Enquanto a campanha eleitoral se prolonga já com pouco tempo para surgirem novidades susceptíveis de alterar significativamente as expectativas dos partidos políticos e dos seus apoiantes, o governo actual continua a não ter pudor em utilizar mais uma vez os procedimentos jurídicos para interferir com o funcionamento da justiça e da vida política em Portugal. Foi o que aconteceu há dias com um pedido de esclarecimento aparentemente ingénuo do primeiro-ministro à Procuradoria-Geral da República (PGR).
Tratava-se da legislação que ainda regula o comportamento dos membros do governo em relação aos contratos do Estado com empresas nas quais participa financeiramente algum dos seus familiares próximos. Até há dias, todos supúnhamos que a lei ainda vigente era tão cristalina que o dito governo até já introduzira legislação a fim de a mudar e assim facilitar, senão favorecer, futuros negócios dos governantes e seus familiares com o Estado, isto é, com o dinheiro de todos nós!
Mas não. Em véspera de eleições, o governo não podia tolerar mais uma investigação do Ministério Público que acaba de designar como arguido mais um secretário de Estado, um antigo autarca socialista de nome Artur Neves que se demitiu, bem como o presidente da chamada Protecção Civil envolvido igualmente num caso relacionado com os incêndios florestais de 2017, os quais ficarão a ser para sempre o calcanhar de Aquiles de António Costa.
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