Miguel Albuquerque, o “anti-Jardim”, venceu a segunda volta das eleições do PSD/Madeira, com 64,06% dos votos, colocando um ponto final nos 40 anos de liderança de Alberto João Jardim. Manuel António Correia, atual secretário do Ambiente e Recursos Naturais do Governo madeirense, captou 35,94% dos votos dos militantes.

No discurso da vitória, o ex-presidente da Câmara Municipal do Funchal disse que da “pluralidade e liberdade, nasceu um PSD/Madeira mais forte”, que era “imperioso para o partido romper bloqueios e o isolamento”. “Quem disse que o PSD/Madeira ia sair enfraquecido destas eleições, enganou-se redondamente“, afirmou Miguel Albuquerque.

Após serem conhecidos os resultados, Manuel António Correia, afirmou que, agora que a campanha terminou, existia “uma tarefa fundamental, para a qual todos têm de contribuir: unir o partido e torná-lo mais forte. “O povo, em democracia, tem sempre razão. (…) Acabou-se a campanha e, agora, vamos continuar como sempre fomos: próximos das pessoas”, disse o candidato apoiado por Alberto João Jardim.

A votação desta segunda-feira veio confirmar a vontade expressa pelos madeirenses a 19 de dezembro: o ex-presidente da câmara do Funchal já tinha sido o candidato mais votado na primeira volta das diretas, a 19 de dezembro, com 47,2% dos votos. Manuel António Correia, apoiado por Alberto João Jardim, obteve 28,7%.

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Alberto João Jardim disse, esta segunda-feira, depois de ter exercido o seu direito de voto, que temia que a região voltasse a um “ciclo de retrocesso”, citado pela Agência Lusa. O ainda presidente do PSD/Madeira e do Governo Regional considera que a Madeira se encontra debaixo de uma “ameaça reacionária”, que significa “voltar aos senhorios do antigamente, ao poder da Maçonaria e à subordinação dos interesses económicos”.

“Tenho medo que haja um ciclo de retrocesso e reacionário (…) um ciclo em que voltem de novo as forças contra as quais eu combati e eu estou, como cidadão, disposto a lutar contra isso e com os aliados que eu entender”, referiu, acrescentando que olhava para esta situação como “o princípio do fim de algumas pessoas”, mas não como o sue próprio fim.

Miguel Albuquerque já tinha defrontado Alberto João Jardim nas eleições internas de 2012, tendo sido derrotado por 142 votos. O ainda presidente do Governo Regional da Madeira já tornou pública a intenção de se demitir do cargo ao representante da República, o juiz conselheiro Ireneu Barreto, dois dias depois do congresso regional do PSD/Madeira, agendado para 10 de janeiro, abrindo a porta para um cenário de eleições legislativas antecipadas.

Para estas eleições, existiam 7164 social-democratas madeirenses com direito a voto. O ato eleitoral desta segunda-feira foi o fim de uma campanha de vários meses.