O presidente da Câmara de Alijó apelou esta segunda-feira ao Governo uma resposta rápida ao pedido de calamidade pública para o concelho e anunciou a intenção de implementar um plano de recuperação do incêndio da semana passada.
O alerta para o fogo foi dado na madrugada do dia 16. Foi dominado ao final da manhã desse domingo mas reacendeu-se com proporções tais que ameaçou aldeias e pintou de negro a paisagem deste concelho do distrito de Vila Real. O incêndio foi declarado extinto cerca das 19h30 de terça-feira, quase três dias depois de ter deflagrado.
Na quinta-feira, o presidente da câmara de Alijó mandou uma carta ao Governo a pedir a declaração de calamidade pública para o concelho.
Carlos Magalhães disse esta segunda-feira à agência Lua que espera agora uma resposta rápida do Governo ao pedido de declaração de calamidade até porque, explicou, o município quer começar a desenhar um plano de intervenção, juntamente com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). O objetivo é que seja possível aceder a fundos comunitários, no âmbito do Portugal 2020, para a concretização do denominado Plano de Recuperação Agroflorestal, Ambiental e Paisagístico das áreas afetadas pelo fogo.
Na carta dirigida ao primeiro-ministro, e a que a Lusa teve acesso, Carlos Magalhães revelou que o incêndio provocou “avultadíssimos prejuízos materiais” no concelho e que a autarquia, só por si, “não tem capacidade financeira” nem “técnica para repor, minimente, a economia das famílias no estado em que se encontrava antes do incêndio”.
No documento, o autarca lembrou que a câmara acabou de sair, e “com enorme esforço de todo o município”, do programa de Apoio à Economia Local (PAEL).
Desde a semana passada que equipas multidisciplinares, compostas por técnicos da autarquia e dos ministérios da Agricultura, da Segurança Social e da Saúde, estão no terreno para avaliar os prejuízos causados por quase três dias de incêndio.
O município quer, logo depois da avaliação dos prejuízos, implementar uma estratégia de apoios de emergência aos cidadãos afetados e, posteriormente, acionar então as medidas do Portugal 2020 que permitam responder à reposição do potencial produtivo das explorações agroflorestais afetadas.
Chã, Vila Chã, Santa Eugénia, Casas da Serra, Franzilhal e até Porrais, já no concelho de Murça, foram algumas das aldeias que o incêndio assolou e destruiu o trabalho de um ano inteiro na agricultura, tanto nas vinhas, algumas incluídas na Região Demarcada do Douro, olivais, amendoais e nas hortas.
Segundo o presidente, houve também danos a nível da pecuária, dos pastos para os animais e ainda na apicultura, com a destruição de colmeias, uma atividade que “estava em expansão” e que serve de complemento do rendimento para muitas famílias.