Como se viu no final desta semana, a política portuguesa ainda não recuperou da bancarrota de 2011, da intervenção da “troika”, dos anos de austeridade e da formação da geringonça. Forma demasiados acontecimentos, e importantes e graves, para apenas oito anos. As águas ainda não acalmaram. E os nossos principais políticos andam a balançar, procurando um equilíbrio que persiste em escapar.

Um primeiro ponto prévio. Ninguém julgue que algum dos nossos principias líderes políticos esteja a seguir uma estratégia política racional e planeada. Nada disso. Reagem apenas a acontecimentos, seguindo os seus (piores?) instintos e tentando sobreviver. Como observou Miguel Pinheiro, alguém esperava ver a Ana Rita Bessa, do CDS, a negociar com Joana Mortágua uma legislação contra o governo? Ou, como afirmou Pires de Lima, olhar para Assunção Cristas e Rui Rio, e ver Mário Nogueira ao lado deles? E Centeno a falar na televisão como se fosse Vitor Gaspar e referir-se a Rio nos termos que Gaspar usava para avisar António José Seguro?

Um segundo ponto prévio. Não acreditem em alguém que vos diga quem vai sair vencedor desta crise, ou que antecipe o seu impacto nas eleições legislativas, quando se realizarem, em Julho ou em Outubro. Ninguém sabe o que vai acontecer. A maioria dos portugueses está certamente confusa, e deve haver muita gente por aí que não sabe como vai votar (ou se vai votar).

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