Há dois pontos indiscutíveis no futebol português. É óbvio que o Benfica é o clube com mais adeptos. Sendo assim, não é difícil concluir que na maioria das profissões associadas ao futebol, a maioria também será benfiquista. Por exemplo, a maioria dos jornalistas desportivos é seguramente adepta do Benfica. Também não há qualquer dúvida que nenhum benfiquista perdoa ao Porto ter acabado com a hegemonia do Benfica no futebol português. No futebol, os benfiquistas são todos saudosistas do Estado Novo. O tempo em que ganhavam quase sempre, o Sporting de vez em quando, e o Porto quase nunca. Eis o sonho de todos os benfiquistas: o regresso às décadas de 1960 e de 1970.
O início da nova época permitiu aos benfiquistas sonharem. Um sonho que resultou do entusiasmo pela vitória no ultimo campeonato, com a qual já não contavam (mas que mereceram, como já escrevi aqui), e dos 5-0 ao Sporting na final da supertaça. De repente, tudo parecia possível para o planeta benfiquista. Em Agosto, os benfiquistas já se viam campeões (normalmente é em Maio que se decide o campeonato), e ganhariam ao Porto, pelo menos, por 3-0. E esta era a opinião dos adeptos mais modestos. A maioria estava certo de que seria uma goleada, por uns 4 ou 5 a zero.
Os meses entre o fim do último campeonato e o jogo do passado fim de semana entre o Benfica e o Porto foram uma manifestação brutal da propaganda benfiquista. Não era apenas o campeonato que já estava ganho, o Benfica também iria mostrar finalmente a toda a Europa que pode ganhar uma Champions. Bruno Lage já era melhor do que Mourinho. E até os jovens da formação eram todos como João Félix.
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