Crónica de uma morte anunciada é um título perfeito para descrever o PS de Pedro Nuno Santos. Não é difícil perceber o precipício em que Portugal cairá – menos riqueza e mais pobreza. A visão santista é ainda mais distante da realidade. O objectivo é a consolidação da Socializândia no metaverso, onde os socialistas já vivem há anos.
Pedro Nuno Santos referiu um ciclo novo. Contudo, como um bom (e velho) incumbente não dispensou com velha e esfarrapada demagogia socialista: a mentira. Não, não se admirem. É na mentira que se sente seguro. Afinal, foi o meio que o trouxe até este momento. O actual Secretário-geral do PS, que mente há anos, manteve essa postura nas suas intervenções. É simultaneamente impossível e improvável que Pedro Nuno Santos desconhecesse que fez parte de um governo cujo líder (António Costa) também disse aos professores para emigrarem e que não soubesse que foi o Governo socialista de José Sócrates que colocou Portugal sobre a alçada do Procedimento por Défice Excessivo da Comissão Europeia. Para mim, isto não é apenas mentir. Também é desonestidade. Mas adiante.
Pedro Nuno Santos apresentou várias propostas. Nenhuma delas, sem excepção, representa menos Estado e diminuição da despesa pública. Ficamos com uma ideia do que nos espera: mais Estado e um país reforçado ideologicamente à esquerda. Nada de surpreendente. Contudo, tendo em conta que Pedro Nuno Santos se afirma social-democrata e apoiante dos empresários qual é a coerência destas propostas com a social-democracia e os apoios às empresas? Será com nacionalizações que vai ajudar os empresários?
Pedro Nuno Santos assume que faz erros, mas não os corrige. E o que anuncia é um reforço da coisa socialista – coisa é o termo que eu utilizo para descrever a gestão socialista. A mentira vai continuar a alimentar a ilusão e o desfasamento da realidade.
Política de mínimos, ou pior do que isso, é o que Pedro Nuno Santos nos dará. Preparem-se para uma saúde pública mínima, educação pública mínima, serviços públicos mínimos, justiça de mínimos, transportes mínimos, habitação mínima, etc. Pedro Nuno Santos faz a apologia dos mínimos.
Apesar de afirmar que não tem complexos ideológicos, em nenhuma das propostas de apresentou Pedro Nuno Santos demostra uma réstia de mudança de pensamento que possibilite vislumbrar capacidade para alterar o paradigma económico vigente em Portugal. Os obstáculos às empresas privadas e aos empresários vão aumentar.
Como já referi, já sabemos o que esperar de Pedro Nuno Santos. Pessoalmente, fará como António Costa. Vai ficar com os louros pelas boas medidas que foram tomadas por outros e vai aprimorar a arte do auto-elogio e da vitimização. Em termos políticos o que a visão santista nos trará é mais Estado. Só não sei qual destes dois futuros escolherá:
- o de Lenine – toda a sociedade se tornará num único escritório e uma única fábrica, com trabalho igual e salário igual;
- ou o de Trotsky – num país em que o Estado é o único empregador, oposição significa morrer lentamente de fome. O velho princípio «quem não trabalha, não come» foi substituído por um novo «quem não obedece, não comerá».
Não quero acreditar que o mote vai passar do “Quem se mete com o PS, leva” para “Quem não vota PS, não come”…
Dito isto, Pedro Nuno Santos também se congratulou por com a TAP e com a CP ter demonstrado que “as empresas públicas não estão condenadas a ser deficitárias”. Começo a suspeitar sobre o que levou Pedro Nuno Santos a não gerir o negócio da família.
Para além de ser outra mentira, ambas estas empresas foram salvas com o dinheiro dos contribuintes, dinheiro esse que não será recuperado. A decisão do Governo socialista em sanear financeiramente a TAP e a CP representou, pelo menos, um custo de 3.2 mil milhões e de 1,8 mil milhões respectivamente, entre outras compensações. Pedro Nuno Santos, Ministro que tutelou ambas as empresas, não sabe responder a isto, mas como seria caracterizada a tesouraria e os resultados de ambas as empresas se estas tivessem de pagar juros e amortizações de capital destes valores?
O Estado ter um sector empresarial não é mau. Indesejáveis são os pressupostos da gestão da esquerda, especialmente quando alicerçada na mentira sistemática. Há sempre uma razão para as decisões socialistas. A pobreza requer cidadãos ignorantes (e obedientes). Não admira que o PS não queira promover a literacia económica e financeira nas escolas.
Post-scriptum: o 24º Congresso do PS foi uma fogueira de vítimas. Sim, não é de vaidades. Vítimas! Melhor demonstração do ópio dos socialistas, a vitimização, seria impossível. Nunca vi tantos chorões num partido político. Tiveram tudo nas mãos, até uma maioria. Mas só sabem queixar-se…