“Viver como Jesus nos ensinou a viver é o que importa agora. Ele é realmente a vida do mundo, a nova criação em expansão pascal” – disse o Senhor D. Manuel Clemente, Cardeal Patriarca de Lisboa e Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, na solene celebração eucarística do primeiro domingo do Advento. “O Advento autêntico fará de nós sinais da vida ultimada, que assim o será com Cristo em Deus. Antes de mais na caridade, vivendo com os outros o Advento do Senhor que nos diz: «Sempre que fizerdes isto [o bem] a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes» (Mt 25, 40)”.
No passado dia primeiro de Dezembro, que um canal televisivo disse ser aniversário da implantação da República, talvez por entender que o regime instaurado a 5 de Outubro de 1910 não está suficientemente implantado, ocorreram duas grandes efemérides eclesiais: o início do novo ano litúrgico, que começa com o Advento, preparação do Natal de Jesus Cristo; e a ordenação diaconal de cinco seminaristas. São todos eles do patriarcado de Lisboa, sendo alunos do Seminário dos Olivais o Artur Delgado, o Mendo Paes de Ataíde e o Tomás Castel-Branco; e do Seminário Redemptoris Mater, o Eduardo Abril e o Gonzalo Girón. Todos são candidatos ao presbiterado e, daí, a sua promessa de vida celibatária, de que obviamente são dispensados os diáconos permanentes, geralmente casados.
Na sua magistral homilia, o Patriarca de Lisboa sublinhou, com especial ênfase, o carácter cristocêntrico e esponsal do dom do celibato, que estes cinco novos clérigos se comprometeram a viver para sempre. Ao contrário dos que opõem o celibato ao matrimónio, D. Manuel Clemente explicou que são duas dimensões complementares da consagração cristã, que não só não se anulam como se completam. Com efeito, a Igreja reconhece como caminhos de santidade “o matrimónio dos que ‘se casam no Senhor’ (cf. 1Co 7, 39), compartilhando do seu amor uno, indissolúvel e fecundo e encontrando-O assim mesmo, na entrega recíproca do casal e da família”; e a vivência cristã segundo os “carismas da virgindade e do celibato (…), anunciando de coração inteiro aquele horizonte final em que todos serão como anjos no Céu (cf. Mt 22, 30)”.
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