O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, afirmou, nesta terça-feira, que não há risco de deflação, mas que a baixa inflação preocupa e que os governadores dos bancos centrais estão atentos ao tema.

No final dos três dias do Fórum do Banco Central Europeu sobre política monetária, que se realizou pela primeira vez este ano e em Sintra, Carlos Costa citou Mario Draghi para recusar a defesa do nobel da economia de 2008, Paul Krugman, de que é necessária uma taxa de inflação mais alta na zona euro para evitar cair num período prolongado de baixa inflação ou mesmo de deflação.

“Não há risco de deflação, mas uma baixa inflação é motivo de preocupação, como disse o presidente [do Banco Central Europeu, Mario] Draghi. Obviamente, nós estamos muito atentos enquanto governadores no seio das instâncias que são adequadas para esse problema, e a resposta do presidente Draghi foi concludente. Há agora que aguardar o que é que isso significa”, disse Carlos Costa.

O governador do Banco de Portugal defendeu ainda este ponto, dizendo que “toda a gente está de acordo que é preciso estabilidade nominal, estabilidade nominal funciona como uma garantia do bom funcionamento das economias”

Questionado pelos jornalistas se algumas das ideias conhecidas neste encontro agradaram mais aos responsáveis do BCE no contexto da próxima reunião do conselho de governadores, que se realiza em junho, e onde devem ser discutidas medidas para combater a ameaça da baixa inflação por um período prolongado de tempo, Carlos Costa não se quis comprometer: “as ideias que foram discutidas certamente serão tidas em conta por todos os governadores”.

Carlos Costa recusou-se a comentar os resultados das eleições europeias, dizendo que esta foi uma “reunião de governadores”, apesar de vários intervenientes terem-no feito ao longo destes três dias.

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