Jeremy Konyndyk, presidente da organização humanitária Refugees International e antigo responsável pela ajuda humanitária em caso de catástrofe nos governos de Obama e Biden, afirmou que os lançamentos aéreos são “quase a pior forma de entregar ajuda”: “Só se recorre quando há algo no terreno que impede a utilização de melhores meios de transporte”, afirmou, citado na Al Jazeera.

“São muito dispendiosos, são perigosos porque há muita coisa que pode correr mal quando as coisas caem e fornecem um volume muito pequeno de ajuda. Relativamente ao nível de necessidade que existe atualmente em Gaza, não é suficiente para fazer uma mossa significativa na crise humanitária”, continuou.

“Temos de perguntar: porque é que isto é necessário? Bem, é necessário porque, nos últimos cinco meses, a ofensiva militar israelita tornou praticamente impossível a existência de operações humanitárias normais em Gaza”, acrescentou Konyndyk.

A Al Jazeera está a avançar que as forças israelitas iniciaram “uma vaga de intensos ataques aéreos e terrestres” na zona de Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza, e em Khan Younis, no sul.

#شاهد

جانب من القصف الجنوني الذي نفذه طيران الاحتلال على مناطق في خانيونس ودير البلح، قبل قليل. pic.twitter.com/VRGEBzxvFG

— Newpress | نيو برس (@NewpressPs) March 2, 2024

A diretora executiva da UNICEF, Catherine Russell, considerou “horríveis” as notícias de que pelo menos 10 crianças morreram em Gaza de desnutrição e desidratação.

No X, alertou que uma em cada seis crianças com menos de dois anos sofre de subnutrição aguda no norte de Gaza.

Horrific news out of Gaza that at least ten children have reportedly died of malnutrition and dehydration so far, while many more are on the brink.
 
1 in 6 children under the age of two in north Gaza are acutely malnourished.

— Catherine Russell (@unicefchief) March 2, 2024

Mohamed Ali al-Houthi, presidente do Comité Revolucionário Supremo, órgão executivo dos houthis, afirmou considerar Rishi Sunak e o governo britânico responsáveis pelo afundar do navio de carga Rubymar.

“Sunak tem uma oportunidade de recuperar o Rubymar se permitir a entrada de comboios de ajuda humanitária em Gaza”, escreveu no X.

O navio de carga Rubymar foi abandonado no Mar Vermelho após ter sido atingido por um míssil dos houthis a 18 de fevereiro.

Depois de o exército norte-americano ter feito a sua primeira entrega de ajuda humanitária a Gaza — foram largadas mais de 35 mil refeições —, o Presidente dos EUA considerou que a ajuda é ainda insuficiente.

“A quantidade de ajuda que está a chegar a Gaza não é suficiente e continuaremos a fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que chegue mais ajuda”, escreveu Joe Biden numa publicação no X.

Together with Jordan, the United States airdropped the first package of aid into Gaza today.

The amount of aid flowing to Gaza is not nearly enough and we will continue to pull out every stop we can to get more aid in. https://t.co/K4GHVwpcNL

— President Biden (@POTUS) March 2, 2024

O porta-voz do exército israelita afirmou que os soldados israelitas não abriram fogo de forma intencional contra os palestinianos que, na quinta-feira, esperavam a distribuição de comida no norte da Faixa de Gaza. O ataque fez 118 mortos e 760 feridos.

“Tratou-se de uma operação humanitária que realizámos e a alegação de que atingimos intencionalmente o comboio e ferimos intencionalmente pessoas não tem fundamento”, afirmou Daniel Hagari durante uma conferência de imprensa, citado pelo Times of Israel.

“Estamos a investigar este incidente, temos todas as imagens de que precisamos para concluir uma investigação exaustiva e descobrir a verdade dos factos deste incidente, e apresentaremos as conclusões”, acrescentou.

As Forças de Defesa de Israel reivindicaram os ataques a dois edifícios militares do Hezbollah em Labbouneh, no sul do Líbano.

No X, afirmaram que durante o dia de hoje as forças israelitas atacaram também outra base da organização em Ramyah.

מטוסי קרב תקפו לפני זמן קצר שני מבנים צבאיים של ארגון הטרור חיזבאללה במרחב לבונה שבדרום לבנון

מוקדם יותר היום, הותקף מבנה צבאי נוסף של הארגון במרחב רמיה pic.twitter.com/iOZgrEdTmG

— צבא ההגנה לישראל (@idfonline) March 2, 2024

A Al Jazeera avançou que Mohammad Khaled Zabad, uma criança de 13 anos, morreu depois de ter sido alvejada pelas forças israelitas perto do campo de Jalazone, no norte de Ramallah, na Cisjordânia.

“Chegámos até ele e o Crescente Vermelho Palestiniano tentou prestar-lhe os primeiros socorros de emergência”, disse Hamdan, o diretor do centro de imprensa de Jalazone. “Ele estava inconsciente e não tinha batimentos cardíacos. Foi transferido para o hospital em Ramallah, onde foi anunciada a sua morte”.

Segundo o Crescente Vermelho, a criança foi baleada nas costas e deixada a sangrar durante quase uma hora. Os membros da organização palestiniana tentaram reanimá-la, mas não conseguiram.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom, condenou o ataque israelita deste sábado contra uma tenda num acampamento em Rafah, que abrigava várias pessoas desalojadas, e que fez 11 mortos e pelo menos 50 feridos.

“Relatos de que tendas que abrigavam pessoas deslocadas em Rafah foram bombardeadas — matando 11 pessoas e ferindo 50, incluindo crianças — são ultrajantes e indescritíveis”, escreveu numa publicação no X.

“Entre os mortos estão dois profissionais de saúde”, avançou.

Reports that tents sheltering displaced people in Rafah were bombed – reportedly killing 11 people and injuring 50, including children – are outrageous and unspeakable.

Among those killed are two health workers.

Health workers and civilians are #NotATarget, and must be…

— Tedros Adhanom Ghebreyesus (@DrTedros) March 2, 2024

O exército israelita confirmou a morte de mais três soldados em Gaza, avançou a Al Jazeera. O número oficial de mortos sobe assim para 245.

Os três soldados, de 19 anos, morreram depois de entrarem num edifício em Khan Younis, no sul de Gaza, que estava armadilhado com dois engenhos explosivos que detonaram. 14 ficaram feridos.

O Crescente Vermelho palestiniano denunciou através de uma publicação no X que 14 membros continuam detidos pelas forças israelitas, incluindo sete que foram presos há 23 dias quando trabalhavam no hospital Al Amal, no sul da Faixa de Gaza.

“O PRCS expressa profunda preocupação com a segurança das suas equipas detidas, cujo destino permanece desconhecido, e apela à comunidade internacional para intervir urgentemente para pressionar as autoridades de ocupação israelitas a libertarem imediatamente os nossos colegas detidos”, lê-se na publicação.

The Israeli occupation continues to arrest 14 PRCS members , including 7 who were arrested from inside Al-Amal Hospital 23 days ago.
🚨PRCS expresses deep concern for the safety of its detained teams, whose fate remains unknown, and calls on the international community to… pic.twitter.com/8YhnDgrJbf

— PRCS (@PalestineRCS) March 2, 2024

A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, vai reunir-se com o membro do gabinete de guerra de Israel Benny Gantz na segunda-feira, avançou um funcionário da Casa Branca, citado no The Guardian.

O encontro vai acontecer na Casa Branca.

O Hamas afirmou que lançou vários ataques bem sucedidos contra tanques e drones das forças israelitas na zona de Zeitoun, no centro de Gaza.

Segundo avançou a Al Jazeera, o grupo islamita palestiniano disse ter atingido dois tanques israelitas Merkava com mísseis Yasin 105 e outros dois tanques com explosivos.

Um alto funcionário da administração norte-americana afirmou que Israel “basicamente aceitou” um acordo de cessar-fogo de seis semanas, que inclui a libertação de reféns, e que cabe ao Hamas concordar com a proposta.

“Os israelitas concordaram com um cessar-fogo de seis semanas, agora cabe ao Hamas concordar”, disse, citado na Al Jazeera. Caso concordem, segue-se uma “segunda fase” para “construir algo mais duradouro”.

A proposta inclui ainda a libertação pelo Hamas dos reféns considerados vulneráveis, incluindo doentes, feridos, idosos e mulheres.

“Neste momento, a bola está no campo do Hamas e nós continuamos a insistir tanto quanto possível”, afirmou.

Cerca de 15 mil pessoas juntaram-se hoje a uma marcha a pé que culminou em Jerusalém e liderada pelas famílias dos reféns, para exigir um acordo de tréguas com o Hamas que permita o regresso dos sequestrados.

A marcha teve início na passada quarta-feira em Reim, local do festival de música onde o Hamas massacrou cerca de 360 pessoas em 7 de outubro, e no hoje à tarde chegou a Jerusalém, onde se pretende manifestar mais tarde na praça Paris, defronte da residência do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Prevê-se que vários milhares de pessoas se juntem ao protesto perto da residência de Netanyahu, mas também noutras cidades do país, para exigir que o governo negoceie uma trégua para trazer de volta todos os reféns.

O Hezbollah reivindicou hoje vários ataques contra as instalações militares de Al-Raheb, ao largo da cidade de Aita Al-Shaab, no sul do Líbano.

De acordo com a Al Jazeera, comunicaram ainda ataques a uma concentração de soldados israelitas nas proximidades de Jal al-Alam, em frente à cidade libanesa de Naqoura.

Muitos dos palestinianos mortos ou feridos, quando tentavam obter sacos de farinha de um comboio de ajuda humanitária, foram atingidos por disparos do exército israelita, referiu hoje o serviço diplomático da União Europeia, pedindo uma investigação internacional.

“A responsabilidade por este incidente recai sobre as restrições impostas pelo exército israelita e as obstruções impostas por extremistas violentos ao fornecimento de ajuda humanitária”, declarou o Serviço Europeu para a Ação Externa, numa referência ao ataque junto de um comboio de assistência em Gaza, após quase cinco meses de combates entre Israel e o Hamas.

Os habitantes do norte de Gaza dizem que começaram a procurar nos montes de entulho e de lixo qualquer coisa para alimentar os seus filhos, que mal comem uma refeição por dia e muitas famílias começaram a misturar alimentos para animais e aves com cereais para fazer pão.

“Estamos a morrer de fome”, disse à agência norte-americana Associated Press Soad Abu Hussein, uma viúva e mãe de cinco filhos que se abrigou numa escola do campo de refugiados de Jabaliya.

Subiu para 118 o número de mortos na sequência do ataque israelita contra os civis palestinianos que, na quinta-feira, aguardavam a distribuição de comida no norte da Faixa de Gaza, avançou a Al Jazeera.

Os números são do Ministério da Saúde palestiniano, controlado pelo Hamas, que, em comunicado, adiantou que 760 pessoas ficaram feridas.