Tenho em mim uma profunda inquietude com o que sempre percepcionei como injusto. Com 16 anos, diante do testemunho diário de gigantes disparidades econômicas e sociais, sabia que nem todos tinham as mesmas oportunidades. Não sabia ao certo como podia contribuir para mudar este paradigma, mas convicta de que não podia ser indiferente ao mundo à minha volta foi há 6 anos, numa reunião em Cascais, que dei o primeiro passo para dar o meu contributo, filiando-me na JSD. A JSD, tornou-se, inevitavelmente, parte integrante da minha vida. Se há algo que sempre esteve no ADN da JSD é o espírito inconformista.  Somos cada vez mais uma geração à rasca, e não temos outra opção que não ser desenrascados.

Lisboa é o distrito mais importante do país. Pela dimensão, pelo talento que acolhe e desenvolve, pela força económica e por, incontornavelmente, representar a Capital política do nosso País.

Lisboa é casa de jovens que cá nascem, crescem, sonham, e ambicionam emancipar-se para realizar os seus projetos de vida, mas torna-se também casa para todos os que para cá se deslocam para poder estudar e construir família.

Temos um País maravilhoso em tanto, e, simultaneamente, incapaz de reter tantos jovens que se vêem forçados a emigrar. É a falta de transportes eficientes e em condições. Os preços exorbitantes das casas. A falta de camas em residências universitárias. A falta de apoios para jovens artistas. Um SNS ineficaz e partido aos bocados. Um ensino superior com bolsas sociais insuficientes e que chegam com atrasos, incapaz de  dar resposta às reais necessidades de muitos estudantes.. São os vínculos laborais precários e contratos a termo que não conferem estabilidade e segurança para o futuro. Salários baixos que não dão margem para poupança. Os problemas são muitos, variados, e não acabam aqui.

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Há muito a fazer mas há também muita força na JSD — em cada um dos militantes — para combater esta realidade com a qual não nos podemos conformar. Os jovens enfrentam desafios em todas as suas fases de vida. Desde o momento em que começam a estudar até à sua entrada no mercado de trabalho. Desde as dificuldades para comprar ou arrendar casa, até aos desafios que enfrentam para construir família e conseguir vagas em creches que possam pagar. Não obstante, recuso-me a aceitar a ideia de que os militantes nadam “na piscina dos pequeninos”. Todos os temas são de juventude. Todos os temas dizem respeito à nossa geração: a geração jovem de hoje e a geração que governará amanhã.

Acredito na descentralização de competências para as autarquias, sabendo que frequentemente as respostas mais eficazes estão perto das pessoas. Acredito na iniciativa privada e na potencialidade de quem trabalha, mas também de quem gera trabalho e cria riqueza. Acredito num Estado que cuida dos mais vulneráveis, e não sufoca a iniciativa privada. Acredito no potencial de uma educação tecnológica, moderna, com espírito socrático.  Acredito no potencial da comunhão de forças entre a administração pública e o domínio privado – sem preconceitos ideológicos. Acredito no poder dos sonhos e num país que pode ser muito mais do que estatísticas na cauda da europa. Acredito no mercado livre e na cidadania europeia. Principalmente, acredito no personalismo e numa ação política orientada para o projeto de vida e bem estar de cada indivíduo

Em 2024 disputam-se Eleições Europeias. Os números são claros: em 2019 pouco mais de 30% dos eleitores votaram para eleger os nossos deputados ao Parlamento Europeu, o PSD só conseguiu arrecadar pouco mais de 700 mil votos, dos quais cerca de 126 mil entraram nas urnas no distrito de Lisboa. Num distrito com quase dois milhões de eleitores inscritos, não podemos resignar-nos com este resultado. As instituições europeias não são apenas pais que dão mesadas, nem cobradores do fraque. A UE é um compromisso diário de todos os 27 estados membros pela defesa dos princípios que defendemos: a liberdade, a democracia, a igualdade, o Estado de Direito, a Paz, a Estabilidade e a Tolerância. E não nos enganemos: este será um grande teste à força eleitoral do PSD no atual contexto político.

Tenho, ainda assim, muita esperança em todos os militantes da JSD e, em concreto, da JSD Distrital de Lisboa. No que somos capazes de fazer. Somos uma geração de inconformados que, munida das ferramentas certas, é capaz de agitar as águas e ser estandarte de mudança. Somos autarcas nas nossas terras, temos voz e espaço para influenciar o caminho e o progresso. Somos uma geração dialogante, com mundo e combativa. Sei que podemos mesmo virar este tabuleiro.