Estamos em pleno mês de Agosto e embora o cronista não vá de férias, tal não significa que as férias não venham até esta crónica. Por isso, esta semana, faremos um périplo por vários destinos de sonho, que começa no nosso Portugal.
Mais precisamente na Serra da Estrela. Serra da Estrela que, segundo a ministra Mariana Vieira da Silva, vai ficar “melhor do que estava” antes do incêndio que consumiu 25% do Parque Natural. Portanto, pelos vistos, e ao contrário do que, maldosamente, se diz por aí, parece que este fogo veio mesmo a calhar. Bem, então se têm ardido não 25%, mas 50%, ou até 75% – deixem-me sonhar! – do Parque Natural, aí é que o governo não terminava a legislatura sem deixar a Serra da Estrela absolutamente espectacular. Isso é que era. Mas pronto, 25% esturricado já não é nada mau, pelos vistos. Só uma dúvida. É a isto que, tradicionalmente, se chama “política de terra queimada”, não é?
Da Serra da Estrela vamos para Paris. Ou melhor, vamos para um bicharoco que vem de Paris. Para falar das cegonhas que trazem os bebés da Cidade Luz. Quer dizer, pelo menos acho que é assim que a coisa funciona, em termos de como a criançada vem ao mundo. Bom, mas não percamos de vista as cegonhas, porque é com estas aves pernaltas que estou preocupado. Receio que os bichos tenham visto o cartaz publicado pela associação Planning Familial sobre os direitos das pessoas transgénero em que se lê que “Os homens também podem estar grávidos” e fiquem baralhadas sobre onde, a partir de agora, devem recolher a, digamos, matéria-prima, que depois distribuem pelo mundo. Deixo uma sugestão. Tendo em conta que as cegonhas passam o verão em Portugal, era boa ideia reservar alguns lugares no próximo acampamento do Bloco de Esquerda, onde as aves seriam devidamente endoutrinadas em tudo o que é identidade de género.
E de Paris – enfim, mais ou menos de Paris – vamos até à Rússia. Com passagem pela Coreia do Norte. Mas só depois dos Estados Unidos, claro. Isto porque Dennis Rodman, ex-jogador da NBA, conhecido pela relação com Kim Jong-un, tem agora permissão para ir também a Moscovo tentar libertar Brittney Griner, jogadora de basquetebol que foi condenada a nove anos de prisão por tráfico e posse de droga. Impressionantes, as capacidades diplomáticas de Dennis Rodman. Estou convencido que ficávamos a ganhar com uma troca de António Guterres por Dennis Rodman aos comandos da ONU. E já nem falo da mera abertura de vias de diálogo entre estados. Por exemplo, se eu fosse o clima e o secretário-geral das Nações Unidas, Dennis Rodman, dissesse que ia combater as minhas alterações, eu ficava quietinho na hora. É que nem respirava. Quais furacões. Nem mais uma ligeira brisa se voltaria a sentir à face deste planeta.
Da Rússia – ou lá onde estamos, já não sei bem – vamos para a Finlândia. País cuja primeira-ministra, depois de ter sido filmada numa festa a dançar forte e feio, levou amigas para a sua residência oficial, onde foram fotografadas em topless e a beijarem-se. É nisto tipo de coisas que se constata quão avançados são os países nórdicos. Por cá, se estamos à espera que uma figura de Estado nos proporcione o visionamento de seios, o máximo a que podemos aspirar é a ver o torso do Presidente da República.
Pretexto ideal para a nossa digressão voltar ao ponto de partida, o nosso querido Portugal. Já estava com saudades, confesso. Por muitos sítios que visitemos, sentimos sempre falta do nosso clima, de escutar a nossa língua e, sobretudo, de presenciar soberbas trafulhices. É mais das trafulhices que tenho saudades, sou sincero. Felizmente, o nosso querido país nunca nos deixa à míngua de estupendas moscambilhas. A mais recente prende-se com a constatação de que toda a direcção da Movijovem é composta por figuras com ligações ao PS/Lisboa. O que, se pensarmos bem, faz bastante sentido. Afinal, sendo a Movijovem a cooperativa pública que gere as Pousadas da Juventude, era de esperar que fosse um albergue de socialistas.
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