De Espanha à Índia, de França às Filipinas, milhares de mulheres assinalaram esta quinta-feira o Dia Internacional da Mulher em manifestações pela igualdade, respeito e emancipação, com Espanha a marcar a diferença com uma “greve feminista” à escala nacional.

Mais de 10.000 pessoas concentraram-se na Praça Cibeles, no centro de Madrid, para uma manifestação com o lema “Vivas, livres e unidas pela igualdade”, num dia em que a Espanha realiza uma “greve feminista” já qualificada pelos sindicatos como “um êxito rotundo”.

Na Rússia, o Dia da Mulher é feriado nacional, mas poucos se manifestaram em Moscovo, entre os quais a candidata presidencial Ksenia Sobchak, que, ao estilo do movimento #MeToo nos Estados Unidos, protagonizou um protesto individual frente à Duma, a câmara baixa do Parlamento, para exigir a demissão de um conhecido deputado que várias jornalistas acusam de assédio sexual.

Em França, além de manifestações, um dos principais diários, o Libération, é esta quinta-feira mais caro 50 cêntimos para os homens do que para as mulheres, o que a direção editorial justifica com o persistente fosso salarial de 25%, “apesar da lei”.

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Segundo um apanhado da agência norte-americana Associated Press, também na Ásia as mulheres saíram às ruas em vários países para assinalar o dia.

Na China, por exemplo, estudantes da Universidade Tsinghua aproveitaram para protestar contra a proposta de emenda à Constituição que visa eliminar o limite ao número de mandatos do presidente, mas as fotografias do protesto foram censuradas nos ‘media’ oficiais.

Nas Filipinas, milhares de ativistas com t-shirts cor-de-rosa e roxo manifestaram-se na baixa de Manila em protesto contra a política de discriminação e a política antidroga do presidente, Rodrigo Duterte, distribuindo rosas vermelhas e brancas a mães, viúvas e irmãs de traficantes ou toxicodependentes assassinados.

No Afeganistão, centenas de mulheres juntaram-se na capital, Cabul, para comemorar o dia e dizer aos dirigentes do país que há muito trabalho a fazer para dar voz, assegurar a educação e proteger da violência as mulheres afegãs.

Na Coreia do Sul, centenas de pessoas, muitas vestidas de preto e brandindo cartazes negros com a inscrição #MeToo, reuniram-se no centro de Seul para assinalar o dia.

Na Índia, centenas de mulheres, incluindo estudantes, professoras e profissionais do sexo, atravessaram a capital para chamar a atenção para violência doméstica, ataques sexuais e discriminação em empregos e salários.

“Unidos contra a violência contra as mulheres”, “Homem o bastante para dizer não à violência doméstica”, lia-se em cartazes.

De regresso à Europa, e à sede das instituições da União Europeia (UE), a Comissão assinalou a data com um comunicado em que afirma que a Europa “é um dos lugares mais seguros e iguais para as mulheres do mundo”, mas “o caminho para a plena igualdade na prática ainda é longo”.

Na Bélgica, as mulheres estão a assinalar o dia em clima de tensão, depois de a federação belga de futebol ter recusado recuar na decisão de entregar a composição do tema oficial da seleção para o Mundial de Futebol a um ‘rapper’ conhecido pelas letras sexistas.