Éramos crianças, adolescentes e jovens adultos, quando vimos o Eng.º Sócrates perante as câmaras a pedir ajuda externa. O olho atento mostrou que o Primeiro-Ministro estava bastante preocupado com o ângulo em que aparecia na câmara: “Estou bem assim, ou fico melhor assim?”, a leveza com que se transmitia ao país que estávamos oficialmente em bancarrota e estávamos a pedir socorro ao estrangeiro.

Sócrates saía de cena, em grande estilo, rumo a Paris para estudar, deixando a sua herança e compromissos assinados, aos senhores que se seguiram.

Portugal depenado ouvia as más notícias do novo governo que para nos tirar o mais rapidamente possível do programa de assistência externa e cumprir os compromissos assinados teve de tomar medidas bastante impopulares.

As notícias que nos chegavam em meados de 2013/2014 eram de que o antigo primeiro-ministro estaria envolvido num grande esquema de corrupção, com vários tentáculos, tendo mesmo sido detido em 2014 quando regressou a Portugal.

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Com tantos sacrifícios para sair daquela situação, Portugal conseguiu sair do programa de ajuda externa em 2014. Nas eleições de 2015, os Portugueses entenderam que agora que éramos novamente senhores de nós próprios tínhamos condições de renascer das cinzas e ver o que faria agora o governo livre que poderia efectivamente progredir economicamente.

O reflexo dessa confiança aconteceu após as eleições, em que o governo PSD/CDS volta a ganhar. Ganha no entanto com uma maioria relativa…A ambição de António Costa foi maior que a consideração pela vontade expressa nas urnas, e certamente menor que o seu preconceito em fazer um governo com os seguidores da ideologia que mais matou em todo o mundo: O comunismo. Ser aliado dos comunistas seria impensável com o PS de Mário Soares.

António Costa, Catarina Martins, Jerónimo de Sousa e Heloísa Apolónia assinaram um acordo para derrubar o governo recém-eleito e fazerem um governo de geringonça. Quantos anos de atraso representou este gesto?

Depois disto, a máquina de propaganda Socialista fez o seu trabalho: Eles não criaram qualquer miséria. Isso foram os outros, os maus, os infames.

O novo líder Social Democrata parecia ser até um facilitador deste governo.

Novas forças políticas surgiram desta inacção: IL e CH, com um discurso muito mais voltado para os jovens, muito mais transparente, comunicação directa e empenhada em dizer a sua verdade, cada um à sua maneira rapidamente conseguiram representação parlamentar. Foram os jovens, e aqueles que não se esqueceram do passado recente que os elegeram.

O PS transformou a mentira em verdade. Trocou os factos mas mudou de estratégias: com António Costa registámos o maior aumento de impostos indirectos de sempre.

Aliás, a carga fiscal em Portugal atingiu o seu recorde com António Costa representando em 2023 36,4% do PIB.

Alguém tinha de pagar luxos como a renacionalização da TAP, que a propósito custou uns módicos 3,2 mil milhões de euros aos contribuintes, (para acabar novamente na reprivatização.)

O Ilusionismo socialista garante-nos que nos países que os liberais admiram as cargas fiscais são maiores. É factual, mas incompleto. Convenientemente omitem que nos países que os liberais admiram os ordenados são maiores. E “esforço fiscal” é o termo que nunca vos vão explicar. Ora, aqui somos o 5.º país da União Europeia com o maior esforço fiscal.

E para onde vão os nossos impostos? Se precisarmos de um médico temos de ir ao privado. E é por isso que com a maioria absoluta de António Costa 3,6 milhões de Portugueses para além de descontarem para o SNS, também pagam agora seguro de saúde.

Somos a geração mais qualificada de sempre, mas 75% dos jovens até aos 35 anos ganham até 1000€ líquidos, talvez seja por isso que 30% dos jovens portugueses já se encontrem a residir no estrangeiro.

Somos também a geração mais informada e menos isolada do mundo. As companhias aéreas low cost fizeram-nos um favor enorme a ver o que se passa lá fora. A internet fez-nos um favor enorme a trazer ideias que funcionam e novos ventos do estrangeiro. Se calhar é por isso que querem tanto controlá-la.

Somos a geração que não consegue pagar casas, porque não há, graças às barreiras artificiais que o Estado cria para a construção e reabilitação de imóveis.

Somos a geração que não pode usufruir de uma casa de herança, sem que a esquerda pense que devíamos taxar isto.

Chamam-nos populistas, tentam aterrorizar-nos com os perigos de sermos livres. Tentam dizer-nos como pensar.

Somos nós. As crianças e jovens de 2015 que cresceram, e estão a pedir à esquerda um ajuste de contas com a miséria a que nos condenaram.