Teixeira da Mota, advogado de Rui Pinto, referiu que “é previsível que resulte alguma condenação”. À saída do tribunal, Teixeira da Mota referiu que terá de ler com atenção as alterações anunciadas pelo coletivo de juízes para perceber se vai ou não pronunciar-se.

“É uma questão técnica, é complexa, são umas dez páginas, que vamos ler calmamente. Temos 10 dias para nos pronunciarmos e a seguir se verá”, acrescentou.

Leitura do acórdão adiado, o coletivo de juízes deu ainda 10 dias para a defesa de Rui Pinto e de Aníbal Pinto se pronunciar sobre as alteração não substanciais dos factos provados durante o julgamento. Caso queiram pronunciar-se, voltam ao tribunal dia 26 de maio, às 10h, para produção de prova suplementar.

A juíza Margarida Alves anunciou que a leitura do acórdão foi adiada para o dia 13 de julho. Em causa está uma alteração não substancial dos factos.

Rui Pinto já entrou na sala do tribunal. À semelhança daquilo que aconteceu nas sessões anteriores, Rui Pinto está de máscara.

Os representantes dos assistentes e os advogados de Rui Pinto já estão também na sala e falta apenas o coletivo de juízes, liderado por Margarida Alves.

Durante quatro sessões, que decorreram em novembro do ano passado, Rui Pinto falou, pela primeira vez, em tribunal para analisar a acusação do Ministério Público. Assumiu a autoria de vários acesso a contas de e-mails, negou outros, explicou como começou o Football Leaks, revelou que está a trabalhar com as autoridades francesas e assumiu que está arrependido.

“Este processo permitiu aprender muitas coisas. É que o crime, mesmo com boas intenções, não compensa. Sabendo o que sei hoje, não voltaria a meter-me numa destas. A minha vida está de pernas para o ar”, disse Rui Pinto logo na primeira sessão.

Rui Pinto. Correções à acusação, explicações, pedidos de desculpa e as dúvidas que ficam das quase 24 horas em que foi ouvido em tribunal

Rui Pinto foi acusado de 90 crimes, mas o Ministério Público, nas alegações finais, deixou cair um crime de sabotagem informática à Sporting SAD, por considerar que não ficou provado durante o julgamento. Também nas alegações finais, a procuradora Marta Viegas pediu pena de prisão para o pirata informático, apesar de não ter indicado a duração da pena. “O projeto Football Leaks foi idealizado pelo arguido Rui Pinto”, disse a procurado do MP no primeiro dia de alegações finais, que decorreram em janeiro deste ano.

O pirata informático está então acusado de crimes de acesso indevido, violação de correspondência, acesso ilegítimo e uma tentativa de extorsão ao fundo de investimento Doyen.