Ontem foi aprovado na generalidade o quarto Orçamento do Estado proposto por este governo. Quando esta fórmula governativa foi encontrada, poucos acreditaram que o executivo teria condições para cumprir o seu mandato até ao fim. O que na altura se dizia é que a incapacidade para aprovar um orçamento seria a prova final da ilegitimidade política desta geringonça.

Ao fim de quatro anos, é claro que a maioria dos prognósticos estavam errados. Também eu me enganei. Nem um só orçamento eu esperava que fosse aprovado. Ou melhor, pensava que seria aprovado, rejeitado por Bruxelas e que, quando Portugal tivesse de fazer as devidas alterações, o PCP se recusaria. Enganei-me, portanto, tal como a grande maioria dos opositores desta fórmula governativa.

Mas, na verdade, penso que o engano foi mais profundo do que parece à primeira vista. Não só nos enganámos nas previsões que fizemos, como também nos enganámos, para desespero de muitos, na desejabilidade desta solução que Costa encontrou. Olhando para trás, a ideia que tenho é que qualquer outra solução teria sido politicamente pior.

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