Somos cada vez mais pobres. Somos cada vez mais um país sem futuro. Somos governados por políticos que põem os interesses pessoais e partidários à frente dos interesses dos portugueses.

Os nossos governantes não respeitam os cidadãos. Mentem e omitem com uma gratuidade surpreendente. Nunca assumem a responsabilidade por nada. Nem por eles próprios, nem entre eles, têm respeito. Não admira. Há anos que banalizam a (sua própria) autoridade, não se preocupando com o preço que a sociedade paga devido à vulgarização da autoridade.

Depois de mais um episódio na novela da gestão da TAP, António Costa veio agora dizer que teria obrigado à demissão imediata de Hugo Mendes. Mas alguém acredita nisso? Alguma vez António Costa demonstrou esse tipo de firmeza? Foi obrigado a demitir Constança Urbano de Sousa (pelo Presidente da República). Quantas asneiras cometeu Eduardo Cabrita até que, visivelmente contrariado, o Primeiro-ministro teve de o demitir? E que dizer de Pedro Nuno Santos? Depois do que fez, o Primeiro-ministro só o desautorizou? A verdade é esta: António Costa é um líder fraco.

António Costa – o Primeiro-ministro que afirmou que só lhe competia gerir o gabinete dele, dando a entender que o resto do Governo estava em roda livre (e a ocultação da nomeação da mulher de João Galamba prova-o) – só diz que demitiria Hugo Mendes “na hora” por já não ter de o fazer. É fácil falar depois das coisas terem acontecido. Principalmente quando António Costa não faz ideia do que se passa nos ministérios do seu Governo.

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Obviamente, a postura da mentira e da omissão não se limita ao PS. Mas é bom (re)lembrar que António Costa começou a exercer cargos eleitos há 40 anos, ou seja, perto de dois terços da sua vida estão ligados à política. Para além de um estágio numa firma de advogados, que possibilitou a António Costa ser admitido na Ordem dos advogados, não há registos significativos de actividade no sector privado. António Costa é um homem do sector público. E, enquanto decisor público, as suas decisões já custaram milhares de milhões aos portugueses.

Diz-se abertamente que a culpa morre solteira entre os políticos. A prática demonstra-o. Então, de quem é a culpa da culpa morrer solteira? Infelizmente, é dos Portugueses. Repito para que não haja dúvidas. A culpa de Portugal ser governado por medíocres é da maioria dos portugueses. Não está em causa escolher o PS. Em democracia, a escolha popular é soberana e deve ser respeitada (especialmente quando não concordamos com a mesma). Mas a escolha em eleições devia ser sempre crítica e rigorosa.

Os portugueses deviam exigir aos seus governantes trabalho e resultados em prol de um país mais rico, em vez de se resignarem às migalhas ocasionais e às habituais promessas vazias de intenção.

Adaptei um texto que circula na internet há algum tempo para ilustrar a minha afirmação. Primeiro deve ser lido de cima para baixo e depois de baixo para cima para que a mentira revele a verdade. Lado a lado, a leitura é mais fácil.

Se continuarem a ser eleitas as mesmas pessoas, continuaremos a ser enganados.