Já devem ter ouvido, em inglês, a expressão “the writting is on the wall”.

Também temos esta expressão em hebraico. Não é usada em português, mas a sua origem é interessante e tem tanto a ver com o que se vive e ao que se assiste, atualmente, na Europa, que chega a ser assustador. Comecemos pela origem:

O capítulo 5 do livro (bíblico) de Daniel descreve um banquete real, na Babilónia, durante o qual uma mão saiu da parede e escreveu quatro palavras a predizerem o fim do império babilónico – algo que se viria a confirmar logo nos dias seguintes.

Resumidamente, quando há sinais claros de que uma situação vai ser catastrófica, desastrosa, difícil ou desagradável, “o escrito está na parede”, à vista de todos, evidente. Todos os sinais tornam óbvio que uma ameaça iminente se concretizará.

Dou um exemplo: o recente ataque antissemita em Amesterdão foi algo para que os políticos e as comunidades judaicas andavam a alertar há muito tempo.

Foi a materialização deste “novo” antissemitismo, que vem disfarçado de “anti-Israel” ou “anti-sionismo” mas que está encharcado do mesmo ódio a que Lisboa assistiu em 1506, nos dias que antecederam o massacre de mais de 2.000 judeus de Lisboa.

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É o mesmo velho ódio que vemos contra Israel nos cartazes que pululam nas manifestações em Portugal e que vêm há muito, paulatina e subrepticiamente, preparando o terreno para que seja normal e até louvável atacar judeus e israelitas onde quer que se encontrem — em qualquer parte da Europa, incluindo em Portugal.

Está, de facto, escrito na parede e à vista de quem quiser ver: seja nas manifestações pró-Hamas (o mesmo é dizer pró-terrorismo); ou nas iniciativas universitárias (pagas com dinheiros públicos) que, sob a capa de proporcionarem um estágio escolar para crianças de 15 anos, sujeitam as mesmas a 3 horas intensivas da mais pura difamação de Israel, convenientemente sem contraditório e sem conhecimento dos encarregados de educação. Ao que parece, chama-se a isto “formar ativistas”.

O que está escrito na parede não traz paz, desenganem-se. O que está à vista de quem quiser ver é o cimentar do domínio dos grupos terroristas no Médio Oriente a legitimarem as suas acções na Europa.