A direita não abdica dos princípios fundadores da nossa democracia. Da “necessidade imperiosa de se concretizarem, na nossa vida coletiva, as exigências do progresso, em todas as suas formas”, como afirma a Declaração de Princípios do CDS de 1974. A direita resiste à tentação bélica, mesmo que veja espezinhados pelos adversários princípios que considera fundamentais. A direita é inclusiva. Procura integrar as valências da diversidade, na busca de respostas para ricos e pobres, patrões e empregados, novos e velhos, vítimas e criminosos. A direita quer ser verdadeiramente alternativa, implementar uma estratégia global e patriótica que abarque todos. Vemos como um todo o setor público, privado e social; o Estado, as famílias e o indivíduo. Acreditamos na complementaridade sob a coordenação pública. Mas preferimos soluções vindas da sociedade civil, das estruturas que estão mais próximas dos problemas. Por isso mesmo, combatemos a burocracia, as “taxas e taxinhas” exigidas pelas estruturas públicas, que asfixiam o dinamismo dos empreendedores e a liberdade de iniciativa. Queremos responder às aspirações comuns das pessoas. Não a agendas ideológicas que exploram as minorias e fenómenos marginais. É esta a vocação humanista de um partido como o CDS. É este espaço político que não é representado por nenhuma outra força política. É esta a linha que a direção do CDS de Francisco Rodrigues dos Santos personifica.

Todos quantos nele se revêm são chamados a tomar partido. Os que hoje votam a moção de confiança no Conselho Nacional do partido devem ter consciência de que o que está verdadeiramente em jogo não é este ou aquele. E que romper com a linha dos que nos trouxeram até aqui não pressupõe prescindir dos seus protagonistas. A fidelidade aos fins começa na escolha dos meios. Essa escolha tem de ser feita dentro e fora do CDS. Dentro, dando reais condições de liderança a quem foi mandatado para liderar uma mudança. Colmatando, contribuindo, complementando, sem acalentar o medo do diferente e uma descrença de princípio. As virtualidades do pluralismo, alternância e complementaridade começam dentro de casa. E que bom seria, ver os críticos internos baixar armas, fazer jus ao princípio de que a união faz a força. Unir tropas para encarar as próximas eleições autárquicas. Fora, agindo com a consciência de que é preciso dar força ao CDS. Não permitir a orfandade do espaço político que só este representa. A responsabilidade da verdadeira alternativa ao socialismo está nas mãos dos que se envolvem na ação política. E nas mãos de quem os apoia ou desapoia, vota ou se abstém. É a hora de opções políticas sobre o futuro do CDS. Aprovar a moção de confiança à atual direção é acreditar que ainda vamos a tempo de cumprir a missão única e imprescindível do CDS.

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