Quem é o John Galt?”. A frase do clássico A Revolta de Atlas, de Ayn Rand, tornou-se um símbolo da luta pela liberdade e contra a intervenção estatal.

John Galt, Dagny Taggart, Hank Rearden, Francisco D’Anconia, entre outros, assumem no livro um papel essencial em defesa da propriedade privada, da liberdade individual, do mérito e do direito de iniciativa.

Do outro lado, um conjunto de burocratas e estatistas representam a burocracia, o intervencionismo, o desrespeito pelo indivíduo e a supremacia coletivista, que beneficia uma oligarquia em nome do bem comum.

Nesta luta entre o indivíduo e o coletivismo, não é de desprezar o papel dos neutros. Como nos dizia Edmund Burke, “Para que o mal triunfe, basta que os bons nada façam”.

Robert Stadler assume, neste contexto, um papel importante no livro e que merece reflexão nas nossas posturas individuais no dia-a-dia.

Robert Stadler era um cientista brilhante, que tinha sido professor de John Galt, Francisco D’Anconia e Ragnar Danneskjold (outra personagem importante do lado da liberdade).

O seu brilhantismo científico levou a que o Instituto Científico Nacional fosse batizado com o seu nome.

A ciência era feita em seu nome e era-lhe permitido desenvolver os seus projetos pessoais, desde que não questionasse a restante “ciência” desenvolvida pelo instituto. “Ciência” a bem do coletivo, com a sensibilidade social a sobrepor-se à realidade científica.

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Robert Stadler permitiu que o seu nome fosse utilizado para validar falsa ciência, em troca da oportunidade de desenvolver projetos menores e da honra de ser reconhecido como a alta autoridade científica da Nação. Em seu nome, e por sua omissão, a ciência deixou de o ser, colocada ao serviço da ideologia coletivista.

Quando se chegou longe de mais, e quis impedir que as descobertas científicas do seu instituto fossem utilizadas para instaurar um regime totalitário, era tarde. Tinha compactuado durante demasiado tempo. Tinha emprestado o seu nome e a sua credibilidade a experimentalismos que mais não visavam do que destruir a verdadeira ciência, substituindo-a por uma agenda ideológica, coletivista e autoritária.

É bom que cada um de nós, principalmente aqueles de maior reconhecimento público, analise frequentemente as suas ações e as suas omissões de ação, garantindo que não estão a compactuar com a destruição daquilo que julgam estar a defender.

Se não o fizermos, um dia pode ser tarde de mais.