1 Do fracasso do Socialismo na Amadora e na AML

Às portas da capital Lisboa, o concelho da Amadora dispõe de todo os potenciais para se afirmar como território de referência e excelência na Área Metropolitana de Lisboa (AML) e País. Porém, eis o resultado de 18 anos de governação comunista e de 24 socialista no concelho:

• Fracasso em políticas de combate à pobreza e exclusão social:

Metade da população vive em situação de pobreza/pobreza extrema.

• Fracasso em políticas de educação:

Amadora apresenta os piores resultados nos rankings da educação – com uma taxa de retenção e de desistência muito superior à que se verifica na AML.

28% das crianças com idade inferior aos 6 anos não frequenta o pré-escolar.

Sendo a educação uma das bandeiras das esquerdas, e do Partido Socialista em particular – que permite o tal elevador social – não se aceita como é que um município como o da Amadora apenas disponibiliza 10 bolsas de estudo para o ensino superior, contrastando com Oeiras, que disponibilizou mais de 400 (!) e pretende alargar esta medida a todos os seus estudantes universitários que necessitem já no presente ano lectivo. Inconcebível!

• Fracasso em políticas de segurança:

Com esquadras da PSP degradadas e um efetivo de apenas 13 polícias municipais, quando Cascais apresenta 66 e Oeiras perto de 100, Amadora é considerado, segundo informação do portal do município, como o 9º concelho mais inseguro da AML. São recorrentes os relatos de criminalidade e violência deste concelho junto da comunicação social.

• Fracasso em políticas de saúde:

Para além de insuficientes em número, os centros de saúde encontram-se degradados e com má capacidade de resposta junto dos munícipes. A imagem de dezenas de utentes à porta do Centro de Saúde da Amadora, a horas da madrugada, não é digna para um partido que se afirma como “pai” do Serviço Nacional de Saúde. Amadora é simplesmente o concelho que apresenta o pior rácio de médicos de família por utente na área da grande Lisboa.

• Fracasso no direito à habitação condigna dos seus munícipes:

Com duas décadas do novo milénio Amadora ainda apresenta bairros de barracas com esgotos a céu aberto, quando este situacionismo há muito se encontra erradicado em Oeiras e Cascais. Cova da Moura persiste enquanto chaga social e urbanística às portas de Lisboa. Ao fim de mais de quatro décadas! Existem mais de 26 mil famílias a viver em precariedade habitacional no concelho.

Se a nível nacional mais de duas décadas de governação socialista encaminham o país para a condição do mais pobre da União Europeia, a nível local, em particular na Área Metropolitana de Lisboa, o discurso do progresso e da igualdade – em municípios tradicionalmente liderados por comunistas e socialistas, como Amadora, Loures, Odivelas, Vila Franca de Xira e a generalidade da margem Sul, apresentam claros défices de progresso e oferta de qualidade de vida, quando comparados com concelhos como Oeiras, Cascais ou Mafra, com cunho de governação PSD.

Comunismo e Socialismo falharam na Amadora.

2 Da Ditadura do Pensamento Único de Esquerda

Em O caminho para a servidão Hayek afirma que uma das características dos regimes totalitários é não ser difícil privar a grande maioria das pessoas de um pensamento independente e que a minoria com pensamento crítico deveria ser também silenciada.

Já Scruton, em Tolos, Impostores e Incendiários sentencia que: “[…] através de uma inesgotável campanha de intimidação, os pensadores de esquerda têm tentado tornar inaceitável ser-se de direita. Uma vez identificados como de direita os nossos argumentos são inaceitáveis, o caráter desacreditado, a nossa presença no mundo é um erro. Não somos adversários com quem discutir, mas uma doença a ser erradicada.”   

Ao fim de 6 anos de Geringonça, enquanto projecto alternativo de poder, Portugal tem sido sucessivamente ultrapassado, em termos de rendimento por habitante, por países da europa central e de leste, caminhando para a condição de país mais pobre. O país diverge da Europa, tendo o rendimento per capita de Portugal passado de 82% da média europeia em 2000, para 79% em 2019.

Amarrado pelos seus compagnes de route, António Costa tornou-se no contorcionista político de serviço. E aí, bem diz o povo: “Pau que nasce torto, tarde ou nunca se endireita”. A sua necessidade de sobrevivência política ganhou força com o estado amargo em que Partido Comunista e Bloco de Esquerda sitiaram a vitória da coligação PàF. Para ser poder, a troco dos apoios de Bloco e PCP, o Partido Socialista abandonou o centro político, dando flanco às intifadas de políticas identitárias do Bloco e conservadorismo económico do PCP, comprometendo quer um modelo económico convergente com a União Europeia, mas também a paz social até então vigente.

Nunca, no mainstream político, os “ismos” ganharam tanto espaço de discussão na opinião pública. Do racismo ao feminismo, do revisionismo histórico à intervenção do Estado na Educação dos mais novos – camuflada na Educação para a Cidadania. O país dividiu-se. Entretanto, o essencial, como o modelo de desenvolvimento económico para convergir com a União Europeia ou as reformas necessárias para capacitar o país, tornou-se assessório. Este caminho para a servidão e sociedade distópica tem sido disfarçado pela Novilíngua – onde pelo controlo da linguagem se alcança o controlo de pensamento coletivo, bloqueando pensamentos alternativos ao pensamento de quem está no poder. À esquerda, onde o primado da moral prevalece, tudo é permitido.

A propósito de Hayek, não será excessivo afirmar o vigorar de um pensamento único de esquerda em Portugal, que rastreia o mainstream político – dos órgãos de poder aos media, passando pelas universidades e espaços de discussão pública. Qualquer contraponto a esta narrativa instituída facilmente encontra rejeição. Muitas vezes, de forma intolerante, ao ponto, de como nos descreve Scruton, os “insurgentes” serem tomados por fascistas, racistas, homofóbicos, retrógrados, intolerantes… a tal doença a ser erradicada.

Paulo Rangel não pode ser gay por ser do PSD, Marcelino da Mata foi um traidor por ser negro e ter servido o Portugal colonial e Suzana Garcia não reúne condições para o exercício do cargo político pelo seu estilo pouco convencional, contra o instituído.

Este é o maior dilema da dita Direita moderada portuguesa. Encontra-se acorrentada pela ditadura do politicamente correto em vigor, quando, no essencial, não existe um projecto reformador para o país, apenas um projecto de poder, usurpando a administração pública.

E é pelo controlo da linguagem, com o apoio dos media, que a esquerda se tem mantido no poder.

3 Suzana Garcia, a contra-politicamente correcto 

Apenas por manifesta má-fé, ignorância ou a reboque da ditadura do politicamente correto é que Suzana Garcia pode ser rotulada como racista ou xenófoba. Todo o seu percurso de vida, círculo de amizades e visão globalista do mundo é contradizente ao rótulo que se lhe pretende atribuir.

Filha de pai branco e mãe mulata nasceu em África (mais concretamente, Moçambique), tendo ainda vivido nesse barril de pólvora racial que ainda o é a África do Sul. O “problema” de Garcia deriva da sua forma genuína, espontânea e frontal de estar na vida. De bem com a vida. E já o disse, não é política. Pelo menos, não no estilo hipócrita do político que a classe nos habitou, dizendo em sussurro no privado o que não dizem em público.

Não é por acaso que Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda, é formada em Teatro. É preciso muita capacitação para, com arte e engenho, insistir numa narrativa de transformação social rumo a uma sociedade distópica, com pouca a adesão à realidade. E eis a grande diferença. Suzana, em modo pouco convencional, parte de uma visão realista sobre o que se propõe a alterar.

E mais do que a noção, detém a visão e estratégia para alterar o estado de sítio em que Amadora se encontra.

O grande dilema de Garcia em campanha tem sido o combate ao politicamente correcto instituído.

4 O paradigma da política inclusiva e afirmação da nossa entidade colectiva

Em pleno século XXI, nas sociedades mais desenvolvidas, a política faz-se com as pessoas e não apenas para as pessoas. A título de exemplo, a comunidade portuguesa na diáspora, mais do que integrada, encontra representatividade em diversos órgãos do poder local e nacional em países como França, Luxemburgo ou mesmo Estados Unidos, com ganhos substantivos na consolidação de comunidades locais, tornando-as mais sólidas e coesas, em clara consonância com a história, cultura e identidade de quem os acolheu. A unidade na diversidade. Ninguém é obrigado a estar onde se sente mal. Ou se torna parte do problema ou da solução.

Em Portugal, no que tange o poder local em particular – onde se verifica uma maior participação de cidadãos (são milhares os candidatos aos 308 concelhos e mais de três mil freguesias) o engajamento das minorias nas autárquicas tem sido uma miragem. Um outro fracasso dos partidos políticos em geral, por força da bolha em que os aparelhos dos partidos políticos vivem. O carreirismo político dos seus Boys & Girls cerra a porta a uma maior participação da sociedade civil em geral e das minorias em particular.

Por outro lado, um certo estado de sonambulismo cívico e político caracterizador da consciência cívica/política da larga maioria dos cidadãos em geral, e minorias em particular, que apenas na altura das eleições activam o seu contrato social, através do exercício do voto (quando o fazem).

5 Novo paradigma do poder local | Do betão à política inclusiva

Neste contexto, é um sobressalto cívico o que a candidatura de Suzana Garcia traz para o espectro político nacional que, infelizmente, e incompreensivelmente, não tem tido a relevância merecida. Traz não apenas gente nova para a política, mas também representativa da sua comunidade. Um marco na história da Democracia moderna Portuguesa.

Na lista para a Câmara Municipal a coligação Dar Voz à Amadora faz jus ao nome.

Tem como número 3 Lin Man, primeira advogada de descendência chinesa em Portugal, que será a primeira vereadora em representação da sua comunidade de origem.

Hermenegildo Carvalho, número 4, consultor, filho de Cabo-verdianos, será o primeiro vereador eleito nestas circunstâncias, num concelho onde a comunidade cabo-verdiana é a mais representativa.

Abdul Seco, número 6, nascido em Moçambique, será o primeiro vereador muçulmano em Portugal.

São acima de tudo portugueses, que gostam do seu país, das suas comunidades, com provas dadas na vida e que, por força da sua consciência cívica, decidiram incorporar esta candidatura. E não o fazem por mero cálculo político. Fazem-no com a convicção de que esse é, indiscutivelmente, um dos caminhos para mudar o estado de sítio naquele território.

O facto é que numa comunidade multiétnica e multicultural como Amadora não se compreende como é que, à data, outras candidaturas, em particular as de esquerda – que tantas vestes rasgam em defesa das minorias -, não integrem membros destas em lugares elegíveis para os diversos órgãos autárquicos ao fim de mais de 40 anos de poder local. Chamá-los a serem parte da solução para deixarem de ser vistos ad eternum como parte do problema, que muitas vezes, genericamente, lhes é associado.

6 O espírito reformista do PSD na Amadora

Sendo independente – esta foi uma imposição da candidata de se louvar, contrariando a tendência de apostar nos mesmos de sempre, sem a ambição de ganhar, de procurar mudar e fazer a diferença. O PSD, e demais partidos que formam a coligação, têm essa responsabilidade para com a Amadora e para com os Amadorenses. De serem alternativa, de serem esperança.

É uma candidatura ilustrativa do Portugal de chão comum para todos aqueles que escolheram este magnífico país para viver, segundo as suas regras e com aceitação da sua história. Um reflexo do Portugal moderno que é plural, multiétnico e multicultural.    

E se Suzana assim o pensa para Amadora, a direção do partido assim o deveria seguir à escala nacional, em particular nos concelhos com maior diversidade étnico-cultural. São os moderados, engajados na realidade social, cultural e identitária portuguesa que resolvem problemas, não os extremistas.

Curiosamente, a candidata do Partido Socialista, que tanto defende a igualdade, em toda a sua transversalidade, apresenta os mesmos de sempre, com apenas um negro na sua lista de vereação (em 9º lugar!). Ao fim de 24 anos de socialismo na Amadora seria expectável uma maior diversidade nas listas para os órgãos de poder local, enquanto sinónimo reflexivo de inclusão plena na sociedade.

Dos direitos sociais ao direito político – mais do que eleger ter a faculdade de ser eleito. O facto é que as minorias são tidas como crianças que precisam de um pai sábio. O exercício do poder é coisa de adulto. . .

Esta virtude da candidatura de Suzana Garcia, que em nada agrada aos tribalistas identitários – pois é contrária ao discurso da eterna vitimização das minorias – fazendo tábua rasa da condição do individuo em função da sua cor de pele, género ou orientação sexual. Uma valente pedrada no charco sobre a cancel culture que se instalou em Portugal.

Quanto à posição dos media, é lamentável que procurem dar mais atenção à política espetáculo, dando tempo de antena a cartazes vazios de conteúdo, em detrimento de novas formas de fazer política, reformando o paradigma do poder local e porventura nacional.

7 Amadora – Socialismo ou Liberdade

Porque os partidos de esquerda nunca quiseram acabar com a pobreza na Amadora. O fracasso das políticas de esquerda neste concelho, ao fim de meio século, salda-se numa larga comunidade de cidadãos remediados e dependentes da bondade da autarquia e do terceiro sector.

Portanto, a revolta dos Amadorenses deve direcionar-se para todos aqueles que, desde 1979 ao comando dos destinos do seu concelho, não lograram acabar com as barracas com esgotos a céu aberto, não promoveram mobilidade social, não promoveram a fixação de jovens no seu concelho (extremamente envelhecido) e que não têm assegurado o direito à segurança, ao sossego e à propriedade privada.

Com uma taxa de abstenção próxima dos 60% (57,3), Amadora foi o quarto concelho do país com maior taxa de abstenção nas autárquicas de 2017. Ou seja, apenas quatro em cada 10 eleitores decidiram o futuro do concelho. Um claro distanciamento entre eleitos e eleitores, evidenciando também uma crise na democracia participativa local.

Suzana Garcia é a única candidata com a capacidade, vontade, projecto e equipa para mudar o rumo de Amadora. Porque a pobreza na Amadora não tem de ser uma fatalidade, a criminalidade não tem de ser o seu eterno cartão-de-visita e a sua diversidade étnico-cultural não tem de ser uma ameaça, mas sim uma oportunidade.

Chega de Socialismo!

Se Ayuzo conseguiu em Espanha porque é que Garcia não o pode na Amadora?

Concluindo, lá virão os fariseus, arautos da moral do regime, vaticinar Síndrome de Estocolmo sobre o presente artigo. Pois bem, quem sofre desse paternalismo tóxico são os que volvidos 18 anos de comunismo e 24 de Socialismo insistem em votar nos mesmos na Amadora.

Pois como diria Einstein, insanidade é querer obter resultados diferentes, continuando a fazer a mesma coisa.

* Corrigida a 20/9 informação relativa ao ranking de insegurança do concelho da Amadora