Preferência temporal. O conceito da economia que Hans-Hermann Hoppe popularizou entre os libertários, argumenta que a preferência temporal se refere à maneira como as pessoas valorizam o consumo presente em relação ao consumo futuro. Indivíduos com uma preferência temporal mais alta tendem a valorizar preferencialmente o consumo imediato, enquanto aqueles com uma preferência temporal mais baixa estão dispostos a esperar e poupar para consumir mais no futuro.
Os políticos, jogam contra o tempo. Há um tempo para os mandatos medido não somente pelo tempo que podem ocupar no cargo, mas também pelo próprio tempo útil para se tornarem populares e ganharem eleitores que irão permitir a sua estadia por mais tempo no poder, desta forma é comum que ofereçam medidas que resolvem os problemas instantaneamente, de forma rápida, fácil e sobretudo com uma elevadíssima preferência temporal propondo-se a gastar muito para satisfazer essas promessas- não importa, o relógio está a contar. Desta forma, porque não propor medidas populares mesmo que não sejam justas ou tenham sequer adesão à realidade?
Na política partidária, raramente nos dizem a verdade, a verdade é racional e frequentemente impopular, talvez por essa razão o Partido Socialista tenha sido rei e senhor em Portugal enquanto ludibriava os seus eleitores com “ofertas” generosas cheias de boas intenções. Exercícios de malabarismo, retirarem dinheiro do bolso do contribuinte através do aumento de impostos indirectos, enquanto mantinham impostos directos e alegar que não houve aumento de impostos. Por outro lado, subsídios e “bondade “,eram espalhados e promoviam a propaganda do Partido Socialista.
Na grande preferência temporal dos políticos não há em geral problema em tomar medidas que aumentem os gastos e a dívida sem considerar as consequências a longo prazo. Porquê? O problema é do próximo, e quando chegarmos ao próximo a culpa foi do anterior.
É um erro abandonar o lugar de escrutinador de governos, políticos e partidos para abraçar uma atitude clubista e cegamente crente nos mesmos. Aliás, tem sido essa a atitude que tem perpetuado votos fiéis mesmo com maus resultados em Portugal.
Também Bastiat, na sua mais famosa obra “A Lei” alertava que os políticos têm tendência para procurar o poder e influência que atenda aos seus próprios interesses, e aos interesses daqueles que os apoiam, afastando-se desta forma daquilo que Bastiat considera ser a função do governo: a protecção dos direitos naturais e de propriedade; distorcendo a Lei, fazendo dela um instrumento de coerção para a satisfação dos seus grupos de suporte.
Acredito que a imoralidade não é o que necessariamente pauta a acção de quem se decide aproximar da política partidária, pese embora frequentemente a natureza humana acabe por sucumbir ao desejo do poder. O escrutínio e imparcialidade são a arma do eleitor no julgamento da acção política.
Em política partidária, todos jogam Xadrez, quem não joga, tende a ser expurgado pela pureza das suas intenções, torna-se particularmente verdade se olharmos para os políticos que admirámos e que decidiram sair deste meio. O que lhes aconteceu? Como foram tratados?
Na política partidária todos jogam xadrez, o objectivo? O xeque-mate. Os peões?