O processo de venda do Novo Banco, que está a entrar na reta final, deverá terminar com uma perda a rondar os mil milhões de euros face aos 4,9 mil milhões que o Fundo de Resolução injetou no banco (com 3,9 mil milhões emprestados pelo Estado). As três ofertas selecionadas – da Fosun, da Anbang e da Apollo – contêm, contudo, contingências que podem tornar o preço mais baixo no futuro.

A edição deste sábado do jornal Expresso explica que os riscos de litigância associados aos processos judiciais em curso e a perspetiva de serem necessários aumentos de capital na instituição poderão reduzir, retroativamente, o preço a que o banco for vendido dentro de semanas.

Aí, será registada a “diferença entre o valor da injeção de capital e o valor da venda”, explicou o INE. Se a perda for entre 2.000 milhões e 2.500 milhões o défice do ano passado (que foi de 4,5% do PIB) poderá subir para entre 5,7% e 5,9%, pelas contas do Expresso. A decisão terá de ser tomada na reta final do ano, depois das eleições legislativas.

O secretário-geral do PS, António Costa, recusou fazer especulações sobre as notícias que apontam para um agravamento do défice de 2014 em 6% devido à venda do Novo Banco e disse querer esperar pelo resultado final.

“Desde o primeiro minuto que tenho chamado a atenção de que foi uma precipitação o Governo e o Banco de Portugal terem garantido, à partida, que não haveria custos para os contribuintes. Não quero dizer nada neste momento que possa dificultar a negociação por parte do Estado”, salientou o líder socialista aos jornalistas.

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