A cavalo dado não se olha o dente. O problema é que nem o atual primeiro ministro do Reino Unido nem o de Portugal nos dá cavalo nenhum. Pelo contrário, tiram-nos o cavalo em impostos e depois enviam nos de volta um dente do nosso cavalo por eles confiscado. É preciso um eleitor ser limitado para achar que depois de um governante lhes tirar um cavalo inteiro e só devolver um dente do mesmo, esse governante lhes “deu” algo. Com a inflação na energia ou nos alimentos, nunca os governos nos tiraram tanto em impostos percentuais. Não há almoços grátis nem 125 euros dados de graça.
O autor destas linhas é português naturalizado britânico. Em varias publicações, já comparou os ministros da saúde de Portugal e do Reino Unido, comparou também primeiros ministros anteriores. Desta vez comparamos os dois atuais primeiro-ministros a propósito de supostas dadivas dos governos.
Rishi Sunak e António Costa tem pouco a ver um com o outro exceto na sua preponderância para aumentar impostos aliada a ousadia de afirmarem que “dão” enquanto tiram aos contribuintes. O primeiro-ministro britânico é um profissional financeiro de sucesso, formado em gestão numa das melhores universidades do mundo (Stanford) e que nos fundos privados que geria). É também um “gentleman” de sorriso cordial ao debater com a oposição de forma elevada.
Pelo contrário, o primeiro-ministro português nunca teve verdadeiramente profissão e sempre viveu da política. É mal educado, sorrindo de forma cínica, quando na Assembleia da republica em vez de debater o orçamento insulta as bancadas da oposição. Costa não reconhece a importância de debater as possíveis consequências do seu orçamento precisamente porque nunca teve que apresentar resultados numa companhia privada. Sabemos que a única e curta vez que trabalhou foi num escritório de advogados de políticos do PS. Provavelmente com contratos de ajustes direitos, pagos pelos nossos impostos e pela europa.
Desde o Brexit, baseado em preocupações legitimas como não subsidiarem governos improdutivos como o socialista Português, mas também falsidades sobre o que supostamente iriam receber, que os britânicos não param de sofrer aumentos de impostos e da divida pública. Estes aumentos aconteceram com o governo de Boris Johnson e de Sunak, então como ministro das finanças. Ambos prometeram que iam dar muito aos Britânicos devido ao Brexit, mas apenas tiraram. Tal e qual como cá os socialistas portugueses tanto nos tem endividado e tirado em impostos com os aumentos do custo e da energia, apenas devolvendo 125 euros. Não dando nada desde que disseram que iam dar, após perderem as eleições para Passos mas tomarem o poder.
Em Portugal, tal, como na Inglaterra os contribuintes que pagam os impostos é que dão tudo. O suor do seu esforço desaparece em impostos cada vez maiores sobre bens e serviços cada vez mais caros.
Enquanto o agora primeiro ministro da Inglaterra e do Reino Unido foi ministro das finanças a BBC e muitos jornais ingleses diziam que Sunak dava muito dinheiro durante a pandemia. O problema e’ que Sunak era um hipócrita e não dava nada. Ele e a sua esposa bilionária não pagavam quase impostos nenhuns em relação ao seu enorme rendimento. O casal beneficiava das leis propositadamente complexas para impostos para fintar os impostos que Sunak aumentava para os outros bem menos ricos que eles, incluindo toda a classe media e media alta qualificada.
Os contribuintes é que davam tudo ao governo e a quem não pagava impostos. Durante a pandemia, a classe media inglesa sorria iludida pensando que era beneficiada enquanto era assacada. Resultado: Sunak mentiu tanto que dava que a divida pública e os impostos na Inglaterra nunca estiveram tão altos. Liz Truss que foi primeira-ministra recentemente durante apenas 44 dias bem tentou cortar os elevados impostos (mesmo assim muito mais baixos que em Portugal para os mesmos valores quantitativos de salários). No entanto, não teve a coragem thatcheriana necessária para também cortar nos custos que Sunak e Boris criaram.
É sempre muito fácil para os governantes gastarem o dinheiro dos outros, ou seja o nosso. No Reino Unido os governantes gastam em redistribuição social desnecessária para obterem benefícios eleitorais para eles. Isto mina o mérito e não recompensa nem incentiva quem trabalha. A maioria do orçamento dos condados Britânicos (“county”, espécie de camaras municipais) vai para benefícios sociais para quem não trabalha. Por exemplo 52% do orçamento do condado de Oxford para 2022/2023, vai para tais benefícios incluindo casas gratuitas. Além disso quase 40% do atual orçamento anual do governo reino unido também vai para quem vive de benefícios, indo mais dinheiro para casas gratuitas ou desemprego (num pais onde há muitos empregos que só os estrangeiros aceitam) para quem não quer trabalhar, do que para as reformas de quem trabalhou. Tudo pago, claro, pelos contribuintes que mais trabalham e se esforçam. Esses não obtém apoios nem tem benefícios sociais nenhuns (nota dados mais recentes tão claros são ainda piores, logo mais dissimulados).
Muitos ingleses novos e sem problemas de saúde que já viviam injustificavelmente de benefícios sociais antes da pandemia, passaram a receber mais dinheiro do Estado por causa de uma pandemia em que nem sequer podiam sair de casa para viajarem ou irem aos pubs e casas de apostas em jogos para o gastarem.
Dinheiro esse “dado” por Sunak, claro, segundo o próprio enquanto era ministro das Finanças. Algo que quer continuar agora como primeiro ministro.
Igualmente, donos de empresas, incluindo amigos de políticos Britânicos, receberam milhares de milhões de libras em dinheiro demasiado fácil na pandemia, simplesmente para importar mascaras e testes covid da China. Isto por haver tanto dinheiro do Estado a jorrar irresponsavelmente e sem rigor “dado” por Sunak.
Tudo isto acontece exatamente mesma forma irresponsável e leviana como o dinheiro que os nossos governantes tiraram aos contribuintes portugueses para esbanjar improdutivamente. Em Portugal os governantes deram dinheiro durante a pandemia aos empresários de televisões e jornais que os elogiavam. Isto numa altura desnecessária pois a população estava toda isolada e fechada em casa a ver mais televisão do que nunca. Resultado: Costa, que nos pôs em ultimo lugar de quase todos os índices do Eurostat, continua a ser elogiado na TV por quem vai à lua por ele, contra Portugal. Além disso os governantes portugueses dão milhares de milhões a TAP e outros negócios seus favoritos que fazem derrapar orçamentos.
Conclusão: Ora seja a gastar em benefícios sociais desnecessários como Sunak faz ou em negócios inexplicáveis como Costa faz, nem um nem outro dão nada aos contribuintes, só tiram cada vez mais. Não prevemos grande futuro económico quer para o Reino Unido quer para Portugal nos próximos tempos. Para mudar de rumo, na Inglaterra o partido conservador precisa de voltar a sê-lo em vez de ser uma copia do partido trabalhista socialista. Já em Portugal a iniciativa liberal precisa de ganhar ainda mais pujança e auto confiança. Só assim se poderá pôr fim a esta escalada luso-britânica tresloucada de impostos e de divida pública, com os consequentes juros. Estamos a guardar um vinho do Porto Taylor Fladgate de 1896 para brindar ao fim do pesadelo despesista Costa-Sunak entre estes dois queridos países amigos e aliados há centenas de anos.