Há décadas que ouço justificar o decréscimo da natalidade com as preocupações financeiras e profissionais dos jovens. Creio no entanto, piamente, que este mundo actual tão revolto e com permanentes guerras, tricas, activismos e activistas, lhes provoque uma angústia acrescida e em nada os ajude a assumir esta decisão, tão importante e gratificante para a vida de qualquer casal.

Meus caros jovens, acreditem que apesar de reconhecer que é um enorme desafio criar e educar um filho numa sociedade tão instável e complicada como a nossa, a paternidade dá outro sentido à vida e eu não tenho dúvida alguma de que aceitaria novamente e sem pestanejar esse mesmo desafio.

Os filhos mudaram a minha vida! Merecem tudo o que já fiz por eles e posso dizer, com plena convicção, que foram a melhor coisa que me aconteceu na vida e a minha prioridade a partir do momento em que nasceram. Percebi que ninguém nasce a saber ser pai,  mas aprende-se a ser pai!  E por várias vezes pedi desculpa aos meus filhos, quando reconheci que tinha errado, neste nosso longo e bonito trilho de vida familiar.

Na sua educação, nunca abdiquei de lhes incutir valores e princípios que herdei dos meus pais e que agora, mais do que nunca, lhes serão essenciais para poderem enfrentar uma vida que não se perspectiva nada fácil. Uma vida que não será apenas de festa, sucesso e alegria, mas também de algumas tristezas, contrariedades e certamente algumas dúvidas, face a um mundo cada vez mais repleto de gente que nos pretende impor uma cultura adornada por verdadeiras imbecilidades e assente numa enorme perversão de valores.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Sou contra qualquer tipo de discriminação e abomino quem o faz, mas discordo por completo de uma sociedade construída à base de quotas, onde se pretende ignorar por completo o esforço e o mérito dos candidatos. Mas os activistas deste mundo, sempre camuflados num slogan “contra a discriminação”, esquecem-se que são os primeiros a discriminar quando nos pretendem impor uma seleção em função de vagas definidas para a cor da sua pele, sexo, religião, orientação sexual ou o que quer que seja.

Não entendo esta gente! No fundo, eles gostam de desestabilizar a sociedade e parecem autênticos furões na permanente procura de causas onde se possam filiar, para as poderem berrar por todo lado e muitas vezes vencer-nos pelo cansaço.

Uma coisa é apresentar e defender causas pelo diálogo e através de uma discussão civilizada, outra, completamente diferente, é tentar impô-las através de ações completamente idiotas e debaixo de uma constante berraria.

Há causas nobres, causas importantes, causas duvidosas, mas também causas completamente aberrantes que, no meu entender, devem ser imediatamente rejeitadas, pois em nada vão contribuir para uma pacificação social.

Sinceramente, julgo que muitas vezes a maioria dos activistas está mais interessada no barulho e incómodo que provocam, do que propriamente nas causas que fingem defender. E ninguém tem, forçosamente, que vestir o rótulo que esta gente tanto gosta de atribuir a todos aqueles que não alinham nos seus festivais.

Eu não tenho que me sentir racista por ter orgulho em ser português, orgulho no sucesso de todos os portugueses espalhados pelo mundo, bem como orgulho na história do meu país, da qual não podem ser arrancadas páginas por ódios infantis ou birras senis. A nossa história teve acontecimentos fantásticos e outros menos bons, mas todos têm que ser contextualizados à época e fazem parte do nosso património cultural. Orgulho-me de Padre António Vieira, de Pedro Álvares Cabral, de Bartolomeu Dias, de Vasco da Gama, de Luís Vaz de Camões, entre tantos outros ilustres portugueses. Mas envergonhar-me-ia com toda a certeza, se na história de Portugal estivessem Hitler, Mussolini, Hugo Chavez, Fidel Castro, Lenine ou Mao Tse Tung .

Eu não tenho que me sentir machista por achar que os homens têm muito maior aptidão para todas as actividades que exigem força e explosão muscular. Aliás, defendo há muito tempo que as mulheres conseguem superar os homens em todas as outras áreas e costumo dar como exemplo o ensino superior, onde dominam por completo.

Tal como não me posso considerar homofóbico por, pela mesma razão, discordar completamente da permissão a atletas transexuais de competir em competições femininas. Há mulheres que se prepararam durante anos para a prova da sua vida e agora, de um momento para o outro, vêem-se numa luta injusta e desigual, que os activismos e a política lhes impuseram. Isto não é verdade desportiva ! É batota!

Eu não tenho que me sentir velho, retrógrado ou “cota” por discordar em absoluto da introdução da ideologia de género na escolaridade das nossas crianças! A natureza só nos dá dois géneros e é a ciência, ou a cabeça de cada um, que criam todos os outros. O assunto pode ser apresentado e discutido, fundamentalmente para evitar discriminação, mas na altura certa e nunca da forma abrupta e leviana como estão a querer impor a crianças de idade pré-escolar. Soube há dias, e a propósito da Queima das Fitas de Coimbra, que já se fala por aí em terminar com as designações de traje académico masculino e feminino, passando a adoptar a designação de traje 1 e traje 2 , para que cada indivíduo possa vestir aquele em que se sinta melhor. Enfim…

Eu não tenho que me achar um fundamentalista religioso por achar um paradoxo que governantes, e tantos  cidadãos, se definam orgulhosamente como ateus ou agnósticos, mas festejem o Natal, Páscoa e todos os feriados Santos. Portugal é efectivamente um estado laico, onde vigora a liberdade de crença e religião, mas tem uma profunda matriz católica de séculos e não deve abdicar dela. O dever de tolerância para com todas as outras religiões não nos obriga a renegar a nossa!

Eu não tenho que me sentir xenófobo por defender direitos e deveres iguais para todos os cidadãos sem qualquer excepção!

Eu não tenho que me achar um criminoso ou assassino por gostar da caça, nem um gladiador ou um imperador romano por apreciar a tauromaquia, em particular as festivas touradas à corda da minha linda ilha Terceira.

Enfim, meus amigos, esta gente não quer paz! Estão permanentemente a arranjar guerras, a acicatar ódios e vestem um enorme camuflado que não lhes consegue esconder a profunda ideologia de extrema esquerda. Lá bem do alto da sua suposta supremacia moral e intelectual, demonstram constantemente toda a sua incoerência, hipocrisia e total intolerância com a diferença.

Por vezes, apetece-me deixar andar, parar de me incomodar e desistir desta luta. Mas a indignação e perplexidade com certos activistas é de tal forma superior à minha vontade, que lá dou comigo novamente a contestar tanta palermice que vejo e leio frequentemente.

Faço um apelo de coragem e resiliência a todos os que, tal como eu, se indignam com esta panóplia de activismos absurdos: não nos deixemos vencer pelo cansaço!

E a vocês meus Filhos, já os três num processo de emancipação, que a mim muito me tem custado, que se  mantenham fiéis aos nossos valores e princípios, pois só assim poderão trilhar uma vida tranquila sempre de cabeça levantada.

Ah!… E por ser um homem de Fé, por não ter vergonha de o dizer e porque ainda me é permitido dizê-lo: que Deus vos proteja!