Em Portugal cerca de 80% dos eleitores teriam, se pudessem, votado na atual esquerda americana, santificada na Europa, parecida com o atual PS, BE e Livre. Ou seja, até a maioria dos eleitores da IL, PSD (+CDS/PPM) e Chega adorava políticas de gerigonça e não sabia porque ninguém lhe dizia. Tal uniformidade demonstra a efetividade da TV na supressão do contraditório para eliminar o pensamento critico individual. A comunicação lusa suprime sistematicamente quem questionar a esquerda. Esta TV sartriana em Portugal convence até a IL, PSD e Chega que “o inferno são os outros” partidos do centro e da direita, mas não há infernos de esquerda. Todos formatados pelas TVs, rádios, jornais e revistas em Portugal, há décadas, a pregar a boa nova que os políticos de esquerda são santos e os da direita são o diabo, lá fora e cá. E, claro, a excomungar quem ousar questionar o Evangelho segundo a esquerda.
Devido a essa formatação mediática promotora do repúdio pavloviano contra o centro e a direita dos outros, os membros da IL, PSD e Chega também se deixam persuadir que os partidos do centro e direita lusos são diabólicos, exceto o seu próprio partido. Por isso não falam entre si, não se aliam, não chegam a compromissos, mantendo-nos condenados ao eterno santo socialismo. O PSD fica com vergonha de ser do centro-direita e diferente do atual PS não vá a comunicação social pintá-lo como diabo de novo. Assim, produz orçamentos muito socialistas sem redução significativa do estado e dos impostos, ignorando os muito melhores conselhos económicos da IL e desprezando o Chega. O Chega acha que tem o exclusivo das pessoas de bem e que os outros são dantescos. A IL acha que o Chega não tem uma única pessoa de bem e trata-os como infernais. O enorme potencial para Portugal da literacia financeira dos liberais não é alavancado no governo para focar o desejo difuso do Chega de mudança contra a esquerda.
Não reformam o Estado com liberalismo económico por respeito inadvertido e imerecido pela imprensa lusitana que lhes esconde dados (até de fontes credíveis do centro-direita moderado como o Wall Street Journal) e nem sequer fala com a população nem a representa (sobre as eleições americanas fiou-se nas estrelas de Hollywood, da pop e TV ignorando, por exemplo, a opinião dos eleitores luso-americanos comuns).
Era precisamente e também devido a essa manipulação pela comunicação social lusa que os portugueses do centro e da direita estavam entusiasmadíssimo com uma santa de esquerda americana que propunha a rejeição do mercado livre no controlo estatal do privado nas rendas na habitação e preços alimentares. Propunha ainda a subida do IRS e criação de impostos novos até sobre mais-valias não realizadas. Além de, claro, continuação da festa de distribuição de mais subsídios estatais, sem cortar nas despesas do Estado. Isto depois de 4 anos no poder de ineficiência nas funções básicas do Estado como segurança fronteiriça e de alta inflação: 25% de aumento de preços na alimentação, 30% na energia, juros dos empréstimos para habitação a triplicar de 2.5% para 7.5% causando subida enorme na prestação mensal, etc. A maioria dos eleitores comuns americanos percebia que o partido no poder não iria fazer agora o que não fez em 4 anos. A inflação não se iria corrigir com o estado a obrigar os agricultores à falência forçando-os a vender produtos mais baratos. Quanto mais produtores falirem mais os produtos escasseiam e encarecem (ver Wall Street Journal e mais fontes moderadas no final do artigo sobre dados e políticas referidos).
No entanto, iludidos, muitos nos partidos do centro e da direita portugueses defendiam sobrecarregar com ainda mais impostos os contribuintes já aflitos com a inflação provocada pelo despesismo estatal. Estavam a ser iliberais e não sabiam! Porque não lhes diziam nem metade do que se passava. Só sabiam através da TV e imprensa lusa muito básica, que havia lá fora uma luta entre anjos e demónios, e os anjos, claro, estavam todos na esquerda. Os 77 milhões de eleitores do centro e direita de todas as etnias e estratos sociais da América eram descritos na TV portuguesa como demónios “maluquinhos” ou muito pior. Os saudáveis mentalmente, para a nossa TV, eram as estrelas com mansões em Beverly Hills e batalhões de guarda-costas, a rebaixarem os eleitores comuns que se preocupavam com o preço dos ovos ou a prestação mensal da casa terem duplicado, e os seus filhos andarem em ruas mais inseguras.
No atual partido democrata americano, vendido nas televendas lusas como uma santidade imperdível (80% dos portugueses comprariam se pudessem!), longe vãos os tempos dos fantásticos centristas sociais-democratas liberais pró-mercado dos Kennedy, Clinton, ou primeiro mandato de Obama. Ultimamente esse partido tornou-se numa espécie de equivalente ao atual PS luso aliado, dominado pela ideologia radical de esquerda elitista do BE e Livre. Segundo autopsia pós derrota eleitoral feita quer por democratas pensantes (Ex. Bill Maher ou James Carville) quer por moderados centristas (Ex. Fareed Zakaria), o partido perdeu as eleições porque ignorou as duas principais preocupações da maioria da população. Estas eram a inflação na economia e insegurança na fronteira.
Desviou assim o aparelho do Estado para causas elitistas de esquerda que pouco ou nada diziam às classes trabalhadoras (por isso até perdeu sindicatos equivalentes ao PCP/CGTP lusos). Fugiu também da classe média e do centro liberal. Foi para os braços das elites de esquerda: comentadores das TVs (enviesados à esquerda), estrelas de Hollywood e da música pop (alheados da realidade da classe média), professores de sociologia marxista (a viverem numa realidade paralela) e seus alunos que acreditam religiosamente nas causas woke iliberais e divisivas que lhes ensinam.
Quanto ao centro e direita americanos, o que se passa lá comparado com o centro e a direita portugueses que se deixam dividir para a esquerda elitista radical, angelical segundo a comunicação social, poder reinar? Em Portugal o reformismo do Estado e liberalismo económico estão sempre a deixarem-se subalternizar e são para sempre adiados por falta de pragmatismo. Ficam num eterno Purgatório para “pecadores” não socialistas elitistas marxistas queridos da comunicação social, sem chegarem a governar e implementar o reformismo e liberalismo. E na América?
O partido republicano, que foi vendido em Portugal pela TV como o diabo, ganhou as eleições americanas em toda a linha: Presidência, Senado e Câmara dos Representantes. Isto porque promoveu uma aliança muito abrangente contra a esquerda extremada e elitista. Cá o centro e a direita ostracizam-se, mas lá aliaram-se e chegaram a compromissos para resolver problemas reais da população. Até nos valores morais chegaram a um meio termo entre conservadorismo e liberalismo, sem extremismo woke. Devido a este pragmatismo inclusivo, vão agora, juntos, baixar os impostos, desregulamentar e reformar o Estado para aumentar a sua eficiência e diminuir o despesismo.
O partido republicano atual é uma espécie de quádrupla aliança muito mais abrangente que a AD no centro e direita. Inclui o reformismo do estado do PSD (liderado pela parte mais afastada do atual PS, ala Passos), o conservadorismo populista do Chega (parte que mais quer cortar no Estado) e o liberalismo económico da IL (liderado pela parte mais afastada do BE/Livre, aqueles para os quais o liberalismo moral não é sinonimo de wokismo iliberal). Aqui cabem ainda o equivalente a dissidentes centristas reformistas do PS (parte mais afastada do atual PS, a submergida ala liberal que apoiava Seguro), horrorizados com a degeneração do atual PS num BE/Livre. Ou seja, os equivalentes lusitanos de quem agora foi para o partido republicano, abandonando o partido democrata, como Robert Kennedy Jr., Tulsi Gabbard (ex membros), Elon Musk, Joe Rogan (ex simpatizantes), etc. fartos da influência crescente do radicalismo de esquerda nesse partido.
Em vez de se deixar endrominar tão facilmente por estratagemas divisivos e fãs da filosofia marxista de Sartre, o centro-direita português deveria imbuir-se de pragmatismo americano capitalista vencedor. Thomas Paine, na génese dos EUA, afirmou em “Senso Comum” que “pensar que está certa uma coisa errada só porque isso é um hábito longo, não faz certa a coisa errada”.
Claramente, a nossa comunicação social habituada, há décadas, a ser enviesada contra a direita (onde também inclui o centro) está errada. Ao só apresentar a perspetiva de esquerda, empobrece-nos intelectual e financeiramente. Milhões de nós tivemos de emigrar para países mais economicamente liberais nas últimas décadas para fora de Portugal. Somos refugiados económicos, fugidos do “paraíso” socialista luso de baixos salários e altos impostos para muito despesismo, mas pouca eficiência do Estado (ex. SNS). Enquanto a esquerda continuar a censurar e monopolizar a TV e imprensa, continuaremos com esse socialismo radical empobrecedor a governar. “Santos” de esquerda extremada como Pedro Nuno Santos (trocadilho deliberado), mesmo perdendo eleições, continuam a exercer poder antirreformista e antiliberal, contra o mérito e bons resultados, sobre o PSD. Temos cada vez mais e ineficiente Estado. Mais “santos” ainda virão por mais décadas de poder socialista radical, com Portugal economicamente sempre nos últimos da Europa. Há demasiados jotas do PS na calha de esquerda radicalizados por dogmas dos marxistas do BE/Livre. Adoram “são” Louçã, mas nem conhecem Tito de Morais ou Sottomayor Cardia do “socialismo sem dogma”, nem gostam de celebrar o 25 de novembro. Por eles e pela nossa comunicação social segue já na presidência da república o pântano do socratismo-costismo imobilista e da gerigonça de esquerda seja com mais “Santos” Silva ou Centeno.
Só se a IL, Chega, PSD e dissidentes centristas reformistas do PS deixarem de ter medo uns dos outros e de se ostracizarem, parando de pensar que os outros são o diabo, ignorando a propaganda televisiva da esquerda, como os americanos fizeram, é que poderemos ter, finalmente, liberalismo económico e reformas do Estado em Portugal.
Seria um excelente começo uma aliança em torno de uma candidatura à presidência da república patrocinadora do reformismo do Estado e mais liberalismo económico. Alguém que patrocinasse executivos com mais inovação e ética, mas menos taxação, regulamentação e despesismo. Portanto alguém bastante distante da pouca ou nenhuma inovação e ética, mas muita taxação, regulamentação e despesismo do Estado que caracteriza o PS de Sócrates-Costa-Pedro Nuno.
Pedro Passos Coelho seria um candidato natural do centro-direita, mas já disse repetidamente que não quer. Se esse é o caso e não o convencerem não percam tempo com figuras menores que ele no PSD. Sejam mais ambiciosos na abrangência e consequente dimensão da vitória do centro e da direita contra a esquerda radical e sua comunicação social. Há mais opções, mas este artigo deixa uma outra sugestão.
Podiam ser criativos e ousar ir ainda mais além na aliança centro-direita, arriscar e pôr de parte até o típico ostracismo tacanho lusitano contra a mobilidade e reinvenção pessoal. Por exemplo, se os radicais de esquerda do atual PS o descartarem agora de novo, em favor de gente muito menos seria, integra ou reformista, como fizeram há 10 anos, dar-vos-iam uma abertura preciosa para irem buscar António José Seguro (este relembremos defendia a baixa significativa de IRC, cortes em fundações ligadas ao estado, fim de privilégios para políticos, etc.). Isto como o partido republicano foi buscar ao partido democrata os melhores e mais perto do centro reformista que ainda lá havia como o próprio Kennedy. Ao ponto de até sindicatos equivalentes à UGT apoiarem os republicanos em vez dos democratas.
Perante uma aliança tão abrangente como Passos-Seguro, a nossa comunicação social poucochinha e de vistas curtas seria ignorada pelos portugueses, como foi pelos americanos quando estes se aliaram de forma ampla. Seria ultrapassada finalmente pelos honestos e íntegros Passos e Seguro que tanto insultou de “fascista” e “fraco”, respetivamente. Dois “diabos” reformistas do Estado que a comunicação social sempre odiou enquanto elogiou “santos” do pântano de esquerda imobilista e anti reformas como Costa ou Mortágua, como muito “carismáticos.” Para a nossa TV e imprensa até o tímido Rui Tavares tem muito carisma. Para os nossos comentadores, quanto mais à esquerda e mais do mesmo, mais carisma.
No Portugal atual há melhores líderes e políticas inovadoras no centro e na direita que nos enriqueceriam do que na esquerda extremada e estagnada que nos tem empobrecido durante demasiadas décadas. A maioria da nossa comunicação atolada no pântano da esquerda do costume, anda há décadas errada. Portanto, tem de passar a ser ignorada nos seus maus conselhos políticos sistematicamente errados e impeditivos de prosperidade.
É tempo de uma vasta Aliança ao centro e direita liberal navegar, governar e reformar o Estado sem escutar os velhos esquerdistas elitistas do Restelo em que se tornaram quase todos os nossos jornalistas e comentadores, mesmo os mais novos.
Fontes (geralmente ignoradas pela TV e imprensa portuguesa durante a campanha nos EUA):
Controlo estatal de preços: Kamala Harris’s Price-Control Delusion
Subida de Impostos:
Wall Street Journal, Kamala Harris Dons a Capital-Gains Tax Disguise
Forbes Despite Mark Cuban, Kamala Harris Unrealized Gains Tax Remains In Play
USA Today, IRS union for Harris? That’s a warning about what her presidency means for taxes.
Forbes, Harris Deflects On Questions About Border Wall, Taxes, Israel In CNN Town Hall
Despesismo do estado incluindo subsídios:
Wall Street Journal, How Democrats Blew It on Inflation
Wall Street Journal, Biden’s Plan to Spend $4.5 Trillion Without Boosting Deficits Depends on Factors Beyond His Control
Wall Street Journal, Kamala Harris Is Proposing a $6,000 Baby Bonus. Would It Make a Difference?
Forbes, What To Know About Kamala Harris’ Economic Agenda As She Announces New Proposals For Black Men
Inflação nos alimentos
Yahoo, Here’s How Much Grocery Prices Have Increased Since the Last Election
Wall Street Journal, Views of Biden’s Economic Record Burden His Successor
Inflação na energia
Statista, The Rise of U.S. Energy Costs
S&P Global, Energy costs to test Biden in 2022 after inflation hits 39-year high in 2021
New York Post, Energy prices soar almost 30 percent under Biden — 13 times faster than previous 7 years: analysis
Aumento dos Juros nos empréstimos de casas de 2% para 8%
Fareed Zakaria (a partir dos 2:30 minutos) na CNN sobre wokismo, fronteira e condenação criminal:
Excesso de Regulamentação:
Financial Times, Wall Street rejoices as the bell tolls for Biden-era regulation
Ex-democratas a juntarem-se a partido republicano (e vice-versa, mobilidade e reinvenção pessoal):
Newsweek, Donald Trump Surprised by Tulsi Gabbard GOP Move
CNN panel laments how Democrat Party lost Elon Musk: ‘We should have…’ | AllSides
The Hill, Bernie Sanders blasts Democrats for their attitude towards Joe Rogan
Newsweek, Is Joe Rogan a Trump Supporter? Who He Voted for in 2020