Bom, a fazer fé na sabedoria popular, resta uma vida a Donald Trump. E se à terceira tentativa de assassinato for de vez, Kamala Harris, que já se livrou do actual presidente, Joe Biden (sim, é o actual presidente dos EUA. Lembrava-se? Eu também não), livra-se também do ex-presidente, Donald Trump. Eu se fosse o Obama, o Clinton, o Bush, ou o Carter passava a dormir com um olho aberto. Talvez no caso do Clinton arriscasse manter os olhos fechados, se a alternativa fosse estar sempre a ver a Hillary.

Vendo os acontecimentos pela positiva, a primeira tentativa de assassinato de Trump arrancou-lhe um pedaço de orelha, ao passo que a segunda, uma vez que os serviços secretos actuaram preventivamente, já só lhe chegou aos ouvidos. Por este andar, da terceira tentativa de assassinato Donald Trump ouvirá falar quando Kamala Harris articular uma ideia de forma inteligível.

Agora, independentemente das ideias sobre Trump, não se pode parar de tentar exterminá-lo? Mais que não seja por o extermínio ser desnecessário. Se o apoio dos comentadores portugueses a Kamala for tão decisivo como estou certo será, Harris terá uma vitória de tal forma arrasadora que, desde Pyongyang, Kim Jung Un assinalará: “Ui, se esta menina não calha ser uma valente comunista estávamos bem tramados. Já agora, ó Chow Mein, estou quase a acabar as torradinhas com doce. Podes trazer a malta que tenho para exterminar depois do lanche.”

Realmente, há coisas que comovem. E não me refiro apenas às tardes zen do facínora norte-coreano. Refiro-me até mais aos dias agitados dos idiotas úteis que, por cá, sabendo tanto de política norte-americana como da atmosfera de Plutão, alinham militantemente com a Camarada Kamala (ao contrário do lóbulo, Trump não perdeu o jeito para alcunhas). O que faz sentido, claro, tratando-se de uma amálgama comunisto-fascista, que insistirá na bondade das suas ideias até chegarmos a Plutão. Onde, de novo, aplicarão as suas ideias e, depois de tantos séculos de esforços para viajarmos pelo sistema solar, todos morreremos à fome.

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Enquanto não conquistamos Plutão, o ministro da Defesa parece investido em reconquistar Olivença. Em que planeta estaria Nuno Melo para fazer tais declarações, numa cerimónia em que pontificou como Ministro da Defesa? Uma vez que o próprio garante ter feito a afirmação enquanto líder partidário, estaria no planeta CDS. Para os mais novos, o CDS é o Plutão dos partidos portugueses. Já teve assento junto dos partidos maiores, mas entretanto foi despromovido e saiu do sistema parlamentar.

Saiu do sistema parlamentar, sim, mas entrou para o governo. Ao contrário de Plutão. CDS 1, Plutão 0. Mas, afinal, por que razão o PSD trouxe o CDS para o governo? Ora, para Luís Montenegro brilhar, claro. Ao seleccionar Nuno Melo para ministro da Defesa, o Primeiro-Ministro denota toda a sua mestria: na Defesa, alguém que, depois de cada intervenção, precisa que venham em sua defesa.

Quem jogou ao ataque foi Pedro Nuno Santos, que parece totalmente seguro de Olivença ser espanhola. Mas também que interessa se é espanhola, ou se é portuguesa? Um dia, com Pedro Nuno ao leme de um lado e Pedro Sánchez ao leme do outro, rumo à sociedade socialista, Olivença será de todos! Tal como a enxada era da cooperativa. Olivença será a enxada da zona raiana. Fica só a faltar convencer disso a Presidente da Extremadura, María Guardiola, que frisou que Olivença é espanhola desde 1801 e “vai continuar a ser”. Pois, se a Guardiola se põe a jogar um tiki-taka diplomático aí é que nem cheiramos a pelota.