Vivemos a ocidente em plena imersão mediática global na “cultura” Woke, uma forma extrema do politicamente correcto e um dispositivo habilmente articulado de permanente cancelamento, censura e de sinalização de virtudes de uns supostos iluminados que pretendem dominar (totalitariamente) uns supostos embrutecidos.

Uma estratégia minoritária muito agressiva, numa guerra política e cultural geral que tem de ser repudiada e combatida no seu artificialismo pagão e falaz que pretende reescrever num propósito cínico e niilista a moral, a sociologia e a história.

Além de uma maior percepção e consciência das questões relativas à justiça social e racial, o que, apesar de tudo, em si mesmo, é positivo, temos vindo a ser paulatina, subliminar e liminarmente forçados de forma transversal, permanente e discricionária a ter aderir colectivamente – porque sim – a políticas puritanas identitárias e de género, bem como a causas socialmente liberais desviadas, ao feminismo radical e aos activismos LGBT, como se o destino e a salvação do mundo ou de Portugal se reduzissem, exclusivamente, a essas adesões e pertenças e delas dependessem inexoravelmente.

Não é assim.

A vida das pessoas comuns e reais anda noutro plano e a outra velocidade e tem de lidar com questões que são todas, mas mesmo todas, muito mais práticas e muito mais graves.

A criminosa invasão da Ucrânia e a guerra que alastra imparavelmente no médio oriente falam disso no exterior.

Como disso também falam, mas em Portugal, a gravíssima crise que se consolida no nosso SNS ou no descontrolo fronteiriço e da segurança interna.

Na ineptidão e ineficácia crescentes de todos os serviços públicos.

Na lentidão dos serviços de justiça.

Na desqualificação transversal do ensino público.

Na alta dos preços generalizada e nos crónicos desajustamentos das grelhas salariais.

No congelamento arbitrário das carreiras profissionais ou na falta generalizada de expectativas da população, activa ou não.

Na crónica falta de um desígnio estratégico nacional mobilizador.

O sistema partidário português, com o CDS à cabeça pela sua doutrina e pela sua história, tem de combater este frentismo, que parece novo, mas que é velho de séculos na falsidade dos seus pressupostos e na perversão dos seus objectivos totalitários.

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