Magda Goebbels, a mulher do ministro da propaganda da Alemanha Nazi, Joseph Goebbels, que foi sempre apresentada pelo regime como a mulher alemã ideal, era afinal judia. A revelação foi feita pelo historiador Oliver Hilmes, que descobriu a informação por acaso nos arquivos de Berlim, num “cartão de registo discreto”, como explica o jornal alemão Bild. A suspeita já tinha, pelo menos, 15 anos, altura em que a revista Der Spiegel lançou o rumor de que a “mãe modelo do Terceiro Reich” era judia.
A mulher exemplar do regime nazi nasceu em 1901, e foi registada como Johanna Maria Magdalena Behrendt (apelido de solteira da mãe). A mãe casou nesse ano com Oskar Ritschel, um industrial alemão que recusou adotar Magda. O casamento durou quatro anos, e em 1908 a mãe de Magda casou com Richard Friedländer, o pai biológico da criança. Foi sobre este homem que Oliver Hilmes descobriu algo surpreendente: era judeu. O sogro de Joseph Goebbels, um dos mais influentes líderes do regime nazi, e responsável por grande parte das mortes de judeus nos campos de concentração, era judeu.
Richard Friedländer foi enviado para o campo de concentração de Buchenwald, onde veio a morrer em 1938, e a filha, que poderia ter evitado a sua morte, nada fez. Como recorda o El País, o próprio Joseph Goebbels escreveu nos seus diários que, em 1934, a sua esposa descobriu algo “horrível” relacionado com a sua biografia, mas o assunto acabou por morrer aí.
Magda Goebbels foi casada com Joseph Goebbels entre 1932 e 30 de abril de 1945, dia em que envenenou os filhos e se suicidou com o marido.
A grande questão que continua por responder é: será que Goebbels conhecia o segredo de Magda? Independentemente da resposta, o que é certo é que esta informação é mais um tiro no pé na propaganda nazi, que incentivava as mulheres alemãs a seguirem o exemplo de Magda, e rotulava a família Goebbels como um modelo de família ariana.