Pedro Passos Coelho recebeu esta manhã em São Bento a diretora do FMI, num encontro inesperado e a pedido de Christine Lagarde, confirmou o Observador. Na residência oficial do primeiro-ministro fala-se de uma reunião “de cortesia” – a ex-ministra das Finanças francesa está desde domingo em Sintra, a convite do BCE. Mas as fontes contactadas pelo Observador admitem que a reunião acabou por se prolongar “um pouco”.

O momento, porém, não podia ser mais importante. No núcleo duro do Executivo de Passos Coelho há quem se mostre de pé atrás com a próxima reunião da direção do Fundo Monetário Internacional, precisamente a que deve pôr um ponto final no programa de assistência financeira a que o país esteve preso nos últimos três anos. Razão: a decisão que vem a caminho do Tribunal Constitucional sobre o Orçamento de 2014, que tudo indica acabará num novo chumbo.

“Se a decisão dos juízes acontecer antes dessa reunião do FMI (marcada para meio de junho), tudo pode voltar para trás”, diz uma fonte do Executivo ao Observador. Dito de outra forma: o Governo tem a 12ª avaliação fechada, mas no pressuposto de que as medidas e os objetivos definidos são para valer. “Se o TC decidir que estas medidas não contam, o Governo ainda não é livre para tomar as suas decisões”, lamenta o mesmo governante.

Há quatro dias, o Jornal de Negócios dizia que os juízes anunciariam a decisão antes do feriado de 10 de junho. Ao Observador, há uma semana, o presidente do Tribunal garantiu que os timings da decisão não têm qualquer critério político.

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