Embora não possas esperar banir totalmente a procrastinação da tua vida ou do teu negócio, podes melhorar a forma como lhe respondes quando surge.

Uma maneira prática de lidar com a procrastinação é usá-la como uma ferramenta de autodesenvolvimento. Estranho? Nem tanto.

Aqui e ali, de tão pouco explorada ainda que está esta forma de ataque à procrastinação, propõe-se uma estrutura de 3 passos que pode ajudar-te a superá-la e a avançares com os teus projetos e tarefas com outra vontade e até determinação.

Declara como existente a tua procrastinação; assume-a

Já lamentaste com colegas, reclamaste abertamente com amigos e admitiste a tua a procrastinação numa tarefa de trabalho? Não? Se não está na altura de o fazeres. E quando estás a trabalhar sozinho? E quando és o único que sabe quais as tarefas que deverias ou não estar a fazer? Verbaliza as tuas preocupações. Escreve-as

A ideia é claramente tornar o estado atual do seu trabalho plenamente conhecido para ti próprio. Nada como dar um nome ao “bicho”.

Determina as causas chave da tua procrastinação

Não podes resolver adequadamente um problema se não souberes qual é o problema.

Há seguramente vários fatores transversais que aparecem quando estás a procrastinar. Alguns dos mais comuns incluem o medo do sucesso (leste bem, o medo do sucesso, porque ele existe), o medo do julgamento dos outros, a falta de confiança nas tuas próprias habilidades e conhecimentos e, obviamente, a falta de interesse numa tarefa. Pergunta-te então: “Que aspetos desta tarefa a tornam desinteressante para mim?” Obviamente, sabes que não queres fazê-la, mas porquê?

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Identifica então 3 a 5 razões pelas quais não queres envolver-te na tarefa em questão. Pensa nos fatores descritos. Isto é algo que te aborrece até às lágrimas? Estás ressentido pelo facto de ter de fazer a tarefa? Pensas que te faltam competências nesta área?

Agora Inverte a tua procrastinação

Uma vez dado um nome e reconhecidas as causas da tua procrastinação toma as medidas para a neutralizar.

Podes passar por cima, por baixo, ao lado ou através de um problema. Podes e deves fazer o mesmo quando se trata de procrastinação. Assim:

Passa por cima da tarefa –Útil se realmente não quiseres ou não puderes fazer o trabalho sozinho. Pede ajuda para realizares este tipo de trabalho de forma satisfatória e agradece a esse alguém. Expõe as tuas reservas e as tua dificuldades.

Passa por baixo da tarefa – Útil se sentires que as tuas competências ou conhecimentos relacionados com a tarefa não estão onde deveriam estar. Pede dicas, vê um vídeo de formação, faz um curso, inscreve-te num programa, lê um livro, consulta um artigo. Aprimora as tuas competências.

Passa ao redor da tarefa – Útil se estiveres a sentir medo de algo, seja do sucesso ou do fracasso ou, até, da abordagem. Supera uma tarefa reconhecendo apropriadamente as tuas conquistas passadas num projeto semelhante. Outra solução é trabalhar numa tarefa que de alguma forma apoia a tua tarefa original, de tal modo que isso venha a impulsionar o teu trabalho.

Passa através da tarefa – Esta abordagem é a mais direta, pois exige que arregaces as mangas e comeces a trabalhar. E, honestamente, é aquela de que mais gosto. Escolhe um prazo para a tarefa, define um temporizador, elimina distrações, procura o foco, fecha-te e comece a trabalhar. Se realmente estás a procurar alguma responsabilidade, dê a ti mesmo um ultimato ou alguma forma de motivação para fazeres o trabalho em tempo útil. Atribui-te uma recompensa.

No fundo, o que estás a fazer com a procrastinação é um ciclo do tipo: dá um nome ao “bicho” – determinada as causas mãe do “bicho” – escolhe uma forma de matar o “bicho”. Podes chamar de forma prática “O bicho”- “O porquê do bicho?”- “Matar o bicho”.

Será porventura a n-ésima vez que estás a lutar contra a procrastinação, se percorreres este caminho talvez te surpreendas. Uma questão essencial: não podes procrastinar na construção deste caminho. Tens de ser sério para contigo mesmo. Simples? Nada disso. Mas ajuda.