Depois de mais um atentado terrorista islâmico, o politicamente correto apressa-se novamente a sugerir que foi um incidente, um alegado ataque, que o terrorista era louco, não teria religião porque o Islão é religião de paz e, por fim, quando se torna impossível esconder que o atentado foi executado em nome do Islão, que os extremistas são uma minoria irrelevante na realidade do Islão.
Infelizmente essa ideia está bem longe da realidade. Segundo um estudo de 2013 feito por um think thank americano (Pew Research Center), a aceitação pela população muçulmana de países islâmicos não é a minoria irrelevante que nos querem fazer acreditar (apesar de ter vindo a diminuir). À pergunta, considera justificáveis os atentados bombistas cerca de 22% diz que sim, dos quais 10% de forma regular/ por vezes e 12% raramente. Ou seja mais de 1 em cada 4 indica que pelo menos raramente (está por definir o que é raramente, uma vez por ano? A cada seis meses?) os atentados suicidas têm justificação. Se extrapolarmos os resultados do inquérito à população de cada país alvo do estudo, esta minoria resulta em pelo menos mais de 100 Milhões de pessoas (extrapolando os resultados do inquérito na população de cada país e considerando que a população adulta representa 60% da população). São 100 Milhões de pessoas que conseguem justificar o atentado de Manchester.
(FONTE: Pew Research Center)
Impressionante verificar que no Egipto mais de metade dos muçulmanos consegue encontrar justificação para o atentado. Na Palestina dois terços acha que deviam ocorrer com maior regularidade. Na Turquia, um em cada três turcos muçulmanos encontra também justificação para Manchester. De fora deste estudo ficaram ainda importantes países islâmicos, que não é difícil calcular que só iriam acentuar estas conclusões (e.g. Arábia Saudita, Iraque, Afeganistão). Este inquérito demonstra que está longe de ser uma minoria irrelevante a que suporta o terrorismo.
Outro estudo do mesmo think thank aponta também para uma impressionante quantidade de muçulmanos que consideram que a Sharia devia ser lei. Um inquérito de 2013 efetuado a mais de 38 mil muçulmanos de 39 países de maioria islâmica revelou que 99% no Afeganistão, 91% no Iraque, 89% na Palestina, 86% na Malásia, 83% em Marrocos e até 42% na Rússia consideram que a Sharia devia ser a lei oficial. Também identifica que há uma correlação positiva entre a devoção e o apoio à implementação da Sharia (por exemplo na Rússia, no grupo de maior devoção 65% apoia a Sharia, nos menos devotos apenas 28%). Mais assustador ainda é verificar que dos que apoiam a Sharia, oito em cada dez no Sul da Ásia defende os castigos corporais e no Norte de África e Médio Oriente seis em cada dez (sim, o apedrejamento de mulheres adúlteras está incluído).
É difícil continuar a sustentar que é apenas uma minoria islâmica irrelevante a que defende os atentados terroristas. Esta atuação de células terroristas também não seria possível se não tivessem vários cúmplices nas suas comunidades. Não são grupos totalmente isolados das suas comunidades que conseguem organizar estes atentados.
Que fique claro que nem todos os muçulmanos são terroristas. Aliás é óbvio que a maioria não é, tal como é claro que há exemplos em que a comunidade islâmica se integra bem em comunidades Ocidentais (Portugal é um bom exemplo disso). Mas ainda deve ficar mais claro que aqueles que apoiam uma visão radical do Islão são uma enorme minoria. Enquanto continuarmos a negar esta realidade será difícil combatermos o terrorismo.
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