Por certo, viram, ouviram e leram que desde ontem somos 8 mil milhões de pessoas no planeta Terra. Parece muito, é verdade, mas olhem que não é assim tanto. Para terem uma ideia, isto era coisa para se arrumar esta malta toda, porreiramente, numa Quarteira que fosse daqui até Dunquerque, França.
Tínhamos era de esquecer reedições do Dia D. Não haveria cá novas versões de desembarques na Normandia. Por muitos barcos carregados de soldados que chegassem à praia, as tropas invasoras estariam sempre em inultrapassável inferioridade numérica face aos inúmeros autocarros carregados de veraneantes despejados nas praias de Quarteira.
Apesar de tudo, 8 mil milhões de indivíduos ainda é um grupinho jeitoso. Já é o tipo de grupo para o qual convém reservar mesa no restaurante. Sob pena de ter de se recorrer àquela solução, muito pouco cómoda, de sentar dois convivas às cabeceiras. Isto sem mencionar a posterior ida à discoteca. Quase de certeza que o porteiro só deixaria entrar as 4 mil milhões de mulheres.
Agora, uma coisa é certa. De entre 8 mil milhões de pessoas, António Costa ter escolhido precisamente Miguel Alves para secretário de estado adjunto do primeiro-ministro foi um azar quase tão grande como entre 8 mil milhões de almas ser um cidadão português contemporâneo dos últimos, quase ininterruptos, vinte cinco anos de Governo socialista.
Executivo do PS que, enquanto corria com Miguel Alves para fora do governo, tentava arranjar forma de poder decretar confinamentos obrigatórios sem estado de emergência, por via de uma alteração constitucional. E não se ficam por aqui as alterações que o PS quer fazer à Constituição. Os socialistas também querem mudar o preâmbulo. Mantém-se aquela parte de “abrir caminho para uma sociedade socialista”, como é óbvio. Eles estão é a ver se arranjam maneira de a lei fundamental garantir que o tal caminho rumo ao socialismo é ladeado por arame farpado, e se, para nos apressar o passo, há um daqueles cilindros compactadores para asfalto a morder-nos os calcanhares.
Por falar em calcanhares. Calcanhares, golo de calcanhar. Golo de calcanhar, goleador. Goleador, Cristiano Ronaldo. E assim se faz uma ligação giríssima, sucinta e elegante. Sem nunca mencionar Rabah Madjer. E muito menos o Futebol Clube de Porto. E o facto de ter sido Campeão da Europa com um golo de calcanhar.
Prossigamos, pois, com o CR7. Que está envolto em polémica, à conta da entrevista que concedeu ao jornalista Piers Morgan. Entrevista em que o Cristiano disse mal do Manchester United ao Piers, sendo que agora, em princípio, o Manchester United dirá ao Cristiano “pire-se”.
Em defesa do Cristiano Ronaldo, muita gente afirmou que ele tinha todo o direito de dizer o que bem lhe apetecesse. Afinal, a liberdade de expressão é um direito humano. Ao que os detractores do Cristiano contrapuseram, não sem alguma razão, que, sim senhor, a liberdade de expressão é um direito humano, mas o Cristiano dá mesmo ideia de ser sobre-humano. E agora?
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