A revisão dos dados do PIB pelo INE mostrou que a economia cresceu mais do que tinha sido estimado inicialmente entre 2016 e 2018. E esta revisão, embora positiva, pode ter um efeito perverso, o de consolidar a narrativa do milagre económico português, um milagre que na realidade não o é.

Esta boa noticia não pode cegar-nos relativamente à necessidade urgente que Portugal tem em dar um salto de eficiência e de competitividade como mostram os mais recentes rankings de competitividade do Fórum Económico Mundial. Portugal está na posição 34ª, mas entre os nossos pares, isto é, em vinte e nove economias avançadas da Europa, Portugal está na 19ª posição, atrás de países como a Estónia e a República Checa.

E o que impede Portugal de estar mais à frente é revelador. Os três piores indicadores deste ranking em Portugal são na categoria do setor financeiro: a resiliência dos bancos, os rácios de capital e a percentagem de crédito malparado. Nestes indicadores, Portugal ronda a posição 120 em 141 países. É certo que este indicador é uma herança da crise financeira e que tem havido uma melhoria nos rácios de capital e na limpeza do crédito malparado. Mas esta herança constitui uma grande fragilidade e complica a tarefa do setor financeiro de se preparar para os desafios da digitalização e das fintech.

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