Enquanto se desenrola paulatinamente o campeonato mundial de futebol vendido ao Qatar por bom dinheiro e muita corrupção, os nossos PR, PM e PA insistem em lá ir apoiar a selecção portuguesa… Entretanto, o actual governo continua a tropeçar permanentemente ao cabo de oito infaustos anos de sucessivas crises nacionais. Começou com o golpe parlamentar de 2014 e foi até às faltas de isenção e às consequentes destituições dos numerosos gabinetes governamentais do PS e aliados que se têm sucedido!

Sobretudo, depois do esforço feito pelo governo Passos Coelho perante a falência do PS governado por Sócrates, o actual 1.º ministro não tem feito mais do que aumentar a dívida pública, devido entre muitos factores à compra de votos a fim de o PS deixar de depender da «geringonça» sem procurar apoio à sua «direita»! Entretanto, o aeroporto e a TAP continuam eternamente à espera!

Ao mesmo tempo, o PS tão pouco mostrou competência para enfrentar as catástrofes que se têm seguido umas às outras. A causa deve-se à incompetência profissional bem como à baixa produtividade económica e, em particular, à partidarite do pessoal desses projectos que não arrancam apesar do dinheiro da UE. A esta hora, esta já se apercebeu da incapacidade funcional do PS para fazer algo de jeito…

Ainda antes de terminar a «gerigonça», que só soube deitar dinheiro fora e agarrar-se às actividades económicas menos reprodutivas, como o turismo, a construção civil e a especulação imobiliária, caiu-nos em cima uma pandemia ainda activa. Depois disso, rebentou a guerra da Rússia contra a Ucrânia cuja resposta da NATO não agrada à «esquerda» portuguesa.

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Finalmente, rebentou a inevitável inflação causada pelas sucessivas catástrofes, acabando por um inverno de recessão até agora incomensurável. Pior, tal como no início da autarquia salazarista, a actual recessão será mais violenta em Portugal pelas piores razões: a falta de competências profissionais, a começar pelo nível educativo; a baixa produtividade e a contenção da globalização no tempo em que Salazar estava à cabeça da divisão do trabalho à
moda portuguesa…

A propósito, a brutal inflação que atacou o mundo inteiro na sequência de todas estas convergências quase simultâneas inspirou ao primeiro-ministro a extraordinária ideia de disfarçar a dívida pública portuguesa – há muito poucos anos bem acima de 100% do PIB – tentando não só fazê-la desaparecer sem a pagar no meio do aumento disparado da inflação e, ao mesmo tempo, escondendo debaixo do colchão os novos juros a pagar. O truque não engana ninguém mas talvez ainda iluda alguns dos pobres cidadãos. Não bastando já as mentiras e os truques eleitorais, é assim que o sistema socialista funciona a fim de melhor iludir os eleitores!

Entretanto, ao chegarem à comunicação social, as conclusões do último recenseamento da população (2011) não puderam deixar de tomar consciência que a população do país – portugueses, imigrantes e estrangeiros – nunca fora tão baixa de um censo para o outro. Há motivo, pois, para insistir no facto que não só o número de nascimentos continua a ser dos mais baixos do mundo como a desejável «esperança de vida» nunca tinha recuado tanto como agora: menos 4 meses de vida entre 2019 e 2021.

De maneira de tal modo estranha que o primeiro-ministro, em vez de se inquietar com a antecipação das mortes em Portugal, apressou-se a declarar imediatamente que voltava atrás com o limite mínimo de idade para uma pessoa se reformar, permitindo-lhe assim abandonar o trabalho mais cedo e sem prejuízo. Lamentavelmente, porém, o governo não teve em conta a falta cada vez maior de jovens trabalhadores, seja porque prolongaram os estudos ou porque há menos nascimentos cada ano que passa. Por outras palavras, o PS ignora deliberadamente o índice de envelhecimento do país, de tal modo que este quase duplicou em 10 anos: actualmente, há quase o dobro de idosos (>65 anos) do que jovens (<15 anos) quando há vinte anos a relação era igual!

Ou seja: sendo a conjuntura bélica mundial aquela que é, a possibilidade de a economia portuguesa recuperar rapidamente e regressar em pleno à globalização é remota, para não dizer mínima. Os precoces estudos económicos sobre os efeitos da pandemia, então produzidos pela equipa coordenada pelo antigo ministro Augusto Mateus, assim o apontavam já.

Com o desencadeamento da guerra contra a Ucrânia e as enormes perdas em curso, mesmo com o controle da tensão bélica pela NATO, tudo leva a crer que a guerra continuará e, mesmo que cesse em breve, os dados da economia pós-bélica só tarde serão conhecidos. Já se viu que a Alemanha esteve muito longe da inocência em relação à Rússia e que a UE está longe de possuir os recursos e o «know-how» para lidar com guerras e pós-guerras. Neste momento, Portugal é uma bola de bilhar jogada de um lado para outro da mesa verde…