Em primeiro lugar, há que entender e clarificar que a definição de estufa não cabe à Sra. Deputada Inês Sousa Real determinar. A primeira estufa reconhecida como tal foi projetada pelo arquiteto Decimus Burton e inaugurada em 1848, ainda não era a Sra. Deputada nascida. Uma estufa agrícola diz respeito a uma estrutura criada para reter o calor do Sol e proteger as plantas contra ameaças das intempéries. Ora isto faz-se com uma estufa em túnel, fechada, aberta, em losango, quadrada, circular, o que seja. A questão está no conteúdo, ou melhor na função e não na forma.

Isto tudo não seria uma questão se a Senhora Deputada não tivesse uma atitude ditatorial, agressiva, ideológica e ignorante em relação ao Mundo Rural e, neste caso particular, em relação à agricultura intensiva. Cara Sra. Deputada Inês, já diz o ditado que quem semeia ventos, colhe tempestades. Bem sabemos que a Senhora não semeia nada e possivelmente nem sabe como o fazer, mas quando se trata de uma tempestade nem as estufas se aguentam. Nestes casos, normalmente vai-se o plástico e fica a estrutura metálica, quando se tem estrutura. Há quem fale sem estrutura para tal. Assim, aconselho-a honestamente a ter duas atitudes de apelido Real. A primeira é ir recolher o plástico que saltou das suas estufas perante esta tempestade de mentiras e contrassensos, a segunda é rescindir o seu mandato de deputada pelo caminho.

Se percorrermos a galeria de fotos de uma das empresas da qual Inês Sousa Real detinha pelo menos 50%, conseguimos encontrar uma foto, de 23 de março de 2014, onde alguém aperta na mão um exemplar de coelho-bravo de cerca de um mês de idade. Ora esta atitude é um atentado contra a natureza, tendo em conta que não se devem manipular exemplares de animais selvagens sem que exista justificação ou alternativa para isso, muito menos um juvenil dependente da mãe. Conclui-se, tendo em conta o meu conhecimento na área, que deste ato muito provavelmente resultou o abandono do animal pela mãe devido à manipulação e odor por uma mão humana sem luvas e, portanto, a morte da cria.

Vemos ainda uma foto em que se observa uma estufa com total cobertura do solo com manta de ráfia (que altera a respiração do solo, microorganismos e biodiversidade) e com baldes plásticos pendurados onde estão plantas. Isto não é intensivo?

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Encontramos ainda, na mesma altura, a cobertura do solo com plástico (em detrimentos de mantas de ráfia, mais dispendiosas, mas menos danosas para o ambiente), do qual advêm consequências extensíssimas a saber: fragmentação do plástico e produção de microplásticos para o ambiente, alteração da respiração do solo que Inês afirmava assegurar e com isso alteração dos microorganismos do solo e de toda a biodiversidade.

Percorrendo um pouco mais, encontramos ainda a foto de um Sardão (Timon lepidus), uma espécie com estatuto de “Quase ameaçada” de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), que foi capturado e mantido sob stress numa embalagem de plástico para que se tirasse uma fotografia, onde se afirma que foi “capturado o ladrão de framboesas”. Ora não era a Sra. Deputada que afirmava que as suas instalações permitiam “livre circulação” dos animais selvagens? Se é livre, não se pode capturar.

Para terminar, tenho que confessar que me impressionou o bailado das quotas que fez entre a senhora sua sogra e o senhor seu esposo. Foi de tal arte o bailado que se as quotas fossem um pano vermelho até se confundiam com uma tourada à portuguesa.

Acendeu-se a luz vermelha para Inês Sousa Real. E não é dos frutos, é da demissão e da perda total de moralidade argumentativa e ideológica.