Hoje é um dia importante para o Observador. É o primeiro dia em que está em vigor o nosso programa de assinaturas Observador Premium. É mais um passo importante que damos, a poucos dias de completarmos quatro anos de existência. E é um passo que damos na véspera de mais um Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, que se assinala amanhã pela 25ª vez.
É uma coincidência que faz sentido: não há cidadania sem liberdade de imprensa, não há liberdade de imprensa sem envolvimento dos cidadãos. Sem este sistema de vasos comunicantes dificilmente podemos falar de jornalismo livre e independente. E essa é que é a conversa que temos de ter se queremos preservar as nossas sociedades livres e abertas.
De facto, durante muito tempo, na minha profissão, em grandes congressos ou à mesa de um café, discutiu-se se o papel, como suporte do jornalismo escrito, tinha futuro. Hoje sabemos que essa não é a discussão importante – a discussão importante é saber como é que o jornalismo pode ter futuro neste tempo em que se criou a ilusão de que a Internetgratuita nos permite chegar a todas as informações e de que podemos descobrir tudo o que é importante no feeddas nossas redes sociais.
Não é assim, bem pelo contrário. No mar da informação sem fim, é necessário que alguém nos indique o que é novo, sobretudo o que é importante. No tempo em que todos falam sobre tudo, é crucial que alguém procure explicar o que está por trás das notícias e nos ajude a compreender a realidade. Nestes dias em que muitas vezes se julga que apenas uma forma de pensar é a correcta, não podemos dispensar as vozes dissonantes e deixar de ouvir os que remam contra a corrente.
Mas há mais, e porventura ainda mais importante. Neste Ocidente que parece soçobrar à tribalização e ao populismo, só o jornalismo pode criar os espaços comuns onde os cidadãos se encontram para, partilhando informação e avaliando opiniões contrastantes, formarem as suas decisões e viverem como uma comunidade vive e realmente democrática. Fora desses espaços comuns arriscamo-nos a ficar fechados em bolhas que não comunicam nem se compreendem.
É pois mais exigente do que nunca o trabalho do jornalista, e mais importante do que nunca a existência de um jornalismo independente, livre e crítico.
O jornalismo não se faz para deleite dos próprios jornalistas, mas como serviço público indispensável ao funcionamento saudável de qualquer democracia. É por isso que o jornalismo tem de fazer a diferença, como cremos que sucede com o que fazemos nesta casa.
Como os fundadores do Observador já sublinharam, “a consolidação deste projecto passa agora também pela adesão do maior número possível dos nossos leitores ao projecto do Observador Premium, tornando-se assinantes e começando a pagar pelo jornalismo que até hoje lhes oferecemos sem lhes pedir qualquer contribuição.”
O nosso programa Premium não fechará aos leitores a maior dos artigos que publicamos, pois entendemos que só devíamos limitar o acesso gratuito aos artigos mais diferenciados e exclusivos, onde passará a existir um limite mensal de visualizações irrestritas. Mas esses detalhes estão melhor expostos neste Explicador, pelo que nesta mensagem não entrarei em detalhes.
O importante, repito, é termos consciência que a preservação de um espaço público plural, frequentado por todos, não dispensa o jornalismo do Observador nem as vozes que nele se expressam. Numa altura em que já ultrapassámos os cinco milhões de visitantes todos os meses e nos afirmámos como um dos principais sites de informação de referência do país, temos a certeza que fazíamos falta, que os leitores estão a premiar a nossa forma de estar inovadora e frontal, e que por isso este programa Observador Premium será um sucesso – já está mesmo a ser um sucesso, pelo número de adesões que já teve.
Os nossos leitores que se tornaram os nossos primeiros assinantes estão, à sua maneira, a celebrar o Dia Internacional da Liberdade de Imprensa por antecipação. Nós só queremos continuar a estar à altura das suas exigências e expectativas.
José Manuel Fernandes
Publisher do Observador
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