Os militantes do PSD precisam de voltar a ter orgulho no seu partido. Com a liderança de Rui Rio, perderam esse orgulho. Viram o partido perder eleições atrás de eleições. Assistiram a um líder incapaz de construir uma alternativa ao socialismo para apresentar aos portugueses. Preocuparam-se com o aparecimento de dois novos partidos no mesmo espaço político, a IL e o Chega, criados por antigos militantes do partido. Pior de tudo, nunca sentiram que o próprio líder tivesse orgulho no seu partido. Por exemplo, Rio mostrou sempre embaraço em relação ao governo de Passos Coelho e nem os governos de Cavaco elogiava. Para ter orgulho na história do PSD, não basta evocar Sá Carneiro. Com Rio, os elogios a Sá Carneiro eram meros rituais com pouco significado.
Os militantes do PSD têm muitas razões para se orgulharem da história do seu partido. Com Sá Carneiro, aliado ao CDS, na AD, construíram a primeira alternativa democrática contra os socialismos radicais e contra o PS. Não foi só contra o PCP que lutaram, também tiveram que combater o PS, que chegou ao ponto muito baixo de atacar Sá Carneiro por estar separado e ter uma relação com Snu Abecassis. O que pensam os actuais militantes socialistas dos ataques de Mário Soares a Sá Carneiro por estar separado e viver com outra mulher? Mas Sá Carneiro e a sua AD resistiram a todos esses ataques a ganharam uma maioria absoluta não-socialista. Esse momento fundador da direita democrática em Portugal deve continuar a ser uma inspiração e um orgulho para os militantes do PSD.
Os militantes do PSD também se devem orgulhar dos governos de Cavaco Silva, o político com mais sucesso da democracia portuguesa. Foram os anos em que a economia portuguesa mais cresceu e mais se aproximou da Europa. O PSD de Cavaco enriqueceu Portugal. O PS de António Costa empobrece o país. A diferença é clara. Foi também com Cavaco que o PSD se transformou num partido reformista: um partido que percebe que Portugal precisa de um rumo e que esse rumo exige reformas e mudanças.
Os militantes do PSD devem ainda ter um enorme orgulho no governo de Passos Coelho. Salvou o país da falência causada pelos governos de Sócrates. Foi um período duro para os portugueses, mas teria sido muito mais dramático se o governo de Passos não tivesse cumprido a sua missão. Qualquer militante do PSD se deve orgulhar do seu partido por, em circunstâncias muito adversas, ter feito o que era o melhor para Portugal. Por vezes, o sucesso não é popular, mas é absolutamente necessário.
Obviamente, os governos do PSD cometeram erros e deslizes, e tiveram fracassos. Tudo isso faz parte da política. Mas as heranças explicam-se com poucas palavras. Sá Carneiro fundou a direita democrática. Cavaco enriqueceu Portugal. Passos Coelho salvou o país. Todos os militantes do PSD devem ter orgulho nestas heranças.
Portugal precisa mais do que nunca de um PSD forte. O PS governa sem rumo, reage a crises, e mal, e é incapaz de fazer as reformas económicas e sociais que os portugueses precisam. Portugal não pode continuar a empobrecer, a tornar-se um país mais injusto, a sufocar a classe média com uma ditadura fiscal, e a condenar muitos dos seus jovens a emigrar para poderem construir uma vida decente. Só o PSD pode voltar a colocar Portugal no caminho da prosperidade. O PS já não consegue.
A crise entre Costa e Santos, a propósito do novo aeroporto, também mostra como a hegemonia socialista é má para a democracia portuguesa. Com a hegemonia do PS, a luta pelo poder transferiu-se para o interior do partido e do governo. Neste momento, Portugal tem um PM que privilegia a diplomacia em relação à política interna, e os seus potenciais sucessores combatem-se dentro do governo. De certo modo, Costa desistiu de governar Portugal, PNS percebeu e quer ser ele a governar. Ninguém sabe até onde vai esta anarquia socialista, e como vai acabar. Mas o PSD tem que estar preparado para eleições antecipadas e, por isso, deve começar a construir uma alternativa ao socialismo já. Não é amanhã, nem depois de amanhã, é hoje.
Mas há uma condição para o PSD construir uma alternativa ao governo socialista: orgulho na história do partido, em toda a história. Sem orgulho não se convence os outros, nem se conquistam maiorias.