O antigo presidente francês Nicolas Sarkozy defendeu, num artigo escrito para a revista francesa Le Point e no diário alemão Die Welt, a suspensão imediata do Espaço Schengen e a sua substituição por um “Schengen II”, no qual os países membros terão de aceitar uma política de imigração pré-definida. Ainda sobre Schengen, diz que “devemos parar de acreditar no mito da igualdade de direitos e responsabilidades entre todos os membros”. No mesmo texto, Sarkozy pronuncia-se favorável “à criação de uma grande zona económica franco-alemã, coerente e estável, no coração da zona Euro”.
A três dias das eleições europeias, o antigo presidente francês não poupa nas críticas às instituições europeias: “a Comissão não deve ter poderes legislativos a partir do momento em que há um Parlamento Europeu. É o Parlamento, e somente o Parlamento, que deve legislar”.
A questão da imigração não é novidade no discurso de Sarkozy. Durante a campanha eleitoral para as presidenciais de 2012, numa tentativa de ganhar votos com o eleitorado mais à direita, Sarkozy ameaçou que, caso fosse eleito, poderia retirar a França do espaço Schengen. O antigo presidente francês considerava que não se estavam a fazer progressos suficientes para proteger as fronteiras europeias da entrada de imigrantes ilegais. Agora, a três dias das eleições europeias e com a direita de Marine Le Pen a ganhar terreno, Sarkozy regressa à arena política com uma postura agressiva destinada a puxar votos para a UMP.