter derrotado os quatro batalhões que compunham a Brigada Rafah do Hamas, além de terem destruído cerca de 150 túneis na zona.

As autoridades de Gaza denunciaram este sábado que, desde o início da guerra, a “área humanitária”, supostamente segura para os civis, foi reduzida de 230 quilómetros quadrados (63% da superfície) para 35 quilómetros, o equivalente a 9,5% da área de Gaza território.

O exército israelita informou sobre as suas operações do último dia no centro e sul da Faixa, onde afirmou ter matado “dezenas de terroristas em combate corpo a corpo”, muitos deles no bairro de Tal al-Sultan, em Rafah.

Segundo a Al-Jazeera, uma delegação do Hamas está neste sábado a caminho do Cairo para acompanhar as negociações para um cessar-fogo. A ideia não será participar nas conversações, mas “receber atualizações” sobre as mesmas.

Uma delegação israelita esteve no Cairo esta semana, e em Doha nos dias anteriores, para discutir a última proposta de acordo com os negociadores enviados pelos Estados Unidos e pelo Egito.

O exército de Israel fala, num comunicado citado pelo jornal israelita Haaretz, em ataques que terão matado “dezenas de terroristas” na cidade de Gaza e em Rafah nas últimas 24 horas. Segundo o mesmo comunicado, entre os mortos estaria um elemento do Hamas, Taha Abu-Nada, que seria um dos responsáveis pela produção de armas e equipamentos para o grupo.

Pelo menos 12 palestinianos, incluindo duas crianças, morreram esta madrugada na sequência de ataques israelitas na zona de Khan Younis e do campo de refugiados de Nuiserat, escreve a Reuters, citando a agência palestiniana Wafa. Os ataques terão feito ainda 15 feridos.