Momentos-chave
Histórico de atualizações
  • Fica aqui o que de mais importante resultou desta audição e dos documentos enviados pelo Governo (e não só) sobre o processo de venda das barragens.

    Venda de barragens da EDP gerou reservas dentro da APA, mas Finanças não avaliaram impacto financeiro de negócio entre privados

  • E fica por aqui a audição conjunta dos ministros das Finanças e Ambiente na comissão parlamentar do Ambiente e Território. Ainda se aguardam mais esclarecimentos sobre a polémica fiscal que envolve a venda das barragens da EDP. Há documentos que ainda não foram enviados e uma audição anunciada pelo PS da Diretora-Geral de Impostos. Obrigada por nos ter acompanhado.

  • Fisco ativou 113 vezes cláusulas anti-abuso fiscal, mas não há dados sobre o grau de sucesso na cobrança

    É o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais a fechar a audição. Mendonça Mendes invoca declarações de Mariana Mortágua à Rádio Observador onde a deputada reconhece que o artigo 60 não isenta a EDP de pagar imposto de selo. Se não isenta, não deixa no ar a ideia de que essa alteração fiscal foi introduzida para esse efeito.
    Mendonça Mendes revela ainda que a cláusulas anti-abuso fiscal foram ativadas 113 vezes pelo Fisco, mas não sabe indicar qual o grau de eficácia na cobrança de impostos, nomeadamente em caso de contestação judicial das liquidações adicionais.

  • Processos que envolvem barragens. Engie não pode queixar-se ao Estado se surgirem problemas

    São as últimas respostas. Outra vez o parecer interno da diretora da APA que dizia não estarem reunidas as condições para autorizar o negócio. Matos Fernandes diz a Mariana Mortágua que é “um erro dizer que o Governo não acatou os pareceres da APA porque a decisão final da Agência Portuguesa do Ambiente foi favorável.
    O ministro disse que foi graças ao parecer da diretora que foram fixadas as condições ambientais mais exigentes.
    Sobre a dúvida quanto ao valor dado às barragens neste negócio, o ministro reconhece que existem ações contra o Estado português que põe em causa a decisão de extensão de concessão das barragens. Essas ações continuam em cima da mesa e podem mudar o resultado, mas esse é um problema da EDP e da Engie,
    Por conselho das Finanças foi introduzida uma cláusula no contrato segundo a qual a Engie não se pode queixar ao Estado ou pedir o que quer que seja se o negócio vier a ter problemas.

  • "Estado não impediu negócio, porque não quis". Matos Fernandes diz que EDP passa a ser menos monopolistas

    Respostas a Joacine Katar Moreira.
    O ministro do Ambiente esclarece que o Estado não impediu o negócio porque não quis. Vemos com bons olhos a diversificação dos donos das fontes da energia, afirmou Matos Fernandes, “Não tenho nada contra a EDP, mas é uma empresa claramente monopolista, e passa a ser menos do que é. Não tinha nenhuma razão para me opor.”
    João Leão reafirma que as obrigações fiscais são declarativas e que o Fisco não faz avaliações prévias. O momento de atuar é agora, mas o ministro lembra que as declarações fiscais relativas ao ano de 2020 — e que cobrem outros impostos como IRC — só são entregues em meados do ano. Só nesse momento saberemos que impostos vão declarar.

  • Matos Fernandes: "Não tinha de haver contrapartidas num negócio em que o Estado não é parte"

    Gonçalves da Cunha, deputado do CDS, reconhece a complexidade técnica da matéria fiscal que poucos no Parlamento terão capacidade para compreender e questiona se foi pedida alguma contrapartida para o Estado.
    Matos Fernandes responde que não tinha de haver contrapartidas de um negócio em que o Estado não é uma parte, mas confirma que sugeriu que a nova empresa compradora tivesse sede na região.
    Reconhecendo que o pacote vendido pela EDP tem três barragens já feitas nos anos 50 e que não têm contrapartidas recentes como as negociadas nas outros três, o ministro explica que foram já identificados 200 projetos a desenvolver em benefício da região e que contarão com a participação da Engie e da EDP.

  • Artur Silva do PAN confronta a postura dos dois ministros com a que António Costa teve sobre o tema no debate quinzenal e estranha que Matos Fernandes e João Leão ajam como se não tivessem poder para influenciar o negócio.

    O ministro das Finanças responde que é nos estados ditatoriais que os governos usam o fisco para perseguir opositores políticos.

  • PCP diz que Governo só tem uma solução: "Não permitir que o negócio vá para diante" 

    António Filipe do PCP defende que só o Governo tem prerrogativa para impedir o negócio. Considerando a questão fiscal muito relevante, o deputado lembra a investigação judicial sobre a extensão do domínio hídrico para considerar que esta operação terá consequências nos próximos anos. O Governo só tem uma forma de resolver: “Não permitir que o negócio vá para diante.”

  • Todas as operações de planeamento fiscal "terão a resposta que merecem" do Fisco e da Justiça

    Mendonça Mendes não vê como é possível invocar o famoso artigo 60 para enquadrar uma transmissão de concessão com direito a isenção. E esclarece que o que está a ser transferido é o estabelecimento da concessão, não abrangido pelo artigo 60, remetendo para outro artigo que obriga a pagar imposto de selo.

    E responde para Mariana Mortágua: “Estamos mais de acordo do que aparenta uma discussão contaminada por pequenos soundbites”.

    E reafirmou que todas as operações feitas com planeamento fiscal abusivo com simulação “terão a resposta que merecem da AT e da Justiça.”

  • Matos Fernandes responde às questões do Bloco e garante que o parecer final da APA, e não o parecer da diretora dos recursos naturais citado por Mariana Mortágua, validou a transferência das barragens.
    E aponta o dedo a Mariana Mortágua por omitir partes do documento do Movimento Terras de Miranda, que segundo o ministro, foi pedir um favor: mudar a lei.

  • Isenção não se aplica a barragens. "O problema é que a EDP está a simular uma reestruturação", diz Mariana Mortágua

    Mariana Mortágua reconhece que a isenção fiscal do artigo 60 não se aplica trespasse de barragens, como aliás defende o Governo. “O problema é que a EDP está a simular uma reestruturação empresarial com neutralidade fiscal”, argumenta, lembrando que o partido se absteve na votação da alteração.

    A deputada responde ainda a João Paulo Correia para sublinhar que a suspeita não é sobre a Autoridade Tributária, é sobre o Governo quando autorizou o negócio. E lembra que justiça está a investigar a hipótese de crime. O primeiro passo para fiscalizar com rigor é o Governo enviar todos os documentos pedidos pela AR.

  • Bloco: "O Estado achou que as contas de Manuel Pinho e António Mexia eram boas para este negócio"

    Mariana Mortágua revela que o Ministério das Finanças só enviou esta terça-feira os documentos pedidos há várias semanas e, mesmo assim, rasurados. E volta a questionar falta de documentação pedida.

    A deputada do Bloco, que está também a acompanhar a audição de Vítor Bento na comissão de inquérito ao Novo Banco, insiste que o Estado não estava obrigado a autorizar a venda num contrato que chama alhos a bugalhos.

    O parecer da APA diz que o Governo tem poder discricionário para impor condições a este negócio. E cita “acusação grave” do parecer que considera não estarem reunidas as condições para autorizar a transmissão, face às normas legais, e ao valor definido, no âmbito de investigações que estão a ser investigadas na justiça.

    “O Estado achou, assumiu que as contas de Manuel Pinho e António Mexia eram boas para este negócio.”

    A APA põe em causa o processo judicial que põe em causa o valor das barragens.

  • Secretário de Estado usa caso de pequena empresa para explicar porque alteração à lei fiscal não se aplica às barragens

    Ministro das Finanças diz que o Governo não faz alterações à medida da lei. E a que foi feita ao artigo 60 dos Benefícios Fiscais a isenção não se aplica a trespasses de barragens, mas sim a rendimentos não habitacionais e diz que o objetivo foi simplificar.

    E remete para Mendonça Mendes para explicações mais detalhadas. “A AT sabe distinguir o que são os alhos e os bugalhos. Se um contribuinte quiser fazer passar uns por outros”, garantiu.

    O objetivo foi permitir que num caso de reestruturação quando os imóveis tenham sempre o mesmo tratamento, independentemente de serem arrendados ou não. E dá um exemplo:

    Se uma empresa tiver um restaurante e uma mercearia e decidir separar os dois por duas empresas. Se o restaurante fosse propriedade da sociedade ficaria isento. Se tivesse contrato de arrendamento, toda a operação de reestruturação iria pagar 5% de imposto de selo.

    Foi isto e mais nada.

  • O ministro do Ambiente explica que a EDP tentou pagar IMI de barragens nacionalizadas e que foi com base em pareceres da AT e da Procuradoria que se concluiu que não havia lugar ao pagamento do IMI e do IMT.

    Sobre o Imposto do Selo, o que “sempre disse foi que caberá à AT apurar se deve ou não ser cobrado”.

  • PSD cita Matos Fernandes e devolve a acusação. "Se há alguém a pressionar a AT é o ministro

    Inqualificável, foi assim que o deputado do PSD Afonso Oliveira começou por responder às acusações do ministro do Ambiente. E lembra que Matos Fernandes afirmou no final de 2020 que não existiriam impostos como o IMI, IMT e imposto de selo.

    “Se há alguém a pressionar a AT é o ministro do Ambiente. Se houvesse a atitude correta, isto não aconteceria”.

    O deputado do PSD questiona agora a alteração feita pelo Governo em 2020 ao estatuto dos benefícios fiscais. Para que doi feita esta alteração? Quantos casos de isenção houve ? E qual o montante que não cobrou? Pode a EDP invocar esta alteração?

  • Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais diz que este é "um debate muito fácil para o campo populista"

    O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Mendonça Mendes, intervém para assinalar que o sistema fiscal é muito complexo.

    Quando está em causa uma operação com esta envergadura e um sistema complexo o “pior é sermos pouco rigorosos quando abordamos os temas. Dizem-se muitas inverdades técnicas, o que contamina o debate.”

    “É um debate muito fácil para o campo populista e muito difícil para os defensores do Estado de direto”.

    Deixou a garantia de que a AT não perderá a possibilidade de arrecadar a receita. E avisou que “quem falha tem de ser desmascarado de forma implacável”. Mas não se devem fazer julgamentos antecipados.

  • PS diz que EDP não explicou negócio "criativo" e chama diretora-geral do Fisco

    O deputado socialista João Paulo Correia deixa críticas ao presidente da EDP que ouvido no Parlamento não soube explicar porque foi feito um negócio tão “complexo e criativo”.
    E se o interesse era patrimonial ou fiscal. O PS também quer saber se houve planeamento fiscal abusivo e anuncia que vai requerer a presença da diretora-geral da Autoridade Tributária no Parlamento.

  • Estado não tem interesse em ficar com barragens. Teria de pagar 2,2 mil milhões sem garantia de reembolso

    O ministro do Ambiente responde também às acusações feitas pelo Movimento Terras de Miranda que recebeu em setembro para entregar um documento onde eram apenas listados os impostos que deviam ser pagos na operação de venda de barragens e a referência de forma vaga a tentativas de fuga aos impostos.
    Matos Fernandes diz que o Movimento queria uma alteração à lei fiscal à medida desta operação, de forma a garantir que o imposto de selo fosse entregue às comunidades atravessadas pelas barragens. Mas à oposição “nada cheirou a esturro, tudo cheirou a santo”.
    O ministro do Ambiente defendeu ainda que o “Estado não tinham nem tem interesse de exercer direito de preferência e pagar 2,2 mil milhões de euros para ficar a explorar as barragens, sem a garantia de que seria reembolsado num concurso público para a sua cedência a privados.

  • Matos Fernandes acusa PSD de pressionar a justiça e a Autoridade Tributária

    Matos Fernandes reforça os ataques ao “partido do Dr. Rui Rio” que acusa de ter ensaiado uma fuga para a frente ao fazer uma participação à PGR. “A judicialização da política é a prova provada que o PSD já não tinha mais argumentos a favor da causa política”.

    Par Matos Fernandes, o PSD sugeriu que o Estado deve interferir na configuração jurídica dos negócios privados o que seria contra a liberdade de iniciativa. E acusa o partido pressionar a Justiça e a AT, ao dar como certo o que era incerto e concluir desde já que haveria lugar ao pagamento de impostos e de que impostos.

  • Matos Fernandes começa por clarificar que a Agência Portuguesa do Ambiente validou os requisitos técnicos e financeiros da operação e que agiu para fazer cumprir as obrigações ambientais, “que é o que está no parecer que leu”, afirmou em resposta a Mariana Mortágua.

    O que encontra na recomendação interna (lida pela deputada) também encontra nas cartas à EDP que foram enviadas ao Parlamento, acrescenta.

    E se “o PSD acredita que cabe ao Ministério do Ambiente fiscalizar o pagamento de impostos, pensa mal”. Matos Fernandes volta a acusar o partido de mentir aos transmontanos “quando deu por certo o que era incerto. “Ambos os partidos deveriam saber que era incerto”.

    E cita um parecer vinculativo da AT de 2017 que ´é claro como água” e que não tem a ver com negócio concreto e um parecer da PGR emitido sobre esta matéria em 2007 .

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