As tempestades que conjugam a subida do nível dos oceanos com precipitações muito fortes tornaram-se mais frequentes nos EUA, onde agravam os riscos de inundação nas cidades costeiras, segundo um estudo revelado hoje na revista Nature Climate Change.

O número de acontecimentos que envolvem estes dois fenómenos “cresceu de forma significativa durante o século passado”, destaca-se no artigo, recordando-se que em Nova Iorque as condições meteorológicas favoráveis a esta situação têm duas vezes mais hipóteses de ocorrerem hoje do que em meados do século XX.

Até agora, as análises separavam a subida repentina do nível da água dos oceanos e chuvas diluvianas, o que poderia conduzir a uma subestimação do risco de inundação, explicou um dos autores do estudo, Thomas Wahl, da Universidade da Florida do Sul, à AFP.

“O nosso estudo demonstra que os dois principais fatores de inundação não são independentes um do outro, mas ocorrem frequentemente ao mesmo tempo” com um efeito multiplicador, acrescentou.

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O furacão Katrina, que em 2005 matou 1.500 pessoas e causou cerca de 75 mil milhões de dólares (68 mil milhões de euros) de estragos no sul dos EUA, mostrou o poder destruidor da subida repentina do oceano.

Seguindo a história das chuvas, marés e furacões, Wahl e os seus coautores mostraram que há uma correspondência cada vez mais acentuada entre chuvas e subida do nível da água do mar desde op início do século XX.

“Porquê? É uma das coisas que queremos estudar”, acrescentou.

Os cientistas evocam a hipótese das alterações climáticas. Mas salientam que as subidas repentinas das águas oceânicas durante as tempestades ocorrem para além da lenta elevação do nível do mar, resultante das alterações climáticas.

Enquanto 40 por cento da população dos EUA está instalada em regiões costeiras pouco elevadas, as zonas mais ameaçadas estão no sudeste do país, designadamente no Golfo do México, da ponta sul do Texas até à ponta da Florida, territórios situados a menos de três metros acima do nível do mar.